A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/79093 |
Resumo: | O vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) possui distribuição mundial e é considerado um dos principais patógenos de bovinos. A infecção e as enfermidades associadas ao BVDV têm sido descritas no Brasil desde os anos 60. Diversos relatos sorológicos, clínico-patológicos e de isolamento do agente demonstram a ampla disseminação da infecção no rebanho bovino brasileiro. Além de sorologia positiva em níveis variáveis em bovinos de corte e leite, anticorpos contra o BVDV têm sido ocasionalmente detectados em suínos, javalis, caprinos, cervos e bubalinos. O BVDV tem sido freqüentemente detectado em fetos abortados, na capa flogística de animais persistentemente infectados (PI) oriundos de rebanhos com problemas reprodutivos, em amostras clínicas e/ou material de necropsia de animais com as mais diversas manifestações clínicas, em sêmen de touros de centrais de inseminação artificial, em fetos saudáveis coletados em matadouros e em soro bovino comercial e/ou cultivos celulares. Aproximadamente 50 isolados do vírus já foram caracterizados genética e/ou antigenicamente, enquanto um número semelhante de amostras aguarda caracterização. A maioria dos isolados caracterizados pertence ao genótipo BVDV-1, biotipo não-citopático (NCP), embora vários isolados de BVDV-2 (e alguns BVDV citopáticos [CP]) já tenham sido identificados. Os isolados brasileiros apresentam grande variabilidade antigênica, além de diferenças antigênicas marcantes quando comparados a cepas vacinais norte-americanas. Algumas vacinas polivalentes (BHV-1, PI-3, BRSV), contendo o BVDV inativado, têm sido utilizadas no rebanho brasileiro. No entanto, o uso de vacinação ainda é incipiente na maioria das regiões; apenas 2,5 milhões de doses foram comercializadas em 2003. A baixa reatividade sorológica cruzada entre os isolados brasileiros e as cepas vacinais tem estimulado laboratórios nacionais a desenvolver vacinas com isolados autóctones de BVDV-1 e 2. O conhecimento sobre a infecção pelo BVDV no Brasil tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, à medida em que cresce o número de laboratórios envolvidos em diagnóstico e pesquisa sobre esse vírus. Diagnóstico sorológico, virológico ou molecular; estudos sobre epidemiologia sorológica e molecular, patogenia e produção de reagentes para diagnósitco têm contribuído para o aumento no conhecimento sobre a infecção pelo BVDV no país. |
id |
UFRGS-2_f54d2ac6c16c62fc45191e480253d8e3 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/79093 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Flores, Eduardo FurtadoWeiblen, RudiVogel, Fernanda Silveira FloresRoehe, Paulo MichelAlfieri, Amauri AlcindoPituco, Edviges Maristela2013-10-15T01:49:05Z20050100-736Xhttp://hdl.handle.net/10183/79093000519704O vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) possui distribuição mundial e é considerado um dos principais patógenos de bovinos. A infecção e as enfermidades associadas ao BVDV têm sido descritas no Brasil desde os anos 60. Diversos relatos sorológicos, clínico-patológicos e de isolamento do agente demonstram a ampla disseminação da infecção no rebanho bovino brasileiro. Além de sorologia positiva em níveis variáveis em bovinos de corte e leite, anticorpos contra o BVDV têm sido ocasionalmente detectados em suínos, javalis, caprinos, cervos e bubalinos. O BVDV tem sido freqüentemente detectado em fetos abortados, na capa flogística de animais persistentemente infectados (PI) oriundos de rebanhos com problemas reprodutivos, em amostras clínicas e/ou material de necropsia de animais com as mais diversas manifestações clínicas, em sêmen de touros de centrais de inseminação artificial, em fetos saudáveis coletados em matadouros e em soro bovino comercial e/ou cultivos celulares. Aproximadamente 50 isolados do vírus já foram caracterizados genética e/ou antigenicamente, enquanto um número semelhante de amostras aguarda caracterização. A maioria dos isolados caracterizados pertence ao genótipo BVDV-1, biotipo não-citopático (NCP), embora vários isolados de BVDV-2 (e alguns BVDV citopáticos [CP]) já tenham sido identificados. Os isolados brasileiros apresentam grande variabilidade antigênica, além de diferenças antigênicas marcantes quando comparados a cepas vacinais norte-americanas. Algumas vacinas polivalentes (BHV-1, PI-3, BRSV), contendo o BVDV inativado, têm sido utilizadas no rebanho brasileiro. No entanto, o