Educação como experimentação de si: uma reflexão à luz do pensamento de Nietzsche
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UFU |
Texto Completo: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19581 http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2017.84 |
Resumo: | O intuito do presente trabalho é refletir sobre educação tomando como referência a filosofia de Friedrich Nietzsche. Para isso, buscamos submeter o tema a uma análise interpretativa à luz dos escritos do filósofo, sobretudo, as obras do período intermediário e maduro, priorizando as publicadas em vida. Dois elementos foram colocados como base para essa análise: em primeiro lugar, a concepção de educação que Nietzsche deixou implícita em seus textos; em segundo lugar, o modo como ele chegou a essa concepção a partir de suas experimentações com o pensamento, as quais permitiram a construção gradativa de sua filosofia. Partindo do pressuposto de que a experimentação desempenhou um papel central nesse processo, introduzimos a hipótese de que as experiências (Erfähungen) e vivências (Erlebnisse) são formativas, são elas que possibilitam o homem a tornar-se o que se é. Portanto, o objetivo dessa tese é chamar a atenção para o fato de que a experimentação, tal como foi levada a efeito por Nietzsche, admite ser tomada em consideração como uma proposta educativa. Um dos primeiros passos, então, a ser dado nesse rumo é tentar compreender a relação entre educação e moral, bem como o desdobramento dessa moral por meio dos sentimentos e conceitos na tradição dos costumes. Ao seguir os caminhos traçados por Nietzsche, principalmente, no que tange à problematização da moral, buscamos também refletir sobre o que o filósofo denomina como moral de escravos e moral de senhores. Para compreendermos o critério de avaliação de ambas tipologias da moral consideramos crucial analisar o conceito de vontade de poder, entendendo-o como um jogo de forças antagônicas que buscam mais poder. Em segundo lugar, intentamos analisar os conceitos de experiência e vivência relacionando os termos como sinônimos e procurando distingui-los do sentido experimental do conhecimento científico. Buscou-se também apresentar o modo como Nietzsche, a partir de suas experiências e vivências, tornou-se filósofo, a partir da experiência com o mestre educador, Schopenhauer, e a experiência dele como espírito livre conforme relatada nos escritos intermediários. Nesse ponto, procuramos apontar os aspectos importantes para a formação de si mesmo, o modo como, a partir da experimentação de si e da vida, o homem pode construir a si mesmo, inventar-se a si mesmo. Por último, buscamos refletir sobre o percurso dramático de Zaratustra, personagem central da obra Assim falou Zaratustra. Para tanto, tomamos a chave de leitura do romance de formação, romance no qual o herói dramático, em sua trajetória e com suas experiências e vivências, educa a si mesmo e, nesse processo, torna-se um educador. Ao buscar descrever as experimentações de Zaratustra, intentamos apontar o seu processo formativo para tornar-se o que é, o anunciador do além-do-homem e o mestre do eterno retorno. Considerando as experiências formativas de Zaratustra, podemos perceber que a formação é um processo cheio de conflitos, de incertezas, mas é também um caminho de construção de si mesmo. Trata-se de um processo dinâmico em que o tornar-se o que se é demanda sempre o estar por se fazer. |
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2017-08-23T12:59:15Z2017-08-23T12:59:15Z2017-03-31LIMA, Silvia Cristina Fernandes. Educação como experimentação de si: uma reflexão à luz do pensamento de Nietzsche. 2017. 174 f. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. Disponível em http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2017.84.https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19581http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2017.84O intuito do presente trabalho é refletir sobre educação tomando como referência a filosofia de Friedrich Nietzsche. Para isso, buscamos submeter o tema a uma análise interpretativa à luz dos escritos do filósofo, sobretudo, as obras do período intermediário e maduro, priorizando as publicadas em vida. Dois elementos foram colocados como base para essa análise: em primeiro lugar, a concepção de educação que Nietzsche deixou implícita em seus textos; em segundo lugar, o modo como ele chegou a essa concepção a partir de suas experimentações com o pensamento, as quais permitiram a construção gradativa de sua filosofia. Partindo do pressuposto de que a experimentação desempenhou um papel central nesse processo, introduzimos a hipótese de que as experiências (Erfähungen) e vivências (Erlebnisse) são formativas, são elas que possibilitam o homem a tornar-se o que se é. Portanto, o objetivo dessa tese é chamar a atenção para o fato de que a experimentação, tal como foi levada a efeito por Nietzsche, admite ser tomada em consideração como uma proposta educativa. Um dos primeiros passos, então, a ser dado nesse rumo é tentar compreender a relação entre educação e moral, bem como o desdobramento dessa moral por meio dos sentimentos e conceitos na tradição dos costumes. Ao seguir os caminhos traçados por Nietzsche, principalmente, no que tange à problematização da moral, buscamos também refletir sobre o que o filósofo denomina como moral de escravos e moral de senhores. Para compreendermos o critério de avaliação de ambas tipologias da moral consideramos crucial analisar o conceito de vontade de poder, entendendo-o como um jogo de