A construção social de mecanismos alternativos de mercados no âmbito da Rede Ecovida de agroecologia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFPR |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1884/27480 |
Resumo: | Resumo: Estudos sobre o sistema agroalimentar global tem apontado seus limites e impactos, em termos da equidade no acesso aos alimentos e da sustentabilidade dos processos de producao, beneficiamento e comercializacao. Tais estudos demonstram como este sistema tem sido responsavel pela concentracao economica no ambito da atividade agroalimentar e exercido particular pressao sobre a agricultura familiar e camponesa, comprometendo sua autonomia e condicoes para garantia de sua reproducao social. Esta realidade tem gerado reacoes das mais diversas, por parte de movimentos sociais e organizacoes camponesas que se propoem a construir processos de producao e consumo alternativos, que privilegiem a busca por formas de producao e consumo ambientalmente sustentaveis e geradoras de processos sociais e economicos mais equitativos. Nesta perspectiva, diversas organizacoes de agricultores e assessoria vem propondo ha mais de tres decadas no Brasil a construcao da agroecologia, enquanto forma alternativa de producao e organizacao das atividades agroalimentares. No Sul do Brasil, a agroecologia encontra sua maior expressao em torno da Rede Ecovida de Agroecologia, rede que articula grupos de agricultores ecologistas, organizacoes de assessoria e consumidores em torno de 27 Nucleos Regionais distribuidos nos tres Estados do Sul. Entre seus principios e objetivos, a Rede Ecovida se propoe a construcao de formas alternativas de comercializacao, que priorizem a ampliacao do acesso aos produtos ecologicos, bem como as relacoes voltadas ao mercado local. Neste sentido, este estudo visa caracterizar estas iniciativas e identificar elementos de sua constituicao que possam ser compreendidos como formas alternativas de construcao de mercados, bem como sua relacao face ao cumprimento dos objetivos da soberania e seguranca alimentar e nutricional. Para tanto, seis Nucleos Regionais e, dentro destes, sete organizacoes de agricultores foram pesquisadas, atraves da realizacao de grupos focais junto as organizacoes, entrevistas com gestores dos processos de comercializacao, bem como da aplicacao de questionarios individuais as familias selecionadas. As formas de comercializacao da Rede Ecovida se estruturam a partir de processos coletivos, configurando uma estrategia geral de participacao nos mercados e, dentro desta, a construcao de mecanismos alternativos de comercializacao, socialmente enraizados nas logicas social, ambiental e economica caracteristicas da agricultura familiar e camponesa. Este processo tem possibilitado a abertura de espacos de autonomia para as familias agricultoras, ampliando sua capacidade de intervencao nos mercados, estimulando a diversificacao da producao e melhorando seus niveis de autoconsumo, fortalecendo processos de organizacao social e a (re)construcao de relacoes de solidariedade e reciprocidade entre agricultores e destes com os consumidores. Da mesma forma, tem se apoiado na criacao de formas de gestao socialmente apropriadas a sua realidade e tem sido efetivas em termos da promocao da soberania e seguranca alimentar e nutricional em suas varias dimensoes, em que pesem as contradicoes e limitacoes desta construcao, realizada no ambito de um contexto onde a racionalidade mercantil se faz predominante. |
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