uso de vacinação ainda é incipiente na maioria das regiões; apenas 2,5 milhões de doses foram comercializadas em 2003. A baixa reatividade sorológica cruzada entre os isolados brasileiros e as cepas vacinais tem estimulado laboratórios nacionais a desenvolver vacinas com isolados autóctones de BVDV-1 e 2. O conhecimento sobre a infecção pelo BVDV no Brasil tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, à medida em que cresce o número de laboratórios envolvidos em diagnóstico e pesquisa sobre esse vírus. Diagnóstico sorológico, virológico ou molecular; estudos sobre epidemiologia sorológica e molecular, patogenia e produção de reagentes para diagnósitco têm contribuído para o aumento no conhecimento sobre a infecção pelo BVDV no país.Bovine viral diarrhea virus (BVDV) is one of the most important pathogens of cattle worldwide. BVDV infection and associated diseases have been reported in Brazil since the late 1960ties. Several serological, virological, clinical and pathological reports demonstrate the widespread distribution of BVDV infection among Brazilian cattle. In addition to variable levels of positive serology in beef and dairy cattle, BVDV antibodies have been occasionally detected in swine, wild boars, goats, cervids and water buffaloes. BVDV infection has been diagnosed in aborted fetuses, buffy coats of persistently infected (PI) animals, clinical specimens from animals suffering from different clinical syndromes, semen of bulls of artificial insemination (AI) centers, in healthy fetuses and in commercial fetal bovine serum and/or cultured cells. About 50 isolates have been genetically and/or antigenically characterized up to date, whilst roughly an equivalent number of isolates awaits characterization. Most of the characterized isolates belong to BVDV-1 genotype, non-cytopathic (NCP) biotype, yet some BVDV-2 (and some CP BVDV) have been identified as well. Brazilian BVDV isolates display a high antigenic variability and are markedly different from North American vaccine strains. A few inactivated, polyvalent vaccines are currently licensed in the country, yet vaccination is still incipient in many regions: only about 2.5 million doses were marketed in 2003. The low serological cross-reactivity between vaccine strains and field isolates has recently stimulated national industries to develop vaccines containing Brazilian BVDV-1 and BVDV-2 strains. The overall knowledge about BVDV infection in Brazil has grown considerably in the last years, due to an increasing number of laboratories performing diagnosis and research. Studies on the pathogenesis, serological and molecular epidemiology and production of reagents for diagnosis have contributed decisively for the recent growing knowledge on BVDV infections in the country.application/pdfporPesquisa veterinaria brasileira. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 25, n. 3 (jul./set. 2005), p. 125-134VirologiaBovine viral diarrhea virusBVDVEpidemiologyDiagnosticA infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivasBovine viral diarrhea virus (BVDV) infection in Brazil : history, current situation and perspectivesinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000519704.pdf000519704.pdfTexto completoapplication/pdf465113http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/79093/1/000519704.pdfe26a14ef8b677aae4a9a2293d9558421MD51TEXT000519704.pdf.txt000519704.pdf.txtExtracted Texttext/plain60013http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/79093/2/000519704.pdf.txt6d6d50493426bfee543fa114463c856fMD52THUMBNAIL000519704.pdf.jpg000519704.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1577http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/79093/3/000519704.pdf.jpg47e7283256587c907887470b8c0ff988MD5310183/790932019-01-11 04:08:18.367234oai:www.lume.ufrgs.br:10183/79093Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-01-11T06:08:18Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Bovine viral diarrhea virus (BVDV) infection in Brazil : history, current situation and perspectives |
title |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas |
spellingShingle |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas Flores, Eduardo Furtado Virologia Bovine viral diarrhea virus BVDV Epidemiology Diagnostic |
title_short |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas |
title_full |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas |
title_fullStr |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas |
title_full_unstemmed |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas |
title_sort |
A infecção pelo vírus da diarréia viral bovina (BVDV) no Brasil : histórico, situação atual e perspectivas |
author |
Flores, Eduardo Furtado |
author_facet |
Flores, Eduardo Furtado Weiblen, Rudi Vogel, Fernanda Silveira Flores Roehe, Paulo Michel Alfieri, Amauri Alcindo Pituco, Edviges Maristela |
author_role |
author |
author2 |
Weiblen, Rudi Vogel, Fernanda Silveira Flores Roehe, Paulo Michel Alfieri, Amauri Alcindo Pituco, Edviges Maristela |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Flores, Eduardo Furtado Weiblen, Rudi Vogel, Fernanda Silveira Flores Roehe, Paulo Michel Alfieri, Amauri Alcindo Pituco, Edviges Maristela |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Virologia |
topic |
Virologia Bovine viral diarrhea virus BVDV Epidemiology Diagnostic |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Bovine viral diarrhea virus BVDV Epidemiology Diagnostic |
description |
O vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV) possui distribuição mundial e é considerado um dos principais patógenos de bovinos. A infecção e as enfermidades associadas ao BVDV têm sido descritas no Brasil desde os anos 60. Diversos relatos sorológicos, clínico-patológicos e de isolamento do agente demonstram a ampla disseminação da infecção no rebanho bovino brasileiro. Além de sorologia positiva em níveis variáveis em bovinos de corte e leite, anticorpos contra o BVDV têm sido ocasionalmente detectados em suínos, javalis, caprinos, cervos e bubalinos. O BVDV tem sido freqüentemente detectado em fetos abortados, na capa flogística de animais persistentemente infectados (PI) oriundos de rebanhos com problemas reprodutivos, em amostras clínicas e/ou material de necropsia de animais com as mais diversas manifestações clínicas, em sêmen de touros de centrais de inseminação artificial, em fetos saudáveis coletados em matadouros e em soro bovino comercial e/ou cultivos celulares. Aproximadamente 50 isolados do vírus já foram caracterizados genética e/ou antigenicamente, enquanto um número semelhante de amostras aguarda caracterização. A maioria dos isolados caracterizados pertence ao genótipo BVDV-1, biotipo não-citopático (NCP), embora vários isolados de BVDV-2 (e alguns BVDV citopáticos [CP]) já tenham sido identificados. Os isolados brasileiros apresentam grande variabilidade antigênica, além de diferenças antigênicas marcantes quando comparados a cepas vacinais norte-americanas. Algumas vacinas polivalentes (BHV-1, PI-3, BRSV), contendo o BVDV inativado, têm sido utilizadas no rebanho brasileiro. No entanto, o uso de vacinação ainda é incipiente na maioria das regiões; apenas 2,5 milhões de doses foram comercializadas em 2003. A baixa reatividade sorológica cruzada entre os isolados brasileiros e as cepas vacinais tem estimulado laboratórios nacionais a desenvolver vacinas com isolados autóctones de BVDV-1 e 2. O conhecimento sobre a infecção pelo BVDV no Brasil tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, à medida em que cresce o número de laboratórios envolvidos em diagnóstico e pesquisa sobre esse vírus. Diagnóstico sorológico, virológico ou molecular; estudos sobre epidemiologia sorológica e molecular, patogenia e produção de reagentes para diagnósitco têm contribuído para o aumento no conhecimento sobre a infecção pelo BVDV no país. |
publishDate |
2005 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2005 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2013-10-15T01:49:05Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/79093 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0100-736X |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
000519704 |
identifier_str_mv |
0100-736X 000519704 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/79093 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Pesquisa veterinaria brasileira. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 25, n. 3 (jul./set. 2005), p. 125-134 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/79093/1/000519704.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/79093/2/000519704.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/79093/3/000519704.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
e26a14ef8b677aae4a9a2293d9558421 6d6d50493426bfee543fa114463c856f 47e7283256587c907887470b8c0ff988 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1792790239882772480 |