forças antagônicas que buscam mais poder. Em segundo lugar, intentamos analisar os conceitos de experiência e vivência relacionando os termos como sinônimos e procurando distingui-los do sentido experimental do conhecimento científico. Buscou-se também apresentar o modo como Nietzsche, a partir de suas experiências e vivências, tornou-se filósofo, a partir da experiência com o mestre educador, Schopenhauer, e a experiência dele como espírito livre conforme relatada nos escritos intermediários. Nesse ponto, procuramos apontar os aspectos importantes para a formação de si mesmo, o modo como, a partir da experimentação de si e da vida, o homem pode construir a si mesmo, inventar-se a si mesmo. Por último, buscamos refletir sobre o percurso dramático de Zaratustra, personagem central da obra Assim falou Zaratustra. Para tanto, tomamos a chave de leitura do romance de formação, romance no qual o herói dramático, em sua trajetória e com suas experiências e vivências, educa a si mesmo e, nesse processo, torna-se um educador. Ao buscar descrever as experimentações de Zaratustra, intentamos apontar o seu processo formativo para tornar-se o que é, o anunciador do além-do-homem e o mestre do eterno retorno. Considerando as experiências formativas de Zaratustra, podemos perceber que a formação é um processo cheio de conflitos, de incertezas, mas é também um caminho de construção de si mesmo. Trata-se de um processo dinâmico em que o tornar-se o que se é demanda sempre o estar por se fazer.This work aims to reflect on education taking as reference the philosophy of Friedrich Nietzsche. The theme was submitted to an interpretative analysis in the light of the philosopher's writings, especially the ones of the intermediate and mature period, prioritizing the works published during his life. Two elements were placed as the basis for the analysis: first, the conception of education that Nietzsche left implicit in his texts; Secondly, the way in which he came to this conception from his experiments which allowed the gradual construction of his philosophy. If that experimentation has played a central role in this process, our hypothesis was that experiences (Erfähungen) and living (Erlebnisse) are formative; they enable man to become what he is. We then, intended to call attention to the fact that experimentation, as it was carried out by Nietzsche, admits to be considered as an educational proposal. As a first step, we should understand the relation between education and morality, as well as its unfolding through feelings and concepts inside tradition. Then, following the paths traced by Nietzsche, especially about the problematization of morality, we have studied what the philosopher calls ‘master and slave morality’. To understand the criterion of evaluation of both typologies we considered crucial to analyze the concept of ‘will to power’, understanding it as a game of antagonistic forces that look for more power. Secondly, we analyzed the concepts of experience and living by relating the terms as synonyms and distinguishing them from the experimental meaning of scientific knowledge. It is also presented the way Nietzsche, from his experiences and living, became a philosopher, from the experience with his teacher educator, Schopenhauer, and his experience as a free spirit as reported in the intermediary writings. At this point, we point out the important aspects for the formation of oneself, the way in which, from the experimentation of self and life, one can construct and invent himself. Finally, we reflect on the dramatic course of Zarathustra, central character of the work ‘Thus spoke Zarathustra’. To do so, we took the reading keyword of the formation novel, in which the dramatic hero, in his trajectory and with his experiences and living, educates himself and, in this process, becomes an educator. Describing Zarathustra's trials, we pointed out a formative process to become what he is, the announcer of the beyond-man, and the master of the eternal return. Considering the formative experiences of Zarathustra, we can see that formation is a process that is full of conflicts and uncertainties, but it is also a way to construct oneself. It is a dynamic process in which becoming what we are always demand being handled continually.FAPEMIG - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas GeraisTese (Doutorado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em EducaçãoBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAOEducaçãoÉticaEducação moral e cívicaExperiênciaMoralVivênciaProcessoExperienceEducationMoralityLivingProcessEducação como experimentação de si: uma reflexão à luz do pensamento de Nietzscheinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisQuillici Neto, Armindohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708911Z9Brito, Maria dos Remédios dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700432J5Barrenechea, Miguel Angel dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4708820E3Guido, Humberto Aparecido de Oliveirahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768684H6Danelon, Márciohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4709327Z5http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4139213Y0Lima, Silvia Cristina Fernandes174info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUTHUMBNAILEducacaoExperimentacaoSi.pdf.jpgEducacaoExperimentacaoSi.