Pesquisas de História Antiga no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Ana Teresa Marques
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Mneme (Caicó. Online)
Texto Completo: https://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/1420
Resumo: Quando propusemos a organizaçáo de um dossiê intitulado “O Mundo Antigo em Perspectiva: Aspectos Culturais e Políticos da Antiguidade Clássica”, pretendíamos fornecer aos leitores da Revista Eletrônica Mneme uma gama de textos referentes às pesquisas mais atuais desenvolvidas no Brasil por especialistas na área da História Antiga. Acreditamos que náo só atingimos nosso objetivo como realizamos a tarefa de congregar artigos produzidos por pesquisadores que realizam suas análises e seus trabalhos acadêmicos em instituições de ensino e pesquisa espalhadas por todo o país. Os textos aqui reunidos demonstram o crescimento do número de antiquistas, sejam latinistas ou helenistas, que têm efetuado suas pesquisas nas mais diversas regiões brasileiras, construindo saber histórico sobre a Antiguidade Clássica de norte a sul do país. A procura por especializaçáo na área tem crescido a olhos vistos, faltando vagas para todos que procuram programas de pós-graduaçáo, nos quais existam docentes que possam orientar pesquisas em História Antiga em nível de Mestrado e/ou Doutorado.  Tal informaçáo revela o momento de expansáo vivido pelo saber concernente ao mundo clássico. Percebeu-se que o estudo da Antiguidade pode auxiliar no entendimento do nosso mundo contemporâneo, pois é a partir do presente que se constroem questões que iráo orientar o trabalho de análise dos documentos produzidos pelas sociedades antigas.  As continuidades e as rupturas se revelam ao se estudar a História da humanidade na longa duraçáo. Homens que parecem a uma primeira vista táo distantes de nós no tempo e no espaço se aproximam quando estudados em seus aspectos culturais. A expansáo de métodos, técnicas, conceitos, objetos, temas e perspectivas trazida pela História Cultural e pela Nova História Política tem promovido os estudos históricos. Novas abordagens, novos termos, novas metodologias de trabalho com os documentos têm possibilitado a renovaçáo historiográfica e a releitura intensiva das fontes. Novos documentos passaram a fazer parte do repertório dos historiadores. Os textos reunidos neste dossiê comprovam estas afirmações. Há artigos que privilegiam a comparaçáo de documentos textuais ou a exploraçáo intensiva de uma determinada fonte escrita. Outros mesclam textos antigos com informações advindas de suportes diversos, como documentos numismáticos, epigráficos e arqueológicos. Náo há fronteiras documentais para a construçáo do saber histórico sobre o passado. A abordagem de um problema a partir de fontes de naturezas diversas enriquece as considerações, permitindo que as hipóteses sejam comprovadas e que novas temáticas sejam estudadas. Os romanos, por exemplo, sáo analisados a partir de judeus romanizados, como na obra de Flávio Josefo, ou de sírios que escreveram em grego em plena constituiçáo imperial romana, como é o caso da obra de Luciano de Samósata. Os conceitos de identidade, imaginário, representaçáo, memória, poder, autoridade e legitimidade, entre outros, marcam as novas concepções políticas e culturais que engendram os novos estudos históricos. Os artigos reunidos neste periódico revelam a cada vez mais intensa articulaçáo dos aspectos econômicos com os sociais, políticos e culturais na análise de temas vinculados à Antiguidade Clássica. A preocupaçáo incessante com os termos utilizados e com a definiçáo de ações por conceitos bem estruturados marcam as pesquisas atuais. Mesmo em textos que privilegiam aspectos militares ou religiosos percebe-se que a cultura, ou seja, a produçáo humana de objetos e de significados deve ser analisada a partir de cânones amplos. O contexto de produçáo do que é inerente ao ser humano auxilia na explicaçáo dos atos empreendidos por este e do sentido dado a eles. Esperamos, assim, estar contribuindo antes de tudo para a divulgaçáo dos resultados de pesquisas sobre o mundo antigo realizadas em solo pátrio, demonstrando de forma cabal sua diversidade e sua seriedade. De igual maneira, gostaríamos de fomentar novas pesquisas pelos exemplos elencados neste dossiê.  Analisar o mundo antigo é uma porta aberta para o conhecimento a respeito dos sentimentos, sensibilidades, formas de vida, maneiras de produçáo e de troca de objetos, que caracterizaram as sociedades complexas clássicas no que elas possuem de mais específico e de mais geral. Como humanos, os seres aqui estudados amaram, lutaram, ambicionaram, conquistaram, perderam, como todos nós. Boa leitura a todos.     Ana Teresa Marques Gonçalves Professora Associada de História Antiga e Medieval na UFG Doutora em História pela USP Bolsista Produtividade do CNPq
