Biografias de gravidez e maternidade na adolescência em assentamentos rurais de Encruzilhada do Sul/RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Joannie dos Santos Fachinelli
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/72624
Resumo: Buscou-se conhecer e compreender, através de biografias, as vivências de gestação e maternidade na adolescência em assentamentos rurais no município de Encruzilhada do Sul. O estudo desenvolveu-se a partir de uma abordagem qualitativa, sustentando-se no método biográfico. As testemunhas do estudo foram mulheres que vivenciaram/vivenciam gravidez e maternidade na adolescência. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista biográfica temática, que compuseram 16 ao total. O tratamento dos dados foi realizado por meio da técnica de análise de conteúdo temático. As histórias de vida mostram trajetórias de instabilidade e mudanças constantes, habitação e emprego precários. Observou-se que a quase a totalidade das testemunhas vive em união estável, muitas vezes, originada em consequência da gravidez. Para as adolescentes solteiras, a gravidez ocorreu sem planejamento e foi referida como fruto de “descuido” e desinformação. A aceitação da gravidez pelas famílias das adolescentes está diretamente ligada à condição do companheiro em “assumir” ou não a criança e a adolescente. As mudanças decorrentes da gravidez e maternidade citadas com mais frequência foram a perda de liberdade e o aumento de responsabilidade. Quanto aos planos para o futuro a maioria das entrevistadas citou o desejo de de melhorar as condições materiais em que vivem. Também foi referida a perspectiva de voltar a estudar e de ter trabalho remunerado. Em relação às situações de saúde, observou-se despreparo das testemunhas para realizar ações preventivas de saúde, falta de domínio de informações, e que o acesso a serviços se dá exclusivamente na perspectiva da atenção pré-natal. Considera-se que as adolescentes dos assentamentos estudados vivem situações de precariedade material e de infraestrutura de vida e trabalho. A ausência de políticas públicas e, consequentemente, de serviços dirigidos e adequados às especificidades é outra constatação. Esse cenário pode contribuir para a incidência de gravidez e maternidade precoces, sendo propício à reprodução das condições de pobreza das famílias e desigualdades de gênero nas relações sociofamiliares.
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