Astrocitoma pilocítico em adultos: análise de uma série brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Boschetti, Gabriela [UNIFESP]
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8001242
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59925
Resumo: Objetivo: Descrever uma coorte nacional de pacientes adultos (≥ 18 anos) com AP e comparar com a literatura disponível. Método: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo. Foram avaliados todos os pacientes com 18 anos ou mais, com diagnóstico de astrocitoma pilocítico registrados no banco de dados do Serviço de Neuro-Oncologia da Universidade Federal de São Paulo de 1991 até 2018. Foram analisadas informações referentes à apresentação clínica, localização, características radiológicas, grau de ressecção, modalidades de tratamento e evolução. Resultados: Vinte e três pacientes com AP foram analisados: 60,9% homens; mediana de idade no diagnóstico de 26 anos (variação de 18 a 51). A mediana de tempo entre o primeiro sintoma e o diagnóstico foi de 7,9 meses (variação de 1 a 246) e o primeiro sintoma mais frequente foi cefaleia (34,8%), seguida por crise convulsiva (26,1%). As regiões temporal e parietal foram as localizações mais comuns, representando 21,7% cada, e a presença de realce por gadolínio ocorreu em 90,9% dos pacientes. Todos os pacientes foram submetidos a procedimento cirúrgico: ressecção radical em 40,9%, ressecção parcial em 22,7% e biópsia em 27,3%. Três pacientes não possuíam registro confiável acerca do grau da primeira ressecção, incluindo o único paciente que morreu. Tratamento adjuvante com radioterapia foi realizado em apenas um paciente, após ressecção radical, e quimioterapia em outro paciente, após biópsia. Apenas quatro pacientes apresentaram progressão da doença, dois após ressecção radical e dois após ressecção parcial. Três destes pacientes perderam segmento, mas permaneciam vivos e sem evidência de nova progressão na última avaliação documentada, após 9, 6 e 2 anos de acompanhamento. Já o quarto paciente, permanece vivo com doença estável até a data de fechamento do estudo (31 de Outubro de 2018). A mediana de sobrevida global não foi atingida após uma mediana de acompanhamento de 88,9 meses (variação de 1,9 a 330,4). Conclusão: Com base na literatura disponível, esta é a primeira série brasileira de astrocitoma pilocítico em adultos com longo tempo de seguimento. A evolução e o prognóstico foram favoráveis, tal qual reportado nas revisões recentes da literatura. A localização supratentorial foi predominante, especialmente no lobo temporal. Embora os demais estudos destaquem o grau de ressecção como o principal fator prognóstico para estes pacientes, não pudemos detectar relação estatisticamente significativa entre a localização da lesão ou grau de ressecção e a ocorrência de progressão, possivelmente pelo número reduzido de pacientes. Novos estudos, com populações maiores, e estudos moleculares são necessários para elucidar as características clinicas e patológicas, evolução e melhor abordagem terapêutica para o AP em adultos.