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A procura por especializaçáo na área tem crescido a olhos vistos, faltando vagas para todos que procuram programas de pós-graduaçáo, nos quais existam docentes que possam orientar pesquisas em História Antiga em nível de Mestrado e/ou Doutorado.  Tal informaçáo revela o momento de expansáo vivido pelo saber concernente ao mundo clássico. Percebeu-se que o estudo da Antiguidade pode auxiliar no entendimento do nosso mundo contemporâneo, pois é a partir do presente que se constroem questões que iráo orientar o trabalho de análise dos documentos produzidos pelas sociedades antigas.  As continuidades e as rupturas se revelam ao se estudar a História da humanidade na longa duraçáo. Homens que parecem a uma primeira vista táo distantes de nós no tempo e no espaço se aproximam quando estudados em seus aspectos culturais. A expansáo de métodos, técnicas, conceitos, objetos, temas e perspectivas trazida pela História Cultural e pela Nova História Política tem promovido os estudos históricos. Novas abordagens, novos termos, novas metodologias de trabalho com os documentos têm possibilitado a renovaçáo historiográfica e a releitura intensiva das fontes. Novos documentos passaram a fazer parte do repertório dos historiadores. Os textos reunidos neste dossiê comprovam estas afirmações. Há artigos que privilegiam a comparaçáo de documentos textuais ou a exploraçáo intensiva de uma determinada fonte escrita. Outros mesclam textos antigos com informações advindas de suportes diversos, como documentos numismáticos, epigráficos e arqueológicos. Náo há fronteiras documentais para a construçáo do saber histórico sobre o passado. A abordagem de um problema a partir de fontes de naturezas diversas enriquece as considerações, permitindo que as hipóteses sejam comprovadas e que novas temáticas sejam estudadas. Os romanos, por exemplo, sáo analisados a partir de judeus romanizados, como na obra de Flávio Josefo, ou de sírios que escreveram em grego em plena constituiçáo imperial romana, como é o caso da obra de Luciano de Samósata. Os conceitos de identidade, imaginário, representaçáo, memória, poder, autoridade e legitimidade, entre outros, marcam as novas concepções políticas e culturais que engendram os novos estudos históricos. Os artigos reunidos neste periódico revelam a cada vez mais intensa articulaçáo dos aspectos econômicos com os sociais, políticos e culturais na análise de temas vinculados à Antiguidade Clássica. A preocupaçáo incessante com os termos utilizados e com a definiçáo de ações por conceitos bem estruturados marcam as pesquisas atuais. Mesmo em textos que privilegiam aspectos militares ou religiosos percebe-se que a cultura, ou seja, a produçáo humana de objetos e de significados deve ser analisada a partir de cânones amplos. O contexto de produçáo do que é inerente ao ser humano auxilia na explicaçáo dos atos empreendidos por este e do sentido dado a eles. Esperamos, assim, estar contribuindo antes de tudo para a divulgaçáo dos resultados de pesquisas sobre o mundo antigo realizadas em solo pátrio, demonstrando de forma cabal sua diversidade e sua seriedade. De igual maneira, gostaríamos de fomentar novas pesquisas pelos exemplos elencados neste dossiê.  Analisar o mundo antigo é uma porta aberta para o conhecimento a respeito dos sentimentos, sensibilidades, formas de vida, maneiras de produçáo e de troca de objetos, que caracterizaram as sociedades complexas clássicas no que elas possuem de mais específico e de mais geral. Como humanos, os seres aqui estudados amaram, lutaram, ambicionaram, conquistaram, perderam, como todos nós. 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