Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Echenique, Joanna Vargas Zillig
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Soares, Mauro Pereira, Mascarenhas, Carolina Silveira, Bandarra, Paulo Mota, Menezes, Paulo Quadros de, Driemeier, David, Schild, Ana Lucia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/188532
Resumo: O animal estava debilitado, apático, apresentava diarreia escura e fétida e lesões crostosas nos coxins palmares dos membros torácicos e pélvicos, morrendo após tratamento de suporte com antibiótico, anti-inflamatório e fluidoterapia. Na necropsia os intestinos estavam edematosos e avermelhados e o rim direito estava recoberto de material brancacento e esponjoso, com comprometimento de cerca de um terço do órgão. Foi observado, também, um exemplar de Dioctophyma renale, fêmea, livre na cavidade abdominal. Histologicamente havia fusionamento das vilosidades, dilatação das criptas intestinais com enterite linfocítica moderada multifocal e depleção linfoide nos linfonodos mesentéricos. Na técnica de imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo monoclonal anti-Parvovírus canino (Anti-CPV) houve marcação positiva nos enterócitos da base das vilosidades intestinais e na medula óssea, confirmando o diagnóstico de parvovirose. O peritônio sobre o rim direito estava espessado e revestido por células cuboides, formando múltiplas projeções papilares, nas quais observava-se acentuado infiltrado de células gigantes, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e plasmócitos. Entre as projeções papilares havia ovos de Dioctophyma renale, áreas de necrose, calcificação e células gigantes. Conclui-se que a lontra, em função da fragmentação e degradação de seu habitat natural, aproximou-se do centro urbano e contaminou-se com o vírus, o qual é mantido e disseminado por animais domésticos. Por sua vez, a infecção por D. renale pode estar relacionada com a presença de animais domésticos parasitados, os quais eliminam ovos do helminto através da urina contaminando o ambiente, onde coabitam hospedeiros intermediários e paratênicos do parasito. As doenças desses animais podem ser um fator de declínio das populações de animais silvestres e alerta para o risco de spill-over na região.
id UFRGS-2_65347cc50f918f4d72f7a1e3b874ec87
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188532
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Echenique, Joanna Vargas ZilligSoares, Mauro PereiraMascarenhas, Carolina SilveiraBandarra, Paulo MotaMenezes, Paulo Quadros deDriemeier, DavidSchild, Ana Lucia2019-02-02T02:31:55Z20180100-736Xhttp://hdl.handle.net/10183/188532001082925O animal estava debilitado, apático, apresentava diarreia escura e fétida e lesões crostosas nos coxins palmares dos membros torácicos e pélvicos, morrendo após tratamento de suporte com antibiótico, anti-inflamatório e fluidoterapia. Na necropsia os intestinos estavam edematosos e avermelhados e o rim direito estava recoberto de material brancacento e esponjoso, com comprometimento de cerca de um terço do órgão. Foi observado, também, um exemplar de Dioctophyma renale, fêmea, livre na cavidade abdominal. Histologicamente havia fusionamento das vilosidades, dilatação das criptas intestinais com enterite linfocítica moderada multifocal e depleção linfoide nos linfonodos mesentéricos. Na técnica de imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo monoclonal anti-Parvovírus canino (Anti-CPV) houve marcação positiva nos enterócitos da base das vilosidades intestinais e na medula óssea, confirmando o diagnóstico de parvovirose. O peritônio sobre o rim direito estava espessado e revestido por células cuboides, formando múltiplas projeções papilares, nas quais observava-se acentuado infiltrado de células gigantes, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e plasmócitos. Entre as projeções papilares havia ovos de Dioctophyma renale, áreas de necrose, calcificação e células gigantes. Conclui-se que a lontra, em função da fragmentação e degradação de seu habitat natural, aproximou-se do centro urbano e contaminou-se com o vírus, o qual é mantido e disseminado por animais domésticos. Por sua vez, a infecção por D. renale pode