Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/188532 |
Resumo: | O animal estava debilitado, apático, apresentava diarreia escura e fétida e lesões crostosas nos coxins palmares dos membros torácicos e pélvicos, morrendo após tratamento de suporte com antibiótico, anti-inflamatório e fluidoterapia. Na necropsia os intestinos estavam edematosos e avermelhados e o rim direito estava recoberto de material brancacento e esponjoso, com comprometimento de cerca de um terço do órgão. Foi observado, também, um exemplar de Dioctophyma renale, fêmea, livre na cavidade abdominal. Histologicamente havia fusionamento das vilosidades, dilatação das criptas intestinais com enterite linfocítica moderada multifocal e depleção linfoide nos linfonodos mesentéricos. Na técnica de imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo monoclonal anti-Parvovírus canino (Anti-CPV) houve marcação positiva nos enterócitos da base das vilosidades intestinais e na medula óssea, confirmando o diagnóstico de parvovirose. O peritônio sobre o rim direito estava espessado e revestido por células cuboides, formando múltiplas projeções papilares, nas quais observava-se acentuado infiltrado de células gigantes, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e plasmócitos. Entre as projeções papilares havia ovos de Dioctophyma renale, áreas de necrose, calcificação e células gigantes. Conclui-se que a lontra, em função da fragmentação e degradação de seu habitat natural, aproximou-se do centro urbano e contaminou-se com o vírus, o qual é mantido e disseminado por animais domésticos. Por sua vez, a infecção por D. renale pode estar relacionada com a presença de animais domésticos parasitados, os quais eliminam ovos do helminto através da urina contaminando o ambiente, onde coabitam hospedeiros intermediários e paratênicos do parasito. As doenças desses animais podem ser um fator de declínio das populações de animais silvestres e alerta para o risco de spill-over na região. |
id |
UFRGS-2_65347cc50f918f4d72f7a1e3b874ec87 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188532 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Echenique, Joanna Vargas ZilligSoares, Mauro PereiraMascarenhas, Carolina SilveiraBandarra, Paulo MotaMenezes, Paulo Quadros deDriemeier, DavidSchild, Ana Lucia2019-02-02T02:31:55Z20180100-736Xhttp://hdl.handle.net/10183/188532001082925O animal estava debilitado, apático, apresentava diarreia escura e fétida e lesões crostosas nos coxins palmares dos membros torácicos e pélvicos, morrendo após tratamento de suporte com antibiótico, anti-inflamatório e fluidoterapia. Na necropsia os intestinos estavam edematosos e avermelhados e o rim direito estava recoberto de material brancacento e esponjoso, com comprometimento de cerca de um terço do órgão. Foi observado, também, um exemplar de Dioctophyma renale, fêmea, livre na cavidade abdominal. Histologicamente havia fusionamento das vilosidades, dilatação das criptas intestinais com enterite linfocítica moderada multifocal e depleção linfoide nos linfonodos mesentéricos. Na técnica de imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo monoclonal anti-Parvovírus canino (Anti-CPV) houve marcação positiva nos enterócitos da base das vilosidades intestinais e na medula óssea, confirmando o diagnóstico de parvovirose. O peritônio sobre o rim direito estava espessado e revestido por células cuboides, formando múltiplas projeções papilares, nas quais observava-se acentuado infiltrado de células gigantes, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e plasmócitos. Entre as projeções papilares havia ovos de Dioctophyma renale, áreas de necrose, calcificação e células gigantes. Conclui-se que a lontra, em função da fragmentação e degradação de seu habitat natural, aproximou-se do centro urbano e contaminou-se com o vírus, o qual é mantido e disseminado por animais domésticos. Por sua vez, a infecção por D. renale pode estar relacionada com a presença de animais domésticos parasitados, os quais eliminam ovos do helminto através da urina contaminando o ambiente, onde coabitam hospedeiros intermediários e paratênicos do parasito. As doenças desses animais podem ser um fator de declínio das populações de animais silvestres e alerta para o risco de spill-over na região.This study describes a case of parvovirus infection in a river otter (Lontra longicaudis) assisted at the Wildlife Rehabilitation Center and Wildlife Screening Center, Federal University of Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul state, Brazil. Clinical signs included apathy, dark and fetid diarrhea, and crusted lesions on the palmar pads of the fore and hind limbs. The animal died after undergoing support treatment with antibiotics, anti-inflammatory, and fluid therapy. At necropsy, the intestines were reddened and edematous and the right kidney was diminished by one third of its normal size and covered with whitish, spongy material. A female Dioctophyma renale was found free in the abdominal cavity. Histologically, dilatation of the intestinal crypts and fusion and blunting of the intestinal villi were observed. In addition, moderate, multifocal lymphocytic enteritis with lymphoid depletion in Peyer’s patches and mesenteric lymph nodes were present. Immunohistochemistry with anti-canine parvovirus monoclonal antibody (anti-CPV) was strongly positive in the bone marrow cells and enterocytes of the intestinal crypts, confirming the diagnosis of parvovirus infection. The peritoneum on the right kidney was expanded with a cuboidal cell border, forming multiple papillary projections associated with eggs of D. renale and severe inflammatory infiltrate (giant cells, macrophages, lymphocytes, eosinophils, and plasma cells). Areas of necrosis and mineralization were also observed. Due to fragmentation and degradation of its natural habitat, the otter approached the urban area and was contaminated with the virus, which is hosted and disseminated by domestic animals. Infection with D. renale can be associated with the large population of parasitized domestic animals, which eliminate the helminth eggs through urine, contaminating the environment where the parasite intermediate and paratenic hosts co-inhabit. The diseases of these animals can be a decline factor of wild populations that