Problemas conceituais da doutrina intelectualista: implicações para algumas explicações cognitivistas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2003 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Psicologia (Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722003000100017 |
Resumo: | A doutrina intelectualista de Descartes consiste, em parte, na crença de que para que as pessoas executem adequadamente uma tarefa, elas devem antes refletir sobre as regras de bom desempenho que se aplicam à tarefa. Neste sentido, um bom desempenho em qualquer tarefa dependeria sempre da consciência, por parte do indivíduo, das prescrições para a ação, sendo consciência entendida como um processo interno, isento de erros quanto à sua capacidade de perceber o fluxo da vida mental, de admitir para si mesmo certas prescrições acerca do que vai ser feito. De acordo com essa interpretação da doutrina, os episódios da vida imaterial, como pensar e julgar, seriam responsáveis pelas ações, os episódios da vida material. Um dos problemas relacionados com esta doutrina intelectualista, de acordo com Ryle, é que muitas ações ditas inteligentes não são precedidas por quaisquer conhecimentos anteriores dos princípios que se lhes aplicam. Outro problema mais relevante se refere ao fato de tal doutrina gerar uma regressão teórica infinita, isto é, se ações inteligentes são necessariamente precedidas por considerações teóricas inteligentes, estas, para serem inteligentes, teriam que ser também precedidas por outras considerações teóricas inteligentes. Visto que a psicologia cognitiva, representada por exemplo por teorias de processamento de informação, sofreu influência da doutrina intelectualista, as críticas mencionadas podem ser também aplicadas a ela. Sugere-se que uma análise dos usos dos conceitos psicológicos na linguagem cotidiana pode ser útil para a solução de algumas dessas dificuldades conceituais. |
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