estar relacionada com a presença de animais domésticos parasitados, os quais eliminam ovos do helminto através da urina contaminando o ambiente, onde coabitam hospedeiros intermediários e paratênicos do parasito. As doenças desses animais podem ser um fator de declínio das populações de animais silvestres e alerta para o risco de spill-over na região.This study describes a case of parvovirus infection in a river otter (Lontra longicaudis) assisted at the Wildlife Rehabilitation Center and Wildlife Screening Center, Federal University of Pelotas (UFPel), Rio Grande do Sul state, Brazil. Clinical signs included apathy, dark and fetid diarrhea, and crusted lesions on the palmar pads of the fore and hind limbs. The animal died after undergoing support treatment with antibiotics, anti-inflammatory, and fluid therapy. At necropsy, the intestines were reddened and edematous and the right kidney was diminished by one third of its normal size and covered with whitish, spongy material. A female Dioctophyma renale was found free in the abdominal cavity. Histologically, dilatation of the intestinal crypts and fusion and blunting of the intestinal villi were observed. In addition, moderate, multifocal lymphocytic enteritis with lymphoid depletion in Peyer’s patches and mesenteric lymph nodes were present. Immunohistochemistry with anti-canine parvovirus monoclonal antibody (anti-CPV) was strongly positive in the bone marrow cells and enterocytes of the intestinal crypts, confirming the diagnosis of parvovirus infection. The peritoneum on the right kidney was expanded with a cuboidal cell border, forming multiple papillary projections associated with eggs of D. renale and severe inflammatory infiltrate (giant cells, macrophages, lymphocytes, eosinophils, and plasma cells). Areas of necrosis and mineralization were also observed. Due to fragmentation and degradation of its natural habitat, the otter approached the urban area and was contaminated with the virus, which is hosted and disseminated by domestic animals. Infection with D. renale can be associated with the large population of parasitized domestic animals, which eliminate the helminth eggs through urine, contaminating the environment where the parasite intermediate and paratenic hosts co-inhabit. The diseases of these animals can be a decline factor of wild populations that inhabit the region and are an alert to spillover risk.application/pdfengPesquisa veterinária brasileira. Vol. 38, n. 9 (set. 2018), p. 1844-1848Lontra LongicaudisInfecções por ParvoviridaeDoenças parasitárias em animaisDioctophyma renaleHistopatologiaImunohistoquímicaAnimais silvestresRio Grande do SulLontra longicaudisOtterCanine parvovirusDioctophyma renaleParvovirus infectionWildlifeVirosesParasitosesLontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renaleLontra longicaudis de vida livre infectada por parvovirus canino e parasitada por Dioctophyma renale info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001082925.pdf.txt001082925.pdf.txtExtracted Texttext/plain24969http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/2/001082925.pdf.txtefd16b659d700079bdc1a0750c3b0438MD52ORIGINAL001082925.pdfTexto completo (inglês)application/pdf3161289http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/1/001082925.pdfeb070a45491d42e36487ffd9a1938738MD5110183/1885322019-02-03 02:32:01.918831oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188532Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-02-03T04:32:01Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
dc.title.alternative.pt.fl_str_mv Lontra longicaudis de vida livre infectada por parvovirus canino e parasitada por Dioctophyma renale
title Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
spellingShingle Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
Echenique, Joanna Vargas Zillig
Lontra Longicaudis
Infecções por Parvoviridae
Doenças parasitárias em animais
Dioctophyma renale
Histopatologia
Imunohistoquímica
Animais silvestres
Rio Grande do Sul
Lontra longicaudis
Otter
Canine parvovirus
Dioctophyma renale
Parvovirus infection
Wildlife
Viroses
Parasitoses
title_short Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
