Reflexões sobre as consequências ético-políticas do materialismo de Lucrécio para as ciências

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Rodrigo Lages e
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Baptista, Luis Antonio dos Santos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/188781
Resumo: Este artigo aborda alguns conceitos do materialismo filosófico de Lucrécio, tais como o de “caos laminar”, “caos nuvem” e “clinâmen”, assim como apresentados por Michel Serres, buscando ressaltar as potências não-determinísticas, inventivas ou ficcionais presentes no primeiro materialismo e que foram sobrepujadas no materialismo-dialético por um idealismo tomado de empréstimo do cientificismo do século XIX. Esse resgate de uma visão vitalista do materialismo busca extrair apontamentos éticos, políticos e metodológicos para reverter a sobredeterminação epistêmica dos modos da racionalidade econômica hegemônica calcada na previsão, no controle e na conservação da matéria. Um materialismo, tal qual o de Lucrécio, que não precisa corresponder a leis transcendentes e que é capaz de acolher o incerto e o imprevisível, enseja para o campo da ciência ontologias poiéticas; para o campo da filosofia, epistemologias não representativas e para o campo da política, revoluções do sensível. Em outras palavras, num materialismo que propomos chamar de “ficcional”, ciência, filosofia e política se distinguem, mas não se separam.
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