Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hauck, Simone
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Kruel, Letícia Rosito Pinto, Sordi, Anne Orgler, Sbardellotto, Gabriela, Cervieri, Aline, Moschetti, Laura, Schestatsky, Sidnei Samuel, Freitas, Lucia Helena Machado
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/70170
Resumo: Introdução: A eficácia da psicoterapia psicanalítica foi bem estabelecida através de ensaios clínicos controlados; no entanto, algumas das características individuais que predizem melhores resultados são ainda pouco estudadas. O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre os dados demográficos, o diagnóstico psiquiátrico, a sintomatologia clínica, a qualidade de vida, os critérios de indicação da psicoterapia, o estilo defensivo e o abandono da psicoterapia psicanalítica antes de 3 meses de tratamento. Método: Uma amostra consecutiva de 56 pacientes foi avaliada após a indicação da psicoterapia, através de um protocolo padronizado, do World Health Organization Quality of Life Bref (WHOQOL-Bref), do Self Report Questionnaire, do Defensive Style Questionnaire, da Escala de Funcionamento Defensivo do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 4ª edição, texto revisado (DSM-IV-TR) e da Avaliação do Funcionamento Global (Global Assessment of Functioning), e acompanhada por 3 meses. Resultados: A taxa de abandono foi de 12,5%. Não houve diferença quanto à Avaliação do Funcionamento Global, Self Report Questionnaire e Defensive Style Questionnaire. Os pacientes que abandonaram estavam satisfeitos com sua saúde, apesar da gravidade da sua psicopatologia, mesmo controlando para outras variáveis (p < 0,0001). O grupo que permaneceu em tratamento apresentava melhor adaptação prévia e maior proporção de indivíduos com inteligência estimada como média ou superior (p < 0,05). Maior proporção de pacientes no grupo do abandono foi classificada em níveis imaturos, segundo a Escala de Funcionamento Defensivo do DSM-IV-TR. Conclusões: A gravidade da psicopatologia, isoladamente, não teve associação com o abandono; entretanto, menor nível de insight e defesas mais imaturas (especialmente narcisistas) foram associados a maiores taxas de abandono. Esses aspectos devem ser seriamente considerados, juntamente com as expectativas do paciente quanto ao método analítico, e avaliados criteriosamente antes da indicação.
id UFRGS-2_bdca18bc1a08ff2b2d713484c0392c5c
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/70170
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Hauck, SimoneKruel, Letícia Rosito PintoSordi, Anne OrglerSbardellotto, GabrielaCervieri, AlineMoschetti, LauraSchestatsky, Sidnei SamuelFreitas, Lucia Helena Machado2013-04-11T01:47:22Z20070101-8108http://hdl.handle.net/10183/70170000638802Introdução: A eficácia da psicoterapia psicanalítica foi bem estabelecida através de ensaios clínicos controlados; no entanto, algumas das características individuais que predizem melhores resultados são ainda pouco estudadas. O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre os dados demográficos, o diagnóstico psiquiátrico, a sintomatologia clínica, a qualidade de vida, os critérios de indicação da psicoterapia, o estilo defensivo e o abandono da psicoterapia psicanalítica antes de 3 meses de tratamento. Método: Uma amostra consecutiva de 56 pacientes foi avaliada após a indicação da psicoterapia, através de um protocolo padronizado, do World Health Organization Quality of Life Bref (WHOQOL-Bref), do Self Report Questionnaire, do Defensive Style Questionnaire, da Escala de Funcionamento Defensivo do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 4ª edição, texto revisado (DSM-IV-TR) e da Avaliação do Funcionamento Global (Global Assessment of Functioning), e acompanhada por 3 meses. Resultados: A taxa de abandono foi de 12,5%. Não houve diferença quanto à Avaliação do Funcionamento Global, Self Report Questionnaire e Defensive Style Questionnaire. Os pacientes que abandonaram estavam satisfeitos com sua saúde, apesar da gravidade da sua psicopatologia, mesmo controlando para outras variáveis (p < 0,0001). O grupo que permaneceu em tratamento apresentava melhor adaptação prévia e maior proporção de indivíduos com inteligência estimada como média ou superior (p < 0,05). Maior proporção de pacientes no grupo do abandono foi classificada em níveis imaturos, segundo a Escala de Funcionamento Defensivo do DSM-IV-TR. Conclusões: A gravidade da psicopatologia, isoladamente, não teve associação com o abandono; entretanto, menor nível de insight e defesas mais imaturas (especialmente narcisistas) foram associados a maiores taxas de abandono. Esses aspectos devem ser seriamente considerados, juntamente com as expectativas do paciente quanto ao método analítico, e avaliados criteriosamente antes da indicação.Introduction: The efficacy of psychoanalytic psychotherapy is well established in controlled clinical trials; however, some individual characteristics that predict better outcomes are yet poorly studied. This study aimed at evaluating the association of demographics data, psychiatric diagnosis, clinical impairment, quality of life, aspects of psychotherapy suitability, defensive style and dropout before 3 months. Method: A consecutive sample of 56 subjects was evaluated after psychotherapy indication through a standardized protocol, World Health Organization Quality of Life Bref (WHOQOL-Bref), Self Report Questionnaire, Defensive Style Questionnaire, Scale of Defensive Functioning of Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, fourth edition (DSM-IV-TR) and Global Assessment of Functioning, and followed for 3 months. Results: Dropout rate was 12.5%. There was no difference between groups in respect to Global Assessment of Functioning, Self Report Questionnaire and Defensive Style Questionnaire scores. Dropout patients reported to be satisfied with their health, despite psychopathological severity, even when other variables were controlled (p < 0.0001). The group that remained in psychotherapy was better adjusted before treatment and had average or superior estimated intelligence (p < 0.05). More dropout patients presented lower levels of defensive style, by means of the Scale of Defensive Functioning of DSM-IV-TR. Conclusions: Psychopathology severity alone did not predict dropout. However, patients with lower levels of insight and immature defenses (especially narcissistic) had higher dropout rates. Therefore, such aspects must be seriously considered, along with patients’ expectations about the psychoanalytic method, and should be judiciously assessed before indication.application/pdfporRevista de psiquiatria do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Vol. 29, n. 3 (set./dez. 2007), p. 265-273PsicoterapiaPsicanálisePacientes desistentes do tratamentoResultado do tratamentoMecanismos de defesaQualidade de vidaPsychotherapyPsychoanalysisPatient dropoutTreatment outcomeDefense mechanismsQuality of lifeFatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analíticaFactors related to early dropout in psychoanalytic psychotherapy info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000638802.pdf000638802.pdfTexto completoapplication/pdf429689http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/1/000638802.pdf11b1e0078e28295143bcc5e80cd4b994MD51000638802-02.pdf000638802-02.pdfTexto completo (inglês)application/pdf220074http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/2/000638802-02.pdfa7701390a53882ef9970c4dae291864aMD52TEXT000638802-02.pdf.txt000638802-02.pdf.txtExtracted Texttext/plain36632http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/3/000638802-02.pdf.txtc8054defce2ccbc54ed2ee866fa3c130MD53000638802.pdf.txt000638802.pdf.txtExtracted Texttext/plain41626http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/4/000638802.pdf.txtb3d297df85c0250054bb9ff869bc217cMD54THUMBNAIL000638802.pdf.jpg000638802.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1759http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/5/000638802.pdf.jpg5015e7e13377e4b51b0681f3292fed61MD55000638802-02.pdf.jpg000638802-02.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2250http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/6/000638802-02.pdf.jpgb1e3ebc69c226a9a95424042767e2f04MD5610183/701702018-10-15 08:56:20.641oai:www.lume.ufrgs.br:10183/70170Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-15T11:56:20Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Factors related to early dropout in psychoanalytic psychotherapy
title Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
spellingShingle Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
Hauck, Simone
Psicoterapia
Psicanálise
Pacientes desistentes do tratamento
Resultado do tratamento
Mecanismos de defesa
Qualidade de vida
Psychotherapy
Psychoanalysis
Patient dropout
Treatment outcome
Defense mechanisms
Quality of life
title_short Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
title_full Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
title_fullStr Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
title_full_unstemmed Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
