Caracterização da pesca e perfil socioeconômico dos pescadores de coca na desembocadura do estuário do Rio Tramandaí, Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil

• Autor(a) principal: Calabrezi, Rossandra Firme
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/206794
• topic: Estuários; Pesca; Tramandaí, Rio, Bacia do (RS)

O estudo foi realizado na desembocadura do estuário do rio Tramandaí (29º58’33.93’’S; 50º7’16.78’’W) entre os meses de fevereiro a outubro de 2019. Através de entrevistas semiestruturadas, buscou-se caracterizar o perfil socioeconômico (gênero, idade, escolaridade, renda, etc) dos pescadores, descrever a arte de pesca, além de identificar as espécies e a estrutura de tamanho dos indivíduos capturados pela pesca no estuário. O petrecho de pesca utilizado pelos pescadores é uma rede de elevação composta por um cabo, presa a um cordão de onde partem um sistema de guias conectados a um aro composto por uma rede em forma de saco. Localmente este petrecho é denominado “coca”. Foram analisadas 19 artes de pesca, sendo encontrados dois tipos distintos de cocas: coca de malha grande (CMG) utilizada para a captura de tainha e coca de malha pequena (CMP) utilizada para a captura de atherinopsídeos. Foram entrevistados 19 pescadores de coca, sendo 84% do sexo masculino, residentes dos municípios de Imbé e Tramandaí, possuindo uma faixa etária que variou de 32 a 73 anos, apresentando uma média de 58 anos com desvio padrão de ± 12 anos e uma mediana de 60 anos. A composição da captura pela coca foi composta por 14 espécies e três spp. identificadas a nível de gênero, constituintes de nove famílias. Um total de 759 indivíduos foram capturados, sendo destes 414 amostrados. As espécies consideradas dominantes (abundantes e frequentes) foram: Lycengraulis grossidens (manjuba), Brevoortia pectinata (savelha), Mugil liza (tainha), e o crustáceo Callinectes sapidus (siri-azul). O comprimento total mínimo dos peixes capturados foi 40 mm (Selene vomer) e o comprimento total máximo foi 580 mm (Mugil liza). Todos os indivíduos de Trachinotus marginatus e 63% de Mugil liza exibiram comprimentos totais inferiores a seus respectivos tamanhos médios de primeira maturação sexual (Lm). Considerando o tamanho mínimo permitido de captura, as espécies de Chloroscombrus chrysurus e Mugil curema apresentaram mais de 90% de seus indivíduos capturados abaixo de seu tamanho permitido. A partir dessas informações básicas, é possível a elaboração de um conjunto de normas específicas para esta atividade, como por exemplo, o tamanho de malha permitido para captura de peixes, considerando as espécies-alvo e os diferentes petrechos de pesca utilizados.