Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: COSTA, Rogério Haesbaert da
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Boletim Gaúcho de Geografia (Online)
Texto Completo: https://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/article/view/37968
Resumo: O presente trabalho, inserido como parte de nossa tese de mestrado, e aqui revisto e atualizado, resultou de um levantamento em sua maior parte "in loco", dos principais agentes que vêm desestruturando o tradicional espaço, ainda especialmente hegemônico, do latifúndio de pecuária extensiva na área regional mente conhecida como "Campanha Gaúcha" - e que, para efeito de obtenção de dados estatísticos, restringimos ao espaço da microrregião definida pelo IBGE.Nossa pesquisa incluiu o levantamento de dados secundários, entrevistas com pecuaristas, rizicultores e pesquisadores da região, visitas a empresas e instituições locais, em Porto Alegre, Bagé e Santana do Livramento, a partir do que chegamos à sistematização dos agentes e ao reconhecimento inicial de dois grandes grupos: aquele em que os agentes desenvolvem basicamente a articulação da Campanha com outros espaços, vinculados ao capital privado (nacional e transnacional) e estatal, e aquele em que os agentes promovem uma rearticulação espacial restrita ao nival intrarregional, geralmente vinculados ao próprio capital local.Num detalhamento maior, chegamos à seguinte classificação, de acordo com a "fonte" acumuladora de capital:a. Agentes de articulação espacial basicamente externa:a.2. Capital privado nacional:pecuária intensiva (cabanhas e haras)agricultura intensiva ("granjas")agro-indústria (empresas e cooperativas)indústria de base (cimento)a.2. Capital privado transnacional:agro-indústria (frigoríficos, empresas vitivinícolas)financeiro (Citibank)a.3. Capital estatal - atuação indireta (recursos financeiros, apoio técnico e infra-estrutura relativa a energia, armazenagem, transporte e comunicações).b. Agentes de rearticulação espacial interna:b.1. Capital privado:pecuaria leiteira, semi-intensiva ("chácaras")pequena agricultura para consumo local ("colônias")b.2. Capital estatal atuação indireta (via criação de "colônias" e apoio à pequena produção)A seguir procuramos analisar o papel de cada um desses agentes em seu processo contraditório de desarticulação do espaço e da economia pastoril tradicionais, cujas raizes encontram-se ainda no mercantilismo colonial do século XVIII, quando a região era incorporada como periferia abastecedora do Sudeste minerador (e depois cafeeiro), fornecendo-lhe tropas para transporte e charque para alimentação.
id UFRGS-21_4e9a1552d35bd2b4405df4c774d63524
oai_identifier_str oai:seer.ufrgs.br:article/37968
network_acronym_str UFRGS-21
network_name_str Boletim Gaúcho de Geografia (Online)
repository_id_str
spelling Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúchaagentes modeladoresnovo espaço capitalistacampanha gaúchaO presente trabalho, inserido como parte de nossa tese de mestrado, e aqui revisto e atualizado, resultou de um levantamento em sua maior parte "in loco", dos principais agentes que vêm desestruturando o tradicional espaço, ainda especialmente hegemônico, do latifúndio de pecuária extensiva na área regional mente conhecida como "Campanha Gaúcha" - e que, para efeito de obtenção de dados estatísticos, restringimos ao espaço da microrregião definida pelo IBGE.Nossa pesquisa incluiu o levantamento de dados secundários, entrevistas com pecuaristas, rizicultores e pesquisadores da região, visitas a empresas e instituições locais, em Porto Alegre, Bagé e Santana do Livramento, a partir do que chegamos à sistematização dos agentes e ao reconhecimento inicial de dois grandes grupos: aquele em que os agentes desenvolvem basicamente a articulação da Campanha com outros espaços, vinculados ao capital privado (nacional e transnacional) e estatal, e aquele em que os agentes promovem uma rearticulação espacial restrita ao nival intrarregional, geralmente vinculados ao próprio capital local.Num detalhamento maior, chegamos à seguinte classificação, de acordo com a "fonte" acumuladora de capital:a. Agentes de articulação espacial basicamente externa:a.2. Capital privado nacional:pecuária intensiva (cabanhas e haras)agricultura intensiva ("granjas")agro-indústria (empresas e cooperativas)indústria de base (cimento)a.2. Capital privado transnacional:agro-indústria (frigoríficos, empresas vitivinícolas)financeiro (Citibank)a.3. Capital estatal - atuação indireta (recursos financeiros, apoio técnico e infra-estrutura relativa a energia, armazenagem, transporte e comunicações).b. Agentes de rearticulação espacial interna:b.1. Capital privado:pecuaria leiteira, semi-intensiva ("chácaras")pequena agricultura para consumo local ("colônias")b.2. Capital estatal atuação indireta (via criação de "colônias" e apoio à pequena produção)A seguir procuramos analisar o papel de cada um desses agentes em seu processo contraditório de desarticulação do espaço e da economia pastoril tradicionais, cujas raizes encontram-se ainda no mercantilismo colonial do século XVIII, quando a região era incorporada como periferia abastecedora do Sudeste minerador (e depois cafeeiro), fornecendo-lhe tropas para transporte e charque para alimentação.Boletim Gaúcho de