Influência das múltiplas escalas espaciais na estrutura e função da macrofauna bêntica de manguezais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Freitas, Ricardo Franco
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFSC
Texto Completo: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/221995
Resumo: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2020.
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spelling Influência das múltiplas escalas espaciais na estrutura e função da macrofauna bêntica de manguezaisEcologiaEcologia dos manguezaisGeomorfologiaManguezaisTese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2020.Os manguezais ocorrem ao longo de regiões tropicais e subtropicais, diferenciando em função da geomorfogia costeira, fluxo de energia, padrões de estrutura da floresta e distribuição das espécies. A comunidade bêntica macrofaunal presente nesses ambientes é influenciada pelas suas propriedades ambientais, vegetação e solo em distintas escalas espaciais. A combinação de fatores de maior escala, como a descarga de rios e amplitude de marés, é capaz de originar diferentes ambientes geomorfológicos costeiros (coastal settings, como os deltas e estuários e, ao mesmo tempo, podem afetar a estrutura e função macrofaunal. Apesar da árvore de mangue ser capaz de alocar uma larga proporção (~60%) de sua biomassa total para as raízes subterrâneas, pouco se sabe da sua interação com a macrofauna bêntica em escala local. Essa concentração de biomassa radicular influencia os fluxos de água, carbono e nutrientes do solo, bem como a riqueza, abundância e atributos funcionais da macrofauna de manguezais. No entanto, as contribuições relativas aos fatores de pequena e grande escala espacial na caracterização de comunidades macrofaunais ainda são pouco compreendidas. O objetivo geral da tese foi avaliar a estrutura e função da comunidade bêntica macrofaunal de manguezais em pequenas e largas escalas espaciais ao longo da costa brasileira, assim como determinar a influência de diferentes parâmetros ambientais e da vegetação de manguezais na comunidade bêntica. No primeiro capítulo, avaliamos a estrutura e função da comunidade macrofaunal em múltiplas escalas espaciais em manguezais brasileiros sob a influência de distintos ambientes geomorfológicos costeiros (estuário, delta dominado por ondas e delta dominado por marés). Os resultados demostraram que a temperatura do ar e descarga dos rios variaram significativamente (p < 0,05) entre os coastal settings, além de terem sido os fatores que mais influenciaram na riqueza (33%) e diversidade (30%) da comunidade macrofaunal em escalas espaciais maiores. Já as propriedades da vegetação e do solo de mangues estavam mais relacionadas às características funcionais dos anelídeos, contribuindo cerca de 30% em escalas espaciais menores. Os anelídeos com maior complexidade morfológica no corpo (e.g., parapódios e tentáculos bem desenvolvidos) predominaram em manguezais com baixa biomassa de raízes subsuperficiais. Por outro lado, anelídeos com corpos finos e alongados ocorreram com maior frequência em manguezais com maior densidade de raízes subsuperficiais. No segundo capítulo, avaliamos as estruturas aéreas e subterrâneas das plantas de mangues, as propriedades do sedimento e suas relações com a estrutura e função da assembleia macrofaunal em função da profundidade do solo e distância de troncos de árvores em manguezais na Ilha de Santa Catarina. Os resultados desse capítulo destacaram que a estrutura e função das assembleias macrofaunais de manguezais variaram significativamente (p < 0,05) em função da distância dos troncos das árvores e ao longo dos estratos verticais do solo. A maior parte dos táxons faunais ocorreu nas camadas superficiais do solo (0 - 5 cm) e próximas a troncos (até 0,3 m de distância), onde tiveram uma maior proporção de raízes grossas e substratos menos coesivos, oferecendo condições favoráveis para esses organismos. A assembleia macrofaunal esteve mais associada com as alterações na complexidade dos sistemas radiculares, representadas por variações nas raízes grossas e finas de bosques de mangues. Por fim, foi verificado nessa tese que a estrutura e função da macrofauna de manguezais são altamente dependentes da escala espacial.Abstract: Mangroves occur along tropical and subtropical regions, where they differ according to coastal geomorphology, energy flow, patterns of forest structure and species distribution. The benthic macrofaunal community is influenced by environmental, vegetation and soil properties in these environments at different spatial scales. The combination of larger scale factors, such as river discharge and tidal amplitude, is capable of originating different coastal settings, such as deltas and estuaries, as well as they may affect the macrofaunal structure and function. Despite the mangrove tree is able to allocate a large proportion (~ 60%) of its total biomass to the underground roots, little is known about their interaction with benthic macrofauna at local scales. This concentration of root biomass influences water, carbon and nutrientes flows of the soil, as well as the richness, abundance and functional traits of the mangrove macrofauna. However, the relative contributions of factors of small- and large- spatial scale in the characterization of macrofaunal communities are still poorly understood. The main objective of this dissertation was to evaluate the structure and function of the mangrove macrofaunal community at small and large spatial scales along the Brazilian coast, as well as determining the influence of different environmental properties and mangrove vegetation on the benthic community. In the first chapter, we evaluated the structure and function of the macrofaunal community at multiple spatial scales in Brazilian mangroves under the influence of different coastal settings (estuary, wave-dominated delta and tide-dominated delta). The results showed that the air temperature and runoff varied significantly (p < 0.05) between coastal settings, in addition to being the factors that most influenced the species richness (33%) and diversity (30%) of the macrofaunal community at larger spatial scales. The properties of mangrove vegetation and soil were more related to the functional traits of annelids, contributing about 30% at smaller spatial scales. Annelids with greater morphological complexity in the body (e.g. well developed parapodia and tentacles) predominated in mangroves with low subsurface root biomass. On the other hand, annelids with slender and cylindrical forms occurred more frequently in mangroves with higher subsurface root biomass. In the second chapter, we evaluated the above- and belowground structures of mangrove plants, sediment properties, algal cover and their relationship with the structure and function of the macrofaunal assemblage as a function of soil stratum and distance from tree trunks in mangroves on the island of Santa Catarina. The results of this chapter highlighted that the structure and function of the mangrove macrofaunal assemblages varied significantly (p <0.05) depending on the distance from the tree trunks and along the vertical strata of the soil. Most of the benthic taxa occurred in the upper layers of the soil (0 - 5 cm) and near trunks (up to 0.3 m away), where they had a higher proportion of fine roots and less cohesive substrate, offering favorable conditions for these organisms. The macrofaunal assemblage was more associated with changes in the complexity of root systems, represented by variations in the coarse and fine roots of mangrove forests. Finally, it was verified in this dissertation that the structure and function of the mangrove macrofauna are highly dependent on the spatial scale.Alves, Paulo Roberto PagliosaUniversidade Federal de Santa CatarinaFreitas, Ricardo Franco2021-04-12T18:33:11Z2021-04-12T18:33:11Z2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis114 p.| il., gráfs., tabs.application/pdf371619https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/221995porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2021-04-12T18:33:11Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/221995Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732021-04-12T18:33:11Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
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