Fatores preditores da variação espacial na biomassa de peixes recifais ao longo da província brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araujo, Renato Morais
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/128960
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2014.
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spelling Universidade Federal de Santa CatarinaAraujo, Renato MoraisFloeter, Sergio Ricardo2015-02-05T20:32:12Z2015-02-05T20:32:12Z2014328644https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/128960Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2014.Atividades humanas vem alterando a topologia dos ecossistemas recifais, sendo que a atividade pesqueira é responsável pela retirada de vastas quantidades de biomassa de peixes a nível global. Avaliações dos padrões da biomassa de peixes recifais em escala regional tem ajudado a identificar lugares que ainda mantem características pristinas e a dimensionar a influência da pesca em largas escalas espaciais. A Província Brasileira se estende por mais de 4000 km de linha de costa e inclui quatro ilhas oceânicas, contudo ainda é menos ecologicamente conhecida do que outras regiões tropicais. Este trabalho apresenta dados da biomassa de peixes recifais ao longo de toda a Província Brasileira e testa a capacidade de três modelos, os modelos ambiental, de influência humana e o modelo completo em explicá-los. A biomassa disponível (standing biomass) variou em uma escala de 100 vezes entre os sítios de todas as localidades, a maior amplitude de variação já reportada até hoje por um único estudo. Sítios tenderam a se agrupar independentemente da região geográfica em grupos com alta e baixa biomassa tanto por uma perspectiva funcional quanto por uma perspectiva taxonômica. Localidades isoladas ou protegidas, como Alcatrazes, Trindade, Parcel de Manuel Luís e Recifes a Norte de Natal tiveram a maior parte dos sítios com alta biomassa, ao passo que localidades costeiras e acessíveis como Arraial do Cabo, Baía de Todos os Santos, Ilha Grande e a Costa dos Corais tiveram a maior parte dos sítios com baixa biomassa. Abrolhos e Fernando de Noronha, apesar de relativamente isolados e de terem sítios teoricamente protegidos, tiveram baixa biomassa total de de predadores, mostrando limitada efetividade com relação à proteção de espécies alvo da pesca. Em termos funcionais, sítios com alta biomassa tenderam a possuir também alta biomassa de macrocarnívoros, grandes herbívoros e detritívoros e carnívoros de pequeno porte. Esses grupos incluem a maioria dos peixes recifais de grande porte, alto nível trófico e/ou formadores de grandes cardumes e são os alvos preferencias das atividades pesqueiras. Onívoros apresentaram maior biomassa em ilhas oceânicas e em recifes do sul-sudeste e zooplanctívoros nas ilhas oceânicas e em alguns recifes submersos do norte-nordeste. Taxonomicamente, sítios com alta biomassa tenderam também a possuir alta biomassa de Kyphosidae, Labridae e Epinephelidae. Haemulidae esteve associado com a maioria dos sítios costeiros, Pomacanthidae com sítios costeiros do sul-sudeste, Balistidae com ilhas oceânicas e Pomacentridae esteve largamente distribuída. Esses padrões de variação na biomassa disponível foram melhor aproximados pelos modeloscompleto e de influência humana, ao passo que o modelo ambiental não obteve suporte. Distância da costa enquanto medida de isolamento foi a variável mais influente na biomassa de uma forma geral, estando inversamente correlacionada com a intensidade pesqueira. A pesca é provavelmente a influência humana mais destrutiva em assembleias de peixes e os resultados deste trabalho indicam que em comparação a seus efeitos intensos e de larga-escala, variáveis ambientais tiveram limitada influência no contexto deste trabalho sobre peixes de grande porte responsáveis pela maior parte da biomassa disponível. Enquanto membro signatário da COP-10, o Brasil concordou em conservar de maneira efetiva 10% de sua área marinha até 2020. Considerando o ano de 2014, ainda nos encontramos muito longe da meta proposta uma vez que menos de 0.2% de nossa área marinha possui proteção teórica e parte desta é inefetiva na conservação de aspectos do funcionamento ecossistêmico como a biomassa disponível de peixes. De maneira adicional, o presente trabalho discrimina áreas que ainda carregam assembleias de peixes com características conservadas e funcionais, que são ameaçadas pela atividade pesqueira de larga escala e não regulada e não possuem nenhum tipo de proteção oficial.<br>Abstract : Human activities have altered the topology of reef ecosystems with fishing largely withdrawing fish biomass globally. Assessing patterns of reef fish biomass over regional scales has helped to identify places that still maintain pristine characteristics and to dimension large spatial scale influence of fishing. The Brazilian Province stretches for more than 4000 km of coastline and includes four oceanic islands, but is still less ecologically known than other tropical regions. This work presents data of reef fish standing biomass from all over Brazilian Province and tests the capacity of three models, an environmental, a human-influence and the full model in explaining it. Standing biomass varied 100-fold between sites from all localities, the largest range reported to date by a single study. Sites tended to group irrespective of geographic region in low-biomass or high-biomass groups both from a functional and taxonomic point of view. Isolated or protected localities such as Alcatrazes, Trindade, Manuel Luís Reefs and Northern Natal reefs had most of high biomass sites, while accessible and coastal places such as Arraial do Cabo, Todos os Santos Bay, Ilha Grande and Coral Coast had most of the low biomass ones. Abrolhos and Fernando de Noronha, despite being relatively isolated and having sites theoretically protected, had low total and predator biomass, showing limited effectivity for the protection of target species. Functionally, high-biomass sites tended to have also high biomass of macrocarnivores, large herbivores and detritivores and lower-level carnivores. These include most large-bodied, high trophic level and/or large shoaling reef fishes, the ones preferentially targeted by fisheries. Omnivores presented more biomass in oceanic islands and south-southeastern reefs and zooplanktivores in oceanic islands and some submerged north-northeastern reefs. Taxonomicaly, high-biomass sites tended also to have high biomass of Kyphosidae, Labridae and Epinephelidae. Haemulidae was associated with most coastal sites, Pomacanthidae with coastal southeastern sites, Balistidae with oceanic islands and Pomacentridae was widely distributed. These variation patterns in standing biomass were better approached by both the full and the human-influence models with no support for environmental model at all. Distance from the coast as a measure of isolation was the most influential variable on overall biomass, and correlates inversely with fishing intensity. Fishing is probably the most destructive human influence on fish assemblages and results indicate that, comparing to its intense and large-scale effects, environmental variables have limited influence on large-bodied fishesresponsible for most of standing biomass in the context of this study. As a signatory member of the COP-10, Brazil agreed to effectively conserve 10% of its marine environment by 2020. As of 2014 we are still very far from the proposed target, since we have less than 0.2% of area with theoretical protection and some of it is clearly ineffective in conserving ecosystem functioning aspects such as fish standing biomass. Moreover, this work points out other areas that still carry functional fish assemblages with conserved characteristics that are threatenned by large-scale unregulated fishing and have no official protection.100 p.| il., tabs.porEcologiaPeixePopulaçãoPescaRecifes e ilhas de coralEcologia marinhaFatores preditores da variação espacial na biomassa de peixes recifais ao longo da província brasileirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINAL328644.pdfapplication/pdf1735995https://repositorio.ufsc.br/bitstream/123456789/128960/1/328644.pdf55533dc8f357e6b997d6dc79bc33c907MD51123456789/1289602015-02-05 18:32:12.743oai:repositorio.ufsc.br:123456789/128960Repositório de PublicaçõesPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732015-02-05T20:32:12Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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