inhabit the region and are an alert to spillover risk.application/pdfengPesquisa veterinária brasileira. Vol. 38, n. 9 (set. 2018), p. 1844-1848Lontra LongicaudisInfecções por ParvoviridaeDoenças parasitárias em animaisDioctophyma renaleHistopatologiaImunohistoquímicaAnimais silvestresRio Grande do SulLontra longicaudisOtterCanine parvovirusDioctophyma renaleParvovirus infectionWildlifeVirosesParasitosesLontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renaleLontra longicaudis de vida livre infectada por parvovirus canino e parasitada por Dioctophyma renale info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001082925.pdf.txt001082925.pdf.txtExtracted Texttext/plain24969http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/2/001082925.pdf.txtefd16b659d700079bdc1a0750c3b0438MD52ORIGINAL001082925.pdfTexto completo (inglês)application/pdf3161289http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/1/001082925.pdfeb070a45491d42e36487ffd9a1938738MD5110183/1885322019-02-03 02:32:01.918831oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188532Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-02-03T04:32:01Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale |
dc.title.alternative.pt.fl_str_mv |
Lontra longicaudis de vida livre infectada por parvovirus canino e parasitada por Dioctophyma renale |
title |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale |
spellingShingle |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale Echenique, Joanna Vargas Zillig Lontra Longicaudis Infecções por Parvoviridae Doenças parasitárias em animais Dioctophyma renale Histopatologia Imunohistoquímica Animais silvestres Rio Grande do Sul Lontra longicaudis Otter Canine parvovirus Dioctophyma renale Parvovirus infection Wildlife Viroses Parasitoses |
title_short |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale |
title_full |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale |
title_fullStr |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale |
title_full_unstemmed |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale |
title_sort |
Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale |
author |
Echenique, Joanna Vargas Zillig |
author_facet |
Echenique, Joanna Vargas Zillig Soares, Mauro Pereira Mascarenhas, Carolina Silveira Bandarra, Paulo Mota Menezes, Paulo Quadros de Driemeier, David Schild, Ana Lucia |
author_role |
author |
author2 |
Soares, Mauro Pereira Mascarenhas, Carolina Silveira Bandarra, Paulo Mota Menezes, Paulo Quadros de Driemeier, David Schild, Ana Lucia |
author2_role |
author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Echenique, Joanna Vargas Zillig Soares, Mauro Pereira Mascarenhas, Carolina Silveira Bandarra, Paulo Mota Menezes, Paulo Quadros de Driemeier, David Schild, Ana Lucia |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Lontra Longicaudis Infecções por Parvoviridae Doenças parasitárias em animais Dioctophyma renale Histopatologia Imunohistoquímica Animais silvestres Rio Grande do Sul |
topic |
Lontra Longicaudis Infecções por Parvoviridae Doenças parasitárias em animais Dioctophyma renale Histopatologia Imunohistoquímica Animais silvestres Rio Grande do Sul Lontra longicaudis Otter Canine parvovirus Dioctophyma renale Parvovirus infection Wildlife Viroses Parasitoses |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Lontra longicaudis Otter Canine parvovirus Dioctophyma renale Parvovirus infection Wildlife Viroses Parasitoses |
description |
O animal estava debilitado, apático, apresentava diarreia escura e fétida e lesões crostosas nos coxins palmares dos membros torácicos e pélvicos, morrendo após tratamento de suporte com antibiótico, anti-inflamatório e fluidoterapia. Na necropsia os intestinos estavam edematosos e avermelhados e o rim direito estava recoberto de material brancacento e esponjoso, com comprometimento de cerca de um terço do órgão. Foi observado, também, um exemplar de Dioctophyma renale, fêmea, livre na cavidade abdominal. Histologicamente havia fusionamento das vilosidades, dilatação das criptas intestinais com enterite linfocítica moderada multifocal e depleção linfoide nos linfonodos mesentéricos. Na técnica de imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo monoclonal anti-Parvovírus canino (Anti-CPV) houve marcação positiva nos enterócitos da base das vilosidades intestinais e na medula óssea, confirmando o diagnóstico de parvovirose. O peritônio sobre o rim direito estava espessado e revestido por células cuboides, formando múltiplas projeções papilares, nas quais observava-se acentuado infiltrado de células gigantes, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e plasmócitos. Entre as projeções papilares havia ovos de Dioctophyma renale, áreas de necrose, calcificação e células gigantes. Conclui-se que a lontra, em função da fragmentação e degradação de seu habitat natural, aproximou-se do centro urbano e contaminou-se com o vírus, o qual é mantido e disseminado por animais domésticos. Por sua vez, a infecção por D. renale pode estar relacionada com a presença de animais domésticos parasitados, os quais eliminam ovos do helminto através da urina contaminando o ambiente, onde coabitam hospedeiros intermediários e paratênicos do parasito. As doenças desses animais podem ser um fator de declínio das populações de animais silvestres e alerta para o risco de spill-over na região. |
publishDate |
2018 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-02-02T02:31:55Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/188532 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0100-736X |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001082925 |
identifier_str_mv |
0100-736X 001082925 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/188532 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
eng |
language |
eng |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Pesquisa veterinária brasileira. Vol. 38, n. 9 (set. 2018), p. 1844-1848 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/2/001082925.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/1/001082925.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
efd16b659d700079bdc1a0750c3b0438 eb070a45491d42e36487ffd9a1938738 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1792790388606500864 |