Preferência alimentar em relação à idade da folha de Passiflora suberosa Linnaeus e conseqüências no desempenho da larva de Heliconius erato phyllis (Fabricius)

• Main Author: Rodrigues, Daniela
• Publication Date: 1997
• Format: Bachelor thesis
• Language: por
• Source: Repositório Institucional da UFRGS
• Download full: http://hdl.handle.net/10183/275202
• topic: Passiflora suberosa; Heliconius erato phyllis; Hábitos alimentares; Host-plan selection; Passion vine; Heliconian butterflie; Larval performance; Leaf age effect

As fêmeas de Heliconius erato phyllis (Fabricius) (Lepidoptera: Nymphalidae) ovipositam seletivamente na região apical de ramos intactos de Passiflora suberosa Linnaeus (Passifloraceae). Tal comportamento propicia um contato das larvas recém-eclodidas com os tecidos jovens da planta hospedeira. Estas se alimentam de folhas jovens, porém, as implicações desta associação são desconhecidas. Neste estudo, determina-se a idade das folhas usualmente utilizadas pelas larvas, testa-se a existência de preferência alimentar por folhas jovens, a indução de tal preferência e o desempenho destas em relação à idade da folha. Para determinação do padrão alimentar, larvas recém-eclodidas foram dispostas sobre ramos intactos de P. suberosa, e observadas diariamente até o empupamento, sob condições abióticas controladas (25± 1 °C, 75± 5% UR, 14 horas luz/dia). Durante as observações, determinavam-se o ínstar e a idade da folha utilizada. Testes de dupla escolha foram utilizados para avaliar a preferência alimentar, onde ofereciam-se discos de folhas com área conhecida, em igual número quanto à idade (folhas jovens e maduras = tratamentos). Na indução da preferência, testaram-se larvas de quinto ínstar criadas no ínstar precedente tanto em folhas jovens como maduras. A performance das larvas foi avaliada transferindo-se progressivamente larvas de plantas intactas para seccionadas nos diferentes ínstares (cinco tratamentos, dez repetições/tratamento), exceto em relação ao controle (mantidas apenas em plantas intactas). As larvas alimentaram-se continuamente do ápice em direção à base dos ramos. Nos testes de escolha, o consumo foi maior em relação às folhas jovens em todos os ínstares, sendo que não ocorreu indução de preferência alimentar. Larvas criadas inicialmente em folhas jovens tiveram maior sobrevivência e menor tempo de desenvolvimento (100% e 12± 1 dias) quando comparadas àquelas criadas em folhas maduras (30% e 16± 1 dias). Dessa forma, os dados demonstraram que as larvas consomem inicialmente as folhas jovens e que estas são preferidas, independente do ìnstar considerado. Este comportamento garante maior sobrevivência e taxa de desenvolvimento, o que poderia explicar a seleção observada quanto ao substrato de oviposição.