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1113https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19581/4/EducacaoExperimentacaoSi.pdf.jpgc26941822d23588d2dac28b0327c5622MD54TEXTEducacaoExperimentacaoSi.pdf.txtEducacaoExperimentacaoSi.pdf.txtExtracted texttext/plain416019https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19581/3/EducacaoExperimentacaoSi.pdf.txt51a39adeaf70ae347c206a9ff7af8d1aMD53ORIGINALEducacaoExperimentacaoSi.pdfEducacaoExperimentacaoSi.pdfDissertaçãoapplication/pdf16028029https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19581/1/EducacaoExperimentacaoSi.pdf9eb0142638235f1139c917cacbedc160MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81792https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19581/2/license.txt48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3MD52123456789/195812019-02-11 15:13:43.892oai:repositorio.ufu.br:123456789/19581w4kgbmVjZXNzw6FyaW8gY29uY29yZGFyIGNvbSBhIGxpY2Vuw6dhIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvIG7Do28tZXhjbHVzaXZhLCBhbnRlcyBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gcG9zc2EgYXBhcmVjZXIgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvLiBQb3IgZmF2b3IsIGxlaWEgYSBsaWNlbsOnYSBhdGVudGFtZW50ZS4gQ2FzbyBuZWNlc3NpdGUgZGUgYWxndW0gZXNjbGFyZWNpbWVudG8gZW50cmUgZW0gY29udGF0byBhdHJhdsOpcyBkbyBlLW1haWwgIHJlcG9zaXRvcmlvQHVmdS5ici4KCkxJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBbyBhc3NpbmFyIGUgZW50cmVnYXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgby9hIFNyLi9TcmEuIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpOgoKYSkgQ29uY2VkZSDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSBvIGRpcmVpdG8gbsOjby1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCkgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIG91IGltcHJlc3NvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpby4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpjKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgY3Vqb3MgZGlyZWl0b3Mgc8OjbyBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBjb250ZcO6ZG8gZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLgoKU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSwgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIHNldShzKSBub21lKHMpIGNvbW8gbyhzKSBhdXRvcihlcykgb3UgZGV0ZW50b3IgKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalONGhttp://repositorio.ufu.br/oai/requestdiinf@dirbi.ufu.bropendoar:2024-04-26T15:12:25.328346Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)false |
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O intuito do presente trabalho é refletir sobre educação tomando como referência a filosofia de Friedrich Nietzsche. Para isso, buscamos submeter o tema a uma análise interpretativa à luz dos escritos do filósofo, sobretudo, as obras do período intermediário e maduro, priorizando as publicadas em vida. Dois elementos foram colocados como base para essa análise: em primeiro lugar, a concepção de educação que Nietzsche deixou implícita em seus textos; em segundo lugar, o modo como ele chegou a essa concepção a partir de suas experimentações com o pensamento, as quais permitiram a construção gradativa de sua filosofia. Partindo do pressuposto de que a experimentação desempenhou um papel central nesse processo, introduzimos a hipótese de que as experiências (Erfähungen) e vivências (Erlebnisse) são formativas, são elas que possibilitam o homem a tornar-se o que se é. Portanto, o objetivo dessa tese é chamar a atenção para o fato de que a experimentação, tal como foi levada a efeito por Nietzsche, admite ser tomada em consideração como uma proposta educativa. Um dos primeiros passos, então, a ser dado nesse rumo é tentar compreender a relação entre educação e moral, bem como o desdobramento dessa moral por meio dos sentimentos e conceitos na tradição dos costumes. Ao seguir os caminhos traçados por Nietzsche, principalmente, no que tange à problematização da moral, buscamos também refletir sobre o que o filósofo denomina como moral de escravos e moral de senhores. Para compreendermos o critério de avaliação de ambas tipologias da moral consideramos crucial analisar o conceito de vontade de poder, entendendo-o como um jogo de forças antagônicas que buscam mais poder. Em segundo lugar, intentamos analisar os conceitos de experiência e vivência relacionando os termos como sinônimos e procurando distingui-los do sentido experimental do conhecimento científico. Buscou-se também apresentar o modo como Nietzsche, a partir de suas experiências e vivências, tornou-se filósofo, a partir da experiência com o mestre educador, Schopenhauer, e a experiência dele como espírito livre conforme relatada nos escritos intermediários. Nesse ponto, procuramos apontar os aspectos importantes para a formação de si mesmo, o modo como, a partir da experimentação de si e da vida, o homem pode construir a si mesmo, inventar-se a si mesmo. Por último, buscamos refletir sobre o percurso dramático de Zaratustra, personagem central da obra Assim falou Zaratustra. Para tanto, tomamos a chave de leitura do romance de formação, romance no qual o herói dramático, em sua trajetória e com suas experiências e vivências, educa a si mesmo e, nesse processo, torna-se um educador. Ao buscar descrever as experimentações de Zaratustra, intentamos apontar o seu processo formativo para tornar-se o que é, o anunciador do além-do-homem e o mestre do eterno retorno. Considerando as experiências formativas de Zaratustra, podemos perceber que a formação é um processo cheio de conflitos, de incertezas, mas é também um caminho de construção de si mesmo. Trata-se de um processo dinâmico em que o tornar-se o que se é demanda sempre o estar por se fazer. |
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