title_full Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
title_fullStr Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
title_full_unstemmed Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
title_sort Lontra longicaudis infected with canine parvovirus and parasitized by Dioctophyma renale
author Echenique, Joanna Vargas Zillig
author_facet Echenique, Joanna Vargas Zillig
Soares, Mauro Pereira
Mascarenhas, Carolina Silveira
Bandarra, Paulo Mota
Menezes, Paulo Quadros de
Driemeier, David
Schild, Ana Lucia
author_role author
author2 Soares, Mauro Pereira
Mascarenhas, Carolina Silveira
Bandarra, Paulo Mota
Menezes, Paulo Quadros de
Driemeier, David
Schild, Ana Lucia
author2_role author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Echenique, Joanna Vargas Zillig
Soares, Mauro Pereira
Mascarenhas, Carolina Silveira
Bandarra, Paulo Mota
Menezes, Paulo Quadros de
Driemeier, David
Schild, Ana Lucia
dc.subject.por.fl_str_mv Lontra Longicaudis
Infecções por Parvoviridae
Doenças parasitárias em animais
Dioctophyma renale
Histopatologia
Imunohistoquímica
Animais silvestres
Rio Grande do Sul
topic Lontra Longicaudis
Infecções por Parvoviridae
Doenças parasitárias em animais
Dioctophyma renale
Histopatologia
Imunohistoquímica
Animais silvestres
Rio Grande do Sul
Lontra longicaudis
Otter
Canine parvovirus
Dioctophyma renale
Parvovirus infection
Wildlife
Viroses
Parasitoses
dc.subject.eng.fl_str_mv Lontra longicaudis
Otter
Canine parvovirus
Dioctophyma renale
Parvovirus infection
Wildlife
Viroses
Parasitoses
description O animal estava debilitado, apático, apresentava diarreia escura e fétida e lesões crostosas nos coxins palmares dos membros torácicos e pélvicos, morrendo após tratamento de suporte com antibiótico, anti-inflamatório e fluidoterapia. Na necropsia os intestinos estavam edematosos e avermelhados e o rim direito estava recoberto de material brancacento e esponjoso, com comprometimento de cerca de um terço do órgão. Foi observado, também, um exemplar de Dioctophyma renale, fêmea, livre na cavidade abdominal. Histologicamente havia fusionamento das vilosidades, dilatação das criptas intestinais com enterite linfocítica moderada multifocal e depleção linfoide nos linfonodos mesentéricos. Na técnica de imuno-histoquímica (IHQ) com anticorpo monoclonal anti-Parvovírus canino (Anti-CPV) houve marcação positiva nos enterócitos da base das vilosidades intestinais e na medula óssea, confirmando o diagnóstico de parvovirose. O peritônio sobre o rim direito estava espessado e revestido por células cuboides, formando múltiplas projeções papilares, nas quais observava-se acentuado infiltrado de células gigantes, macrófagos, linfócitos, eosinófilos e plasmócitos. Entre as projeções papilares havia ovos de Dioctophyma renale, áreas de necrose, calcificação e células gigantes. Conclui-se que a lontra, em função da fragmentação e degradação de seu habitat natural, aproximou-se do centro urbano e contaminou-se com o vírus, o qual é mantido e disseminado por animais domésticos. Por sua vez, a infecção por D. renale pode estar relacionada com a presença de animais domésticos parasitados, os quais eliminam ovos do helminto através da urina contaminando o ambiente, onde coabitam hospedeiros intermediários e paratênicos do parasito. As doenças desses animais podem ser um fator de declínio das populações de animais silvestres e alerta para o risco de spill-over na região.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-02-02T02:31:55Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/188532
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0100-736X
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001082925
identifier_str_mv 0100-736X
001082925
url http://hdl.handle.net/10183/188532
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Pesquisa veterinária brasileira. Vol. 38, n. 9 (set. 2018), p. 1844-1848
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/2/001082925.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188532/1/001082925.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv efd16b659d700079bdc1a0750c3b0438
eb070a45491d42e36487ffd9a1938738
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1792790388606500864