title_sort Fatores associados a abandono precoce do tratamento em psicoterapia de orientação analítica
author Hauck, Simone
author_facet Hauck, Simone
Kruel, Letícia Rosito Pinto
Sordi, Anne Orgler
Sbardellotto, Gabriela
Cervieri, Aline
Moschetti, Laura
Schestatsky, Sidnei Samuel
Freitas, Lucia Helena Machado
author_role author
author2 Kruel, Letícia Rosito Pinto
Sordi, Anne Orgler
Sbardellotto, Gabriela
Cervieri, Aline
Moschetti, Laura
Schestatsky, Sidnei Samuel
Freitas, Lucia Helena Machado
author2_role author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Hauck, Simone
Kruel, Letícia Rosito Pinto
Sordi, Anne Orgler
Sbardellotto, Gabriela
Cervieri, Aline
Moschetti, Laura
Schestatsky, Sidnei Samuel
Freitas, Lucia Helena Machado
dc.subject.por.fl_str_mv Psicoterapia
Psicanálise
Pacientes desistentes do tratamento
Resultado do tratamento
Mecanismos de defesa
Qualidade de vida
topic Psicoterapia
Psicanálise
Pacientes desistentes do tratamento
Resultado do tratamento
Mecanismos de defesa
Qualidade de vida
Psychotherapy
Psychoanalysis
Patient dropout
Treatment outcome
Defense mechanisms
Quality of life
dc.subject.eng.fl_str_mv Psychotherapy
Psychoanalysis
Patient dropout
Treatment outcome
Defense mechanisms
Quality of life
description Introdução: A eficácia da psicoterapia psicanalítica foi bem estabelecida através de ensaios clínicos controlados; no entanto, algumas das características individuais que predizem melhores resultados são ainda pouco estudadas. O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre os dados demográficos, o diagnóstico psiquiátrico, a sintomatologia clínica, a qualidade de vida, os critérios de indicação da psicoterapia, o estilo defensivo e o abandono da psicoterapia psicanalítica antes de 3 meses de tratamento. Método: Uma amostra consecutiva de 56 pacientes foi avaliada após a indicação da psicoterapia, através de um protocolo padronizado, do World Health Organization Quality of Life Bref (WHOQOL-Bref), do Self Report Questionnaire, do Defensive Style Questionnaire, da Escala de Funcionamento Defensivo do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 4ª edição, texto revisado (DSM-IV-TR) e da Avaliação do Funcionamento Global (Global Assessment of Functioning), e acompanhada por 3 meses. Resultados: A taxa de abandono foi de 12,5%. Não houve diferença quanto à Avaliação do Funcionamento Global, Self Report Questionnaire e Defensive Style Questionnaire. Os pacientes que abandonaram estavam satisfeitos com sua saúde, apesar da gravidade da sua psicopatologia, mesmo controlando para outras variáveis (p < 0,0001). O grupo que permaneceu em tratamento apresentava melhor adaptação prévia e maior proporção de indivíduos com inteligência estimada como média ou superior (p < 0,05). Maior proporção de pacientes no grupo do abandono foi classificada em níveis imaturos, segundo a Escala de Funcionamento Defensivo do DSM-IV-TR. Conclusões: A gravidade da psicopatologia, isoladamente, não teve associação com o abandono; entretanto, menor nível de insight e defesas mais imaturas (especialmente narcisistas) foram associados a maiores taxas de abandono. Esses aspectos devem ser seriamente considerados, juntamente com as expectativas do paciente quanto ao método analítico, e avaliados criteriosamente antes da indicação.
publishDate 2007
dc.date.issued.fl_str_mv 2007
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-04-11T01:47:22Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/70170
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0101-8108
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000638802
identifier_str_mv 0101-8108
000638802
url http://hdl.handle.net/10183/70170
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Revista de psiquiatria do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Vol. 29, n. 3 (set./dez. 2007), p. 265-273
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/1/000638802.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/2/000638802-02.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/3/000638802-02.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/4/000638802.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/5/000638802.pdf.jpg
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/70170/6/000638802-02.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 11b1e0078e28295143bcc5e80cd4b994
a7701390a53882ef9970c4dae291864a
c8054defce2ccbc54ed2ee866fa3c130
b3d297df85c0250054bb9ff869bc217c
5015e7e13377e4b51b0681f3292fed61
b1e3ebc69c226a9a95424042767e2f04
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1798487181773242368