Doença de Behçet na infância

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Albuquerque, Patrícia R. de [UNIFESP]
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP], Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP], Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1393
http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200011
Resumo: Objetivo: conscientizar os pediatras sobre o fato de que, mesmo sendo uma vascullite de ocorrência rara na infância, a Doença de Behçet deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de estomatites recorrentes. Casuística e método: foram avaliados, retrospectivamente, os prontuários de 7 pacientes atendidos no ambulatório de Reumatologia Pediátrica da UNIFESP-EPM, no período de junho de 1996 a dezembro de 2000. Foram estudados os dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, de evolução e de tratamento.Resultados: dos 7 pacientes, 5 eram do sexo feminino (71,4%), 4 da raça não caucasóide (57,1%), com idade média de início de doença de 8 anos e 11 meses (variação de 6 meses a 13 anos e 8 meses), tempo médio de diagnóstico de 2 anos e 3 meses (variação de 2 meses a 8 anos) e tempo médio de evolução de 4 anos e 2 meses (3 pacientes sem seguimento). Os critérios maiores de diagnóstico foram: úlceras orais em 7 pacientes (100%), úlceras genitais em 3 pacientes (42,8%), alterações oftalmológicas em 4 pacientes (57,1%), vasculite cutânea em 1 paciente (14,2%) e teste de patergia positivo em 1 paciente (14,2%). Os critérios menores de diagnóstico foram: artralgia/artrite em 5 pacientes (71,4%), história familiar em 2 pacientes (28,5%) e trombose do seio sagital em 1 paciente (14,2%). Os sintomas iniciais incluíram estomatites recorrentes (mais de 3 episódios de aftas dolorosas no período de 1 ano), úlceras genitais, artralgias, febre e perda de peso. Os achados laboratoriais mostraram discreta anemia em 1/6 pacientes, VHS>25 em 3/6 pacientes, hipergamaglobulina em 2/4 pacientes, presença do antígeno de histocompatibilidade B5 em apenas 2/7 pacientes. O tratamento constou de corticoesteróides em 5/7 pacientes (4 VO, 1 EV e 1 uso tópico), talidomida em 4/7 pacientes, colchicina em 2/7 pacientes e dapsona em 1/7 pacientes. A resposta foi favorável em 4/6, porém recorrente em 3/6 pacientes.Conclusão: nossos resultados confirmam a importância de considerar o diagnóstico de doença de Behçet em regiões com úlceras orais e genitais, especialmente úlceras orais recorrentes.
id UFSP_e08d0376bce27ffe33e9aa1cb17e382f
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/1393
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Albuquerque, Patrícia R. de [UNIFESP]Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)2015-06-14T13:29:39Z2015-06-14T13:29:39Z2002-04-01Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 2, p. 128-132, 2002.0021-7557http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1393http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200011S0021-75572002000200011.pdfS0021-7557200200020001110.1590/S0021-75572002000200011Objetivo: conscientizar os pediatras sobre o fato de que, mesmo sendo uma vascullite de ocorrência rara na infância, a Doença de Behçet deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de estomatites recorrentes. Casuística e método: foram avaliados, retrospectivamente, os prontuários de 7 pacientes atendidos no ambulatório de Reumatologia Pediátrica da UNIFESP-EPM, no período de junho de 1996 a dezembro de 2000. Foram estudados os dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, de evolução e de tratamento.Resultados: dos 7 pacientes, 5 eram do sexo feminino (71,4%), 4 da raça não caucasóide (57,1%), com idade média de início de doença de 8 anos e 11 meses (variação de 6 meses a 13 anos e 8 meses), tempo médio de diagnóstico de 2 anos e 3 meses (variação de 2 meses a 8 anos) e tempo médio de evolução de 4 anos e 2 meses (3 pacientes sem seguimento). Os critérios maiores de diagnóstico foram: úlceras orais em 7 pacientes (100%), úlceras genitais em 3 pacientes (42,8%), alterações oftalmológicas em 4 pacientes (57,1%), vasculite cutânea em 1 paciente (14,2%) e teste de patergia positivo em 1 paciente (14,2%). Os critérios menores de diagnóstico foram: artralgia/artrite em 5 pacientes (71,4%), história familiar em 2 pacientes (28,5%) e trombose do seio sagital em 1 paciente (14,2%). Os sintomas iniciais incluíram estomatites recorrentes (mais de 3 episódios de aftas dolorosas no período de 1 ano), úlceras genitais, artralgias, febre e