Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Fernando José Ferneda, 1992-
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFPR
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1884/58879
Resumo: Orientadora: Lilian Tonelli Manica
id UFPR_63645bf53bf84b9607ac74b6c3e53d15
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/58879
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str 308
spelling Freitas, Fernando José Ferneda, 1992-Manica, Lilian TonelliCampião, Karla Magalhães, 1985-Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Zoologia2019-02-25T18:39:34Z2019-02-25T18:39:34Z2018https://hdl.handle.net/1884/58879Orientadora: Lilian Tonelli ManicaCoorientadora: Karla Magalhães CampiãoDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Zoologia. Defesa : Curitiba, 28/09/2018Inclui referências: p. 29-37Resumo: A expressão de características sexuais secundárias extravagantes prevê boa saúde em uma diversidade de animais. De acordo com a hipótese de Hamilton e Zuk, tais características estão relacionadas com a resistência a parasitos e, embora sejam custosas para produzir, funcionam como sinais atrativos no momento da escolha de um parceiro sexual. Nesse contexto, a coloração da plumagem das aves é um sinal importante que pode indicar a presença de parasitos e a condição de saúde do indivíduo. Nós testamos se a coloração da plumagem dorsal de oito espécies de aves da Mata Atlântica se relaciona com a probabilidade de parasitismo por coccídios. Capturamos um total de 143 indivíduos usando redes de neblina, os identificamos com anilhas e coletamos amostras de fezes e penas dorsais. Observamos as fezes ao microscópio óptico e encontramos 2.300 oocistos de coccídios presentes em 47 indivíduos de oito espécies de aves. Extraímos as variáveis de coloração das penas por meio do espectrofotômetro. Convertemos nosso conjunto de variáveis colorimétricas correlacionadas entre si em um conjunto de variáveis não correlacionadas usando uma análise de componentes principais e relacionamos esses componentes com a presença de parasitos por meio de modelos lineares generalizados. Os dois primeiros componentes (PC1 e PC2) foram suficientes para explicarem mais de 80% da variação dos dados, contudo, nosso modelo mostrou que a interação entre PC2 e espécie foi a única relacionada à probabilidade de infecção pelos parasitos. Isso indicou que a relação entre as variáveis de coloração representadas por PC2 e a probabilidade de infecção varia entre as espécies, sendo apenas significativa para Schiffornis virescens. PC2 se correlacionou com a variável brilho, então inferimos que indivíduos dessa espécie com maior brilho na plumagem dorsal tem menor probabilidade de estarem infectados por parasitos. É possível que o obtido para S. virescens reflita a ação dos coccídios em interromperem a absorção de nutrientes pelo hospedeiro, afetando a pigmentação das penas e consequentemente sua coloração. Esse resultado também está de acordo com o proposto por Hamilton e Zuk, então esperamos que machos com maior brilho na plumagem sejam preferíveis pelas fêmeas, em detrimento daqueles com menor brilho. Por fim, ressaltamos a importância de trabalhos como esse, que explorem características sexuais secundárias como sinalizadoras de boa saúde e resistência a parasitos, assim como encorajamos estudos vindouros a testarem se tais sinalizadores influenciam o sucesso reprodutivo de S. virescens infectados e não infectados. Palavras-chave: Coloração da plumagem. Parasitismo. Seleção sexual mediada por parasitos. Aves da Mata Atlântica.Abstract: The expression of extravagant secondary sexual traits is an honest indicator of good health in a diversity of animals. According to Hamilton and Zuk's hypothesis, such traits are related to parasites resistance and act as attractive signals for mate choice, despite high production costs. In this context, bird plumage coloration is an important sign that can indicate the presence of parasites and individual health condition. Here, we tested whether the dorsal plumage coloration of eight Atlantic Forest bird species is related to the likelihood of coccidia parasitism. We captured 143 individuals using mist nets, from which we also collected fecal samples and dorsal feathers. We observed feces under the optical microscope and found 2,300 coccidia oocysts in 47 individuals of eight bird species. We extracted color variables from the feathers using a spectrophotometer. We converted our set of correlated color variables into a set of uncorrelated variables using a principal components analysis and we related these components to parasites presence using generalized linear models. The first two components (PC1 and PC2) were sufficient to explain more than 80% of data variation, however, our model showed that the interaction between PC2 and species was the only one related to parasite infection probability. This result indicated that the relationship between the color variables represented by PC2 and parasite infection probability varies among species. Post hoc analyses indicated significant relationship only for Schiffornis virescens. PC2 correlated with the brightness variable, so individuals of S. virescens with higher brightness in the dorsal plumage are less likely to be infected by parasites. This result may reflect the effect of the coccidia in interrupting nutrients absorption by the host, affecting the feathers pigmentation and consequently their coloration. This result is also consistent with the proposed by Hamilton and Zuk, therefore we expect that males with greater plumage brightness are preferred by females over those with less plumage brightness. Finally, we emphasize the importance of such studies that explore secondary sexual traits as signs of health condition and resistance to parasites, and also we encourage future studies to test whether such signs influence the reproductive success of infected and uninfected S. virescens individuals. Key-words: Plumage coloration. Parasitism. Parasite-mediated sexual selection. Atlantic Forest Birds.38 p. : il. (algumas color.).application/pdfAvesZoologiaParasitismoCoccidioRelação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - FERNANDO JOSE FERNEDA FREITAS.pdfapplication/pdf4044629https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/58879/1/R%20-%20D%20-%20FERNANDO%20JOSE%20FERNEDA%20FREITAS.pdf90b6425a28fd54f11ee398d1971597daMD51open access1884/588792019-02-25 15:39:34.451open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/58879Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082019-02-25T18:39:34Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
title Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
spellingShingle Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
Freitas, Fernando José Ferneda, 1992-
Aves
Zoologia
Parasitismo
Coccidio
title_short Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
title_full Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
title_fullStr Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
title_full_unstemmed Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
title_sort Relação entre aves e coccídios : a coloração da plumagem permite predizer a infecção pelos parasitos?
author Freitas, Fernando José Ferneda, 1992-
author_facet Freitas, Fernando José Ferneda, 1992-
author_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Manica, Lilian Tonelli
Campião, Karla Magalhães, 1985-
Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Zoologia
dc.contributor.author.fl_str_mv Freitas, Fernando José Ferneda, 1992-
dc.subject.por.fl_str_mv Aves
Zoologia
Parasitismo
Coccidio
topic Aves
Zoologia
Parasitismo
Coccidio
description Orientadora: Lilian Tonelli Manica
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-02-25T18:39:34Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-02-25T18:39:34Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/1884/58879
url https://hdl.handle.net/1884/58879
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 38 p. : il. (algumas color.).
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/58879/1/R%20-%20D%20-%20FERNANDO%20JOSE%20FERNEDA%20FREITAS.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 90b6425a28fd54f11ee398d1971597da
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797699059530596352