Fatores associados à duração do aleitamento materno e panorama das ações e políticas pró-aleitamento em países da América Latina

• Autor(a) principal: Lamounier, Danielle Mendonça Buiatti
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29193; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2020.368
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::EPIDEMIOLOGIA; Aleitamento materno; Duração do aleitamento materno; Análise de sobrevida; Modelo multínivel; WBTi; Políticas pró-aleitamento; Breastfeeding; Duration of breastfeeding; Survival analysis; Multilevel model; Pro-breastfeeding policies

Introdução: A maioria dos países da América Latina e Caribe passou por profundas transformações demográficas, nas quais influenciaram na elaboração de políticas públicas direcionadas à alimentação infantil e à proteção e incentivo ao aleitamento materno (AM). A duração do AM aumentou de forma significativa na maioria dos países da América Latina e Caribe nas últimas décadas. As práticas de amamentação são influenciadas por determinantes socioeconômicos, culturais, organização dos serviços de saúde, proteção à maternidade e políticas públicas. Quando as intervenções pró-aleitamento ocorrem de forma adequada e em vários níveis, as práticas de amamentação podem melhorar rapidamente. Objetivos: Analisar a duração do AM nos países da América Latina e os fatores associados à duração do AM juntamente às ações e políticas pró-aleitamento nestes países. Métodos: Estudo transversal com dados provenientes dos inquéritos de demografia e saúde (DHS), realizados na Bolívia, Brasil, Colômbia, Peru e República Dominicana. Foram selecionadas crianças menores de dois anos. As informações sobre as ações e políticas pró-aleitamento foram extraídas da ferramenta Iniciativa Mundial sobre Tendências da Amamentação (WBTi). A ferramenta é composta por 10 itens que compreendem as ações e políticas pró-aleitamento, sendo que a pontuação total do país varia de 0 a 100 pontos. Quanto maior a pontuação, maior é o número de ações e políticas implementadas no país. A duração do AM foi expressa em mediana, definida por análise de sobrevida pelas curvas de Kaplan Meier. O modelo de regressão de Cox foi utilizado para verificar a associação das variáveis de exposição com a duração do AM, e as estimativas foram expressas em razão de risco e intervalos de confiança de 95%. O modelo de regressão multinível foi utilizado com o objetivo de estimar o efeito médio da ferramenta WBTi na duração do AM no conjunto de países (pooled analysis), com ajuste das variáveis individuais, relativas ao binômio mãe-filho e variáveis sociodemográficas. Resultados: A duração do AM aumentou significativamente em todos os países analisados ao longo dos anos, com destaque para o Brasil (aumento de 6 meses), Colômbia (aumento de 5 meses) e Peru (aumento de 5 meses). Na República Dominicana o aumento não foi significativo (p=0,162). Para o conjunto de países, verificamos que mães mais escolarizadas (HR=1,64;IC=1,33;2,01), mães classificadas nos maiores quintos de renda (HR=1,69;IC=1,51;190) e mães com IMC maior (HR=1,14;IC=1,05;1,23) foram fatores de risco para menor duração do aleitamento materno. O aleitamento materno na primeira hora de vida (HR=0,78;IC=0,74;0,82) contribuiu para aumentar a duração do aleitamento materno. Em relação à pontuação da ferramenta WBTi, observamos menores durações de aleitamento materno em países que tinham uma pontuação maior, ou seja, em países que possuem mais ações e políticas pró-aleitamento (