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Foram avaliados todos os pacientes com 18 anos ou mais, com diagnóstico de astrocitoma pilocítico registrados no banco de dados do Serviço de Neuro-Oncologia da Universidade Federal de São Paulo de 1991 até 2018. Foram analisadas informações referentes à apresentação clínica, localização, características radiológicas, grau de ressecção, modalidades de tratamento e evolução. Resultados: Vinte e três pacientes com AP foram analisados: 60,9% homens; mediana de idade no diagnóstico de 26 anos (variação de 18 a 51). A mediana de tempo entre o primeiro sintoma e o diagnóstico foi de 7,9 meses (variação de 1 a 246) e o primeiro sintoma mais frequente foi cefaleia (34,8%), seguida por crise convulsiva (26,1%). As regiões temporal e parietal foram as localizações mais comuns, representando 21,7% cada, e a presença de realce por gadolínio ocorreu em 90,9% dos pacientes. Todos os pacientes foram submetidos a procedimento cirúrgico: ressecção radical em 40,9%, ressecção parcial em 22,7% e biópsia em 27,3%. Três pacientes não possuíam registro confiável acerca do grau da primeira ressecção, incluindo o único paciente que morreu. Tratamento adjuvante com radioterapia foi realizado em apenas um paciente, após ressecção radical, e quimioterapia em outro paciente, após biópsia. Apenas quatro pacientes apresentaram progressão da doença, dois após ressecção radical e dois após ressecção parcial. Três destes pacientes perderam segmento, mas permaneciam vivos e sem evidência de nova progressão na última avaliação documentada, após 9, 6 e 2 anos de acompanhamento. Já o quarto paciente, permanece vivo com doença estável até a data de fechamento do estudo (31 de Outubro de 2018). A mediana de sobrevida global não foi atingida após uma mediana de acompanhamento de 88,9 meses (variação de 1,9 a 330,4). Conclusão: Com base na literatura disponível, esta é a primeira série brasileira de astrocitoma pilocítico em adultos com longo tempo de seguimento. A evolução e o prognóstico foram favoráveis, tal qual reportado nas revisões recentes da literatura. A localização supratentorial foi predominante, especialmente no lobo temporal. Embora os demais estudos destaquem o grau de ressecção como o principal fator prognóstico para estes pacientes, não pudemos detectar relação estatisticamente significativa entre a localização da lesão ou grau de ressecção e a ocorrência de progressão, possivelmente pelo número reduzido de pacientes. Novos estudos, com populações maiores, e estudos moleculares são necessários para elucidar as características clinicas e patológicas, evolução e melhor abordagem terapêutica para o AP em adultos.Objective: To describe a national cohort of ≥18 year-old patients with PA and compare with the available literature. Method: We retrospectively review all patients ≥18 year-old with PA from our Neuro Oncology database at the Universidade Federal de São Paulo from 1991 to 2018. We analyzed data regarding clinical presentation, location, imaging features, extent of resection, adjuvant treatments and follow-up. Results: Twenty- three patients with PA were analyzed: 60.9% male; median age 26 years (range 18 to 51). Median time between first symptom and surgery was 7.9 months (range 1 to 246) and the most frequent symptoms were headache (34.8%) and seizure (26.1%). Temporal and parietal lobes were the most common locations, 21.7% each, and gadolinium enhancement was present in 90.9% of all patients. All patients underwent surgical procedure: gross total resection in 40.9%, subtotal resection in 22.7% and biopsy in 27.3%. Three patients had no information regarding the extent of the first resection, including the one who died. Adjuvant treatment with RT was performed in one patient after gross total resection and QT in one patient after biopsy. Four patients had disease progression, two after gross total resection and two after partial. They were all alive and with stable disease at the last follow-up (October 2018). Median overall survival was not reached after a median follow-up time of 88.9 months (range 1.9 to 330.4). Conclusion: According to available literature, this is the first Brazilian series regarding pilocytic astrocytomas in adults with long-term follow up. We observed a favorable outcome as reported in recent literature reviews. The most frequent location was supratentorial region, especially temporal lobe. Although according to literature, the extent of resection remains as the most important prognostic factor in these patients, we could not detect significant relationship among location or extent of resection and progression, possibly due to the reduced number of patients. Further studies, with bigger cohorts, and molecular analyses are needed to elucidate clinical features and the optimal management of adult PA.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2019)35 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)AstrocitomaAdultoGliomaNeoplasias EncefálicasAstrocytomaAdultGliomaBrain TumorAstrocitoma pilocítico em adultos: análise de uma série brasileiraAdult pilocytic astrocytomas: a Brazilian seriesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de MedicinaNeurologia - NeurociênciasNeurologiaInvestigações Clínicas Em Doenças NeurológicasORIGINALGabriela Boschetti-A.pdfGabriela Boschetti-A.pdfapplication/pdf2075303${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59925/1/Gabriela%20Boschetti-A.pdf07d3663abcb098158ed73044651e1ae2MD51open access11600/599252023-08-02 15:57:10.398open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/59925Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-08-02T18:57:10Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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