Geografia2013-06-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/article/view/37968Boletim Gaúcho de Geografia; v. 15 n. 1 (1987): Boletim Gaúcho de Geografia2357-94470101-7888reponame:Boletim Gaúcho de Geografia (Online)instname:Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)instacron:UFRGSporhttps://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/article/view/37968/24463COSTA, Rogério Haesbaert dainfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-06-25T17:44:35Zoai:seer.ufrgs.br:article/37968Revistahttp://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/indexPUBhttp://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/oaiboletimgauchodegeografia@ufrgs|| theolima@gmail.com||boletimgauchodegeografia@ufrgs.br|| portoalegre@agb.org.br2357-94470101-7888opendoar:2013-06-25T17:44:35Boletim Gaúcho de Geografia (Online) - Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)false
dc.title.none.fl_str_mv Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
title Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
spellingShingle Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
COSTA, Rogério Haesbaert da
agentes modeladores
novo espaço capitalista
campanha gaúcha
title_short Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
title_full Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
title_fullStr Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
title_full_unstemmed Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
title_sort Os agentes modeladores do novo espaço capitalista da Campanha Gaúcha
author COSTA, Rogério Haesbaert da
author_facet COSTA, Rogério Haesbaert da
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv COSTA, Rogério Haesbaert da
dc.subject.por.fl_str_mv agentes modeladores
novo espaço capitalista
campanha gaúcha
topic agentes modeladores
novo espaço capitalista
campanha gaúcha
description O presente trabalho, inserido como parte de nossa tese de mestrado, e aqui revisto e atualizado, resultou de um levantamento em sua maior parte "in loco", dos principais agentes que vêm desestruturando o tradicional espaço, ainda especialmente hegemônico, do latifúndio de pecuária extensiva na área regional mente conhecida como "Campanha Gaúcha" - e que, para efeito de obtenção de dados estatísticos, restringimos ao espaço da microrregião definida pelo IBGE.Nossa pesquisa incluiu o levantamento de dados secundários, entrevistas com pecuaristas, rizicultores e pesquisadores da região, visitas a empresas e instituições locais, em Porto Alegre, Bagé e Santana do Livramento, a partir do que chegamos à sistematização dos agentes e ao reconhecimento inicial de dois grandes grupos: aquele em que os agentes desenvolvem basicamente a articulação da Campanha com outros espaços, vinculados ao capital privado (nacional e transnacional) e estatal, e aquele em que os agentes promovem uma rearticulação espacial restrita ao nival intrarregional, geralmente vinculados ao próprio capital local.Num detalhamento maior, chegamos à seguinte classificação, de acordo com a "fonte" acumuladora de capital:a. Agentes de articulação espacial basicamente externa:a.2. Capital privado nacional:pecuária intensiva (cabanhas e haras)agricultura intensiva ("granjas")agro-indústria (empresas e cooperativas)indústria de base (cimento)a.2. Capital privado transnacional:agro-indústria (frigoríficos, empresas vitivinícolas)financeiro (Citibank)a.3. Capital estatal - atuação indireta (recursos financeiros, apoio técnico e infra-estrutura relativa a energia, armazenagem, transporte e comunicações).b. Agentes de rearticulação espacial interna:b.1. Capital privado:pecuaria leiteira, semi-intensiva ("chácaras")pequena agricultura para consumo local ("colônias")b.2. Capital estatal atuação indireta (via criação de "colônias" e apoio à pequena produção)A seguir procuramos analisar o papel de cada um desses agentes em seu processo contraditório de desarticulação do espaço e da economia pastoril tradicionais, cujas raizes encontram-se ainda no mercantilismo colonial do século XVIII, quando a região era incorporada como periferia abastecedora do Sudeste minerador (e depois cafeeiro), fornecendo-lhe tropas para transporte e charque para alimentação.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-06-25
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/article/view/37968
url https://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/article/view/37968
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://seer.ufrgs.br/index.php/bgg/article/view/37968/24463
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Boletim Gaúcho de Geografia
publisher.none.fl_str_mv Boletim Gaúcho de Geografia
dc.source.none.fl_str_mv Boletim Gaúcho de Geografia; v. 15 n. 1 (1987): Boletim Gaúcho de Geografia
2357-9447
0101-7888
reponame:Boletim Gaúcho de Geografia (Online)
instname:Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)
instacron:UFRGS
instname_str Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Boletim Gaúcho de Geografia (Online)
collection Boletim Gaúcho de Geografia (Online)
repository.name.fl_str_mv Boletim Gaúcho de Geografia (Online) - Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB)
repository.mail.fl_str_mv boletimgauchodegeografia@ufrgs|| theolima@gmail.com||boletimgauchodegeografia@ufrgs.br|| portoalegre@agb.org.br
_version_ 1799767030619963392