Os padrões de coocorrência de Micrablepharus atticolus e M. maximiliani (Squamata, Gymnophthalmidae) variam com a escala geográfica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campelo, Pedro Henrique
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/357
Resumo: A distribuição das espécies é afetada por fatores como filogenia, filtros ambientais, interações bióticas, entre outros. Contudo, cada fator age de maneira diferente em escalas distintas. Para investigar os padrões de ocorrência em diferentes escalas geográficas nós utilizamos duas espécies congêneres de lagartos, Micrablepharus atticolus e M. maximiliani, sendo estas as únicas para o gênero. M. maximiliani é distribuída ao longo das áreas abertas entre a Caatinga no nordeste brasileiro até o Chaco argentino, enquanto que M. atticolus endêmica do Cerrado. Usando técnicas de modelagem de nicho nós identificamos que a distribuição dessas espécies em escala regional é influenciada significativamente pelas variáveis climáticas. Com dados de comunidades locais nós mostramos que em uma escala que abrange a área de sobreposição de suas distribuições, a coocorrência entre as duas espécies é menor que o esperado ao acaso. Em escalas de centenas de metros, nós mostramos que variáveis microclimáticas são determinantes de suas distribuições em gradientes ambientais. A variação do tamanho corporal entre populações simpátricas e alopátricas mostra que, em simpatria, M. atticolus é menor e M. maximiliani é maior, revelando deslocamento de caracteres, presumivelmente em função de relações negativas entre essas espécies. A escala geográfica tem, portanto, grande influência sobre os padrões de coocorrência entre as duas espécies, e conclusões obtidas a partir de estudos realizados em uma escala não devem ser extrapoladas para outras escalas.
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M. maximiliani é distribuída ao longo das áreas abertas entre a Caatinga no nordeste brasileiro até o Chaco argentino, enquanto que M. atticolus endêmica do Cerrado. Usando técnicas de modelagem de nicho nós identificamos que a distribuição dessas espécies em escala regional é influenciada significativamente pelas variáveis climáticas. Com dados de comunidades locais nós mostramos que em uma escala que abrange a área de sobreposição de suas distribuições, a coocorrência entre as duas espécies é menor que o esperado ao acaso. Em escalas de centenas de metros, nós mostramos que variáveis microclimáticas são determinantes de suas distribuições em gradientes ambientais. A variação do tamanho corporal entre populações simpátricas e alopátricas mostra que, em simpatria, M. atticolus é menor e M. maximiliani é maior, revelando deslocamento de caracteres, presumivelmente em função de relações negativas entre essas espécies. A escala geográfica tem, portanto, grande influência sobre os padrões de coocorrência entre as duas espécies, e conclusões obtidas a partir de estudos realizados em uma escala não devem ser extrapoladas para outras escalas.Species distribution may be affected by factors like phylogeny, environmental filters, and biotic interactions, among others. However, these factors will operate in different ways in distinct scales. To investigate occurrence patterns in different geographic scales we used two congeneric lizards species, Micrablepharus atticolus and M. maximiliani, the only two species in the genus. Micrablepharus maximiliani is abundantly distributed over the south-american dry-diagonal, from the Caatinga biome in Northeastern Brazil to the Argentinian Chaco, while M. atticolus is endemic to the Cerrado biome. Using niche modeling techniques we found that the distribution of these species in a regional scale is significantly affected by climatic variables. Using local community data, we showed that in a scale involving the overlap area of both species distributions, the co-occurrence between the two species is less than expected by chance. In a scale of hundreds of meters, we showed that microclimatic variables are determinant in their distribution along environmental gradients. Comparing body size variation between sympatric and allopatric populations we showed that, in sympatry, M. atticolus is smaller and M. maximiliani is larger. This character displacement is presumably a function of negative interactions between the species. The geographic scale have, therefore, great influence on the co-occurrence patterns between species, and conclusions drawn from a particular scale can hardly be extrapolated to other scales.application/pdfUniversidade Federal do TocantinsPorto NacionalPrograma de Pós-Graduação em Ecologia de Ecótonos - PPGEEBRCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASMicrablepharus atticolusOs padrões de coocorrência de Micrablepharus atticolus e M. maximiliani (Squamata, Gymnophthalmidae) variam com a escala geográficainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFTinstname:Universidade Federal do Tocantins (UFT)instacron:UFTTHUMBNAILPedro Henrique Campelo - Dissertacao.pdf.jpgPedro Henrique Campelo - Dissertacao.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1163http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/357/3/Pedro%20Henrique%20Campelo%20-%20Dissertacao.pdf.jpg0df4176d9b6078859cecbfddc87eb12aMD53ORIGINALPedro Henrique Campelo - Dissertacao.pdfPedro Henrique Campelo - Dissertacao.pdfapplication/pdf4507780http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/357/1/Pedro%20Henrique%20Campelo%20-%20Dissertacao.pdf439bb2789e6a607b1d308d9a24d9d808MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-8508http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/357/2/license.txt0a9e77404315487775b2e0c2b887ae47MD5211612/3572019-05-25 03:10:33.91oai:repositorio.uft.edu.br:11612/357TmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGRvIHRyYWJhbGhvIHN1cHJhY2l0YWRvLCBkZSBhY29yZG8gY29tIGEgTGVpIG7CsCA5LjYxMC85OCwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBUb2NhbnRpbnMsIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBjb25mb3JtZSBwZXJtaXNzw7VlcyBhc3NpbmFsYWRhcyBhY2ltYSwgbyBkb2N1bWVudG8gZW0gbWVpbyBlbGV0csO0bmljbywgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZSBuYSBCaWJsaW90ZWNhIERpZ2l0YWwgZGUgVGVzZXMgZSBEaXNzZXJ0YcOnw7VlcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIFBERiwgcGFyYSBmaW5zIGRlIGxlaXR1cmEsIGltcHJlc3PDo28gb3UgZG93bmxvYWQsIGEgcGFydGlyIGRlc3RhIGRhdGEsIGVtIGNvbmZvcm1pZGFkZSBjb20gYSBSZXNvbHXDp8OjbyBDT05TRVBFIG7CuiAwNS8yMDExLg==Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.uft.edu.br/oai/requestbiblioarraias@uft.edu.br || bibliogpi@uft.edu.br || bibliomira@uft.edu.br || bibliopalmas@uft.edu.br || biblioporto@uft.edu.br || biblioarag@uft.edu.br || dirbib@ufnt.edu.br || bibliocca@uft.edu.br || bibliotoc@uft.edu.bropendoar:2019-05-25T06:10:33Repositório Institucional da UFT - Universidade Federal do Tocantins (UFT)false
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