Estudo farmacognóstico das folhas de cinco plantas medicinais denominadas por boldo

• Autor(a) principal: Santos, Lucas Pereira dos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/16663
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::FARMACIA::FARMACOGNOSIA; Plantas medicinais; Farmacognosia; Farmacobotânica; Peumus; Plants, Medicinal; Pharmacognosy; Pharmacobotanical

O uso racional de plantas medicinais, como matéria-prima de medicamentos, requer o controle de qualidade como insumos farmacêuticos. Para tanto, utiliza-se marcadores morfo-anatômicos das drogas vegetais e características físico-químicas de seus extratos, os quais contribuem na autenticidade das mesmas. Este fato deve-se basicamente pela obtenção de características e de pureza que são específicas para cada droga vegetal e seus produtos, mesmo que sejam de espécies botanicamente muito próximas ou que tenham em comum apenas o nome popular. Este trabalho teve por objetivo a determinação de características farmacognósticas das folhas e dos extratos de cinco espécies de plantas reconhecidas popularmente por “boldo”. Utilizou-se métodos Farmacopeicos para a realização da análise organoléptica, macro e microscópica das folhas de Peumus boldus, Vernonia condensata, Plectranthus amboinicus, Plectranthus barbatus e Plectranthus ornatus, bem como de ensaios físico-químicos dos extratos etanólicos a 70 %, obtidos por maceração a partir das folhas destas plantas. Características farmacobotânicas como os tipos de estômatos, a presença de cristais de oxalato de cálcio no parênquima em diferentes formatos, os variados tricomas tectores e glandulares na epiderme e a conformação dos feixes vasculares no pecíolo se diferenciam nas espécies vegetais deste estudo, assim como a textura, o tamanho, o bordo e a base das folhas. Os extratos apresentaram pH na faixa de 6 e apenas P. boldus apresentou pH 5,3. O conteúdo extrativo foi próximo a 12 % e somente P. boldus atingiu 16 %. A cor dos extratos são diferentes entre si, passando por tons de verde, de marrom e de amarelo. A determinação total de flavonoides, por espectrofotometria, apresentou um perfil próximo para as espécies. Obteve-se uma variação considerável no índice de amargor frente a quinina, com o menor valor no extrato de P. boldus e os maiores valores nos extratos de P. amboinicus e P. ornatus. O índice de intumescência indicou diferença significativa de mucilagens entre essas plantas, obtendo-se maior intumescência em V. condensata e P. barbatus e menor intumescência em P. amboinicus e P boldus. Os ensaios realizados caracterizam-se por serem de baixo custo, requererem tempo reduzido na execução e por demonstrarem alta reprodutibilidade dos dados, características que são importantes na rotina laboratorial. Nas folhas das cinco espécies vegetais em questão, assim como nos seus extratos hidroetanólicos a 70 %, tem-se um número significativo de características farmacognósticas singulares para cada uma das plantas que, ao serem analisadas em conjunto, contribuem de forma consistente na autenticidade e, consequentemente, no controle de qualidade das mesmas como insumos farmacêuticos.