Efeitos dos neurolépticos atípicos ziprasidona e amisulprida em modelos animais de discinesia tardia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Rita de Cassia [UNIFESP]
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/9430
Resumo: A discinesia tardia é o principal efeito colateral do tratamento prolongado com neurolépticos típicos. Sua fisiopatologia tem sido relacionada tanto ao desenvolvimento de supersensibilidade dopaminérgica estriatal quanto a um aumento de estresse oxidativo. Os neurolépticos atípicos, mais recentes, estão associados a um menor risco de desenvolvimento de discinesia tardia. Nesse contexto, o objetivo dessa tese foi verificar os efeitos de diferentes doses dos neurolépticos atípicos ziprasidona (antagonista 5-HT2 e D2) e amisulprida (antagonista D2) em induzir per se discinesia orofacial , e em alterar a expressão e/ou o desenvolvimento de discinesia orofacial induzida por reserpina ou haloperidol em camundongos, dois modelos experimentais de discinesia tardia. Além disso, procuramos verificar se os efeitos desses neurolépticos atípicos estariam relacionados a alterações no desenvolvimento de supersensibilidade dopaminérgica nigroestriatal, avaliada por meio do comportamento estereotipado induzido pelo agonista dopaminérgico apomorfina. Diferentemente da reserpina e do haloperidol, o tratamento com os neurolépticos atípicos não induziu per se discinesia orofacial ou supersensibilidade dopaminérgica. A administração aguda desses neurolépticos atenuou ou reverteu a expressão da discinesia orofacial induzida por reserpina ou haloperidol. A administração repetida e concomitante de ziprasidona (mas não de amisulprida) atenuou ou reverteu o desenvolvimento de discinesia orofacial induzida por reserpina ou haloperidol, mas não a supersensibilidade dopaminérgica induzida por essas drogas. Por fim, verificamos também que os efeitos inibitórios da ziprasidona e da amisulprida sobre as discinesias orofaciais não se devem a modificações generalizadas na atividade motora. Tais resultados estão de acordo com diversos estudos clínicos que sugerem uma menor prevalência de discinesia tardia em pacientes esquizofrênicos tratados com ziprasidona ou amisulprida. Além disso, sob uma perspectiva clínica, nossos resultados sugerem que o tratamento concomitante com alguns neurolépticos atípicos, como a ziprasidona, poderia atenuar o desenvolvimento de discinesia tardia causado pelo tratamento com neurolépticos típicos.
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Nesse contexto, o objetivo dessa tese foi verificar os efeitos de diferentes doses dos neurolépticos atípicos ziprasidona (antagonista 5-HT2 e D2) e amisulprida (antagonista D2) em induzir per se discinesia orofacial , e em alterar a expressão e/ou o desenvolvimento de discinesia orofacial induzida por reserpina ou haloperidol em camundongos, dois modelos experimentais de discinesia tardia. Além disso, procuramos verificar se os efeitos desses neurolépticos atípicos estariam relacionados a alterações no desenvolvimento de supersensibilidade dopaminérgica nigroestriatal, avaliada por meio do comportamento estereotipado induzido pelo agonista dopaminérgico apomorfina. Diferentemente da reserpina e do haloperidol, o tratamento com os neurolépticos atípicos não induziu per se discinesia orofacial ou supersensibilidade dopaminérgica. A administração aguda desses neurolépticos atenuou ou reverteu a expressão da discinesia orofacial induzida por reserpina ou haloperidol. A administração repetida e concomitante de ziprasidona (mas não de amisulprida) atenuou ou reverteu o desenvolvimento de discinesia orofacial induzida por reserpina ou haloperidol, mas não a supersensibilidade dopaminérgica induzida por essas drogas. Por fim, verificamos também que os efeitos inibitórios da ziprasidona e da amisulprida sobre as discinesias orofaciais não se devem a modificações generalizadas na atividade motora. Tais resultados estão de acordo com diversos estudos clínicos que sugerem uma menor prevalência de discinesia tardia em pacientes esquizofrênicos tratados com ziprasidona ou amisulprida. Além disso, sob uma perspectiva clínica, nossos resultados sugerem que o tratamento concomitante com alguns neurolépticos atípicos, como a ziprasidona, poderia atenuar o desenvolvimento de discinesia tardia causado pelo tratamento com neurolépticos típicos.Tardive dyskinesia - the main side effect of long-term treatment with typical neuroleptics - has been related to nigrostriatal dopaminergic supersensitivity. Treatment with atypical neuroleptics is associated with a decreased risk for development of tardive dyskinesia. The aim of the present study was to verify the effects of several doses the atypical neuroleptics ziprasidone (antagonist 5-HT2 and D2) and amisulpride (antagonist D2) on the development of orofacial dyskinesia per se, or induced by reserpine or haloperidol in mice (two animal models of tardive dyskinesia). In addition, we also verified a possible association between these effects and the development of nigrostriatal dopaminergic supersensitivity (evaluated by an increase in stereotyped behavior induced by a dopaminergic agonist). Opposite to reserpine and haloperidol, ziprasidone and amisulpride treatments were not able to induce either orofacial dyskinesia or nigrostriatal dopaminergic supersensitivity. Acute administration of these neuroleptics inhibited reserpine- and haloperidol-induced orofacial dyskinesia. Concomitant treatment with ziprasidone (but not amisulpride) impaired the development of reserpine- and haloperidol-induced orofacial dyskinesias but not the dopaminergic supersensitivity induced by these drugs. Finally, these effects are not related to inespecific changes on motor activity. Our results strengthen the alleged lower risk of tardive dyskinesia presented by atypical neuroleptics. More importantly, the antidyskinetic property of ziprasidone supports the potential therapeutic use of some atypical neuroleptics to prevent the development of tardive dyskinesia.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)TEDEBV UNIFESP: Teses e dissertaçõesporUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Discinesia OrofacialNeurolépticosDopaminaModelos AnimaisEfeitos dos neurolépticos atípicos ziprasidona e amisulprida em modelos animais de discinesia tardiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de Medicina (EPM)Farmacologia - EPMORIGINALTese-9662.pdfTese-9662.pdfapplication/pdf639790${dspace.ui.url}/bitstream/11600/9430/1/Tese-9662.pdf6947073535b41c7cd81b5209f3531c9fMD51open access11600/94302023-02-07 08:39:32.989open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/9430Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-25T12:32:20.813015Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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