Justiça como Igualdade? A Percepção da Elite e do Povo Brasileiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sociologias, Comissão Editorial
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Scalon, Celi
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Sociologias (Online)
Texto Completo: https://seer.ufrgs.br/index.php/sociologias/article/view/5651
Resumo: Os estudos sobre as desigualdades sociais no Brasil concentram-se, em geral, nas dimensões objetivas do fenômeno, como sexo, cor, renda, ocupação e escolaridade. A amplitude do fosso entre ricos e pobres, graças às pesquisas já realizadas, é razoavelmente conhecida, mas pouco se sabe sobre a maneira como os brasileiros vêem essa disparidade. Em 2000, como parte do International Social Survey Programme tentou-se preencher essa lacuna com um survey aplicado a representantes das elites nacionais, entendendo-se por "elites" indivíduos pertencentes ao grupo dos 10% mais ricos do país. A pesquisa, de abrangência nacional – 2 mil entrevistas em 195 municípios –, buscou revelar diferenças entre as percepções da "elite" e do "povo" acerca da desigualdade. As questões levantadas pelo survey diziam respeito à imagem que os dois grupos têm da sociedade brasileira e da forma como ela está estruturada; as remunerações que seriam adequadas para trabalhadores de diferentes níveis de qualificação; os valores que deveriam prevalecer na distribuição da riqueza do país; os maiores problemas do Brasil; e as estratégias preferenciais de cada grupo para a redução da pobreza, com destaque para o papel do Estado. As respostas revelaram convergências e divergências surpreendentes entre povo e elite. Os dois grupos percebem a extensão das desigualdades sociais no país, mas tendem a defender estratégias distintas para reduzi-las, transferindo a solução das desigualdades ao Estado. Essas aproximações e diferenças de pontos de vista podem oferecer elementos importantes para se compreender os mecanismos de legitimação das desigualdades.
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