perda de peso. Os achados laboratoriais mostraram discreta anemia em 1/6 pacientes, VHS>25 em 3/6 pacientes, hipergamaglobulina em 2/4 pacientes, presença do antígeno de histocompatibilidade B5 em apenas 2/7 pacientes. O tratamento constou de corticoesteróides em 5/7 pacientes (4 VO, 1 EV e 1 uso tópico), talidomida em 4/7 pacientes, colchicina em 2/7 pacientes e dapsona em 1/7 pacientes. A resposta foi favorável em 4/6, porém recorrente em 3/6 pacientes.Conclusão: nossos resultados confirmam a importância de considerar o diagnóstico de doença de Behçet em regiões com úlceras orais e genitais, especialmente úlceras orais recorrentes.Objective: to make Pediatricians aware of the fact that they must investigate Behcet's disease while performing differential diagnosis of recurrent aphthous stomatitis, even though it is a vasculitis of rare occurrence in early life. Methods: between June 1996 and December 2000, we retrospectively evaluated seven patients of our Pediatric Rheumatology Unit. Demographic, clinical, and laboratory data as well as data regarding treatment and follow-up were presented.Results: five out of seven patients were female (71.4%), four were non-Caucasian (57.1%), the mean age at onset was 8 years and 11 months (variation of 6 months to 13 years and 8 months), the mean period until diagnosis was 2 years and 3 months (variation of 2 months to 8 years) and the mean follow-up period was 4 years and 2 months (three patients without follow-up). The major criteria of diagnosis were: oral ulcers in seven patients (100%), genital ulcers in three patients (42.8%), ophthalmic alterations in four patients (57.1%) cutaneous vasculitis in one patient (14.2%) and positive pathergy test in one patient (14.2%). The minor criteria were: arthralgia/arthritis in five patients (71.4%), family history in two patients (28.5%), and sagittal sinus thrombosis in one patient (14.2%). The initial symptoms included recurrent aphthous stomatitis (more than three painful aphthous ulcers episodes in the period of 1 year), genital ulcers, arthralgia, fever and weight loss. The laboratory findings were: mild anemia in 1/6 patients, ESR>25 in 3/6 patients, increased serum gammaglobulin level in 2/4 patients, B5 histocompatibility antigen in 2/7 patients. The treatment included corticosteroids for 5/7 patients (4 oral, 1 intravenous and one local use), thalidomide for 4/7 patients, colchicine for 2/7 patients and dapsone for 1/7 patient. The outcome was favorable in 4/6, and 3/6 patients presented relapse.Conclusion: our results confirm the importance of considering the diagnosis of Behcet's disease in patients with recurrent oral and genital ulcers.Escola Paulista de Medicina Departamento de PediatriaUNIFESP, EPM, Depto. de PediatriaSciELO128-132porSociedade Brasileira de PediatriaJornal de Pediatriadoença de Behçetaftas recorrentesBehcet s diseaserecurrent ulcersDoença de Behçet na infânciaBehcet's disease in childhoodinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPORIGINALS0021-75572002000200011.pdfapplication/pdf37527${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1393/1/S0021-75572002000200011.pdfd37481468dc2e4cad0b89f135e5f7f4bMD51open accessTEXTS0021-75572002000200011.pdf.txtS0021-75572002000200011.pdf.txtExtracted texttext/plain21945${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1393/21/S0021-75572002000200011.pdf.txta06e12775f3a4a9b76193eeb3c9938d3MD521open accessTHUMBNAILS0021-75572002000200011.pdf.jpgS0021-75572002000200011.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg5864${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1393/23/S0021-75572002000200011.pdf.jpgcbfd33e2d4e13c66b83df1c90b487bcbMD523open access11600/13932023-06-05 19:57:26.575open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/1393Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-06-05T22:57:26Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Doença de Behçet na infância
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Behcet's disease in childhood
title Doença de Behçet na infância
spellingShingle Doença de Behçet na infância
Albuquerque, Patrícia R. de [UNIFESP]
doença de Behçet
aftas recorrentes
Behcet s disease
recurrent ulcers
title_short Doença de Behçet na infância
title_full Doença de Behçet na infância
title_fullStr Doença de Behçet na infância
title_full_unstemmed Doença de Behçet na infância
title_sort Doença de Behçet na infância
author Albuquerque, Patrícia R. de [UNIFESP]
author_facet Albuquerque, Patrícia R. de [UNIFESP]
Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]
Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
author_role author
author2 Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]
Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
author2_role author
author
author
dc.contributor.institution.none.fl_str_mv Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.contributor.author.fl_str_mv Albuquerque, Patrícia R. de [UNIFESP]
Terreri, Maria Teresa Ramos Ascensão [UNIFESP]
Len, Claudio Arnaldo [UNIFESP]
Hilário, Maria Odete Esteves [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv doença de Behçet
aftas recorrentes
topic doença de Behçet
aftas recorrentes
Behcet s disease
recurrent ulcers
dc.subject.eng.fl_str_mv Behcet s disease
recurrent ulcers
description Objetivo: conscientizar os pediatras sobre o fato de que, mesmo sendo uma vascullite de ocorrência rara na infância, a Doença de Behçet deve ser lembrada no diagnóstico diferencial de estomatites recorrentes. Casuística e método: foram avaliados, retrospectivamente, os prontuários de 7 pacientes atendidos no ambulatório de Reumatologia Pediátrica da UNIFESP-EPM, no período de junho de 1996 a dezembro de 2000. Foram estudados os dados epidemiológicos, clínicos, laboratoriais, de evolução e de tratamento.Resultados: dos 7 pacientes, 5 eram do sexo feminino (71,4%), 4 da raça não caucasóide (57,1%), com idade média de início de doença de 8 anos e 11 meses (variação de 6 meses a 13 anos e 8 meses), tempo médio de diagnóstico de 2 anos e 3 meses (variação de 2 meses a 8 anos) e tempo médio de evolução de 4 anos e 2 meses (3 pacientes sem seguimento). Os critérios maiores de diagnóstico foram: úlceras orais em 7 pacientes (100%), úlceras genitais em 3 pacientes (42,8%), alterações oftalmológicas em 4 pacientes (57,1%), vasculite cutânea em 1 paciente (14,2%) e teste de patergia positivo em 1 paciente (14,2%). Os critérios menores de diagnóstico foram: artralgia/artrite em 5 pacientes (71,4%), história familiar em 2 pacientes (28,5%) e trombose do seio sagital em 1 paciente (14,2%). Os sintomas iniciais incluíram estomatites recorrentes (mais de 3 episódios de aftas dolorosas no período de 1 ano), úlceras genitais, artralgias, febre e perda de peso. Os achados laboratoriais mostraram discreta anemia em 1/6 pacientes, VHS>25 em 3/6 pacientes, hipergamaglobulina em 2/4 pacientes, presença do antígeno de histocompatibilidade B5 em apenas 2/7 pacientes. O tratamento constou de corticoesteróides em 5/7 pacientes (4 VO, 1 EV e 1 uso tópico), talidomida em 4/7 pacientes, colchicina em 2/7 pacientes e dapsona em 1/7 pacientes. A resposta foi favorável em 4/6, porém recorrente em 3/6 pacientes.Conclusão: nossos resultados confirmam a importância de considerar o diagnóstico de doença de Behçet em regiões com úlceras orais e genitais, especialmente úlceras orais recorrentes.
publishDate 2002
dc.date.issued.fl_str_mv 2002-04-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-06-14T13:29:39Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-06-14T13:29:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 2, p. 128-132, 2002.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1393
http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200011
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 0021-7557
dc.identifier.file.none.fl_str_mv S0021-75572002000200011.pdf
dc.identifier.scielo.none.fl_str_mv S0021-75572002000200011
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv 10.1590/S0021-75572002000200011
identifier_str_mv Jornal de Pediatria. Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 78, n. 2, p. 128-132, 2002.
0021-7557
S0021-75572002000200011.pdf
S0021-75572002000200011
10.1590/S0021-75572002000200011
url http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1393
http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572002000200011
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.none.fl_str_mv Jornal de Pediatria
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 128-132
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1393/1/S0021-75572002000200011.pdf
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1393/21/S0021-75572002000200011.pdf.txt
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1393/23/S0021-75572002000200011.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv d37481468dc2e4cad0b89f135e5f7f4b
a06e12775f3a4a9b76193eeb3c9938d3
cbfd33e2d4e13c66b83df1c90b487bcb
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1783460247893966848