Em nome da família, pátria e humanidade : a mitologia política da historiografia didática republicana rio-grandense

• Autor(a) principal: Soares, Afonso Corrêa Cavagnoli
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/265526
• topic: Historiografia; Mitologia; Mitos políticos; Imaginário coletivo; Republicanismo; História social; Political mythology; Collective imaginary; Republicanism; Public instruction; Rio-Grandense Republican Party

Nos primeiros anos do governo republicano do Rio Grande do Sul foi estabelecido o Conselho de Instrução Pública, órgão que tinha entre suas atribuições a seleção de livros didáticos para as escolas públicas. Por este Conselho foram selecionados livros que constituíram a historiografia didática republicana rio-grandense, a qual levou às escolas uma série de elementos discursivos e simbólicos alinhados às perspectivas e interesses do governo constituído. Em um contexto de necessidade de legitimação das autoridades políticas perante a população, a historiografia didática se serviu de mitos políticos para a construção de um imaginário social republicano alinhado ao partido governante. O objetivo deste trabalho foi observar a construção dos mitos políticos presentes nas obras didáticas, relatando a forma como a história rio-grandense foi exposta e apropriada no contexto em que estava inserida. Os livros analisados foram História do Rio Grande do Sul para as escolas públicas, de Stella Dantas de Gusmão (1911); Chronologia da Historia Riograndense, de Afonso Guerreiro Lima (1916); e História do Rio Grande do Sul para Ensino Cívico, de João Cândido Maia (1920). Os mitos políticos levantados foram a identificação de reivindicações contemporâneas às fontes, como o republicanismo, o abolicionismo e o federalismo, com a história da população rio-grandense e processos históricos como a Farroupilha; a constituição de um panteão cívico de heróis rio-grandenses republicanos; o silenciamento quanto à presença negra na região; e o ensino das instituições e dos símbolos oficiais em reforço da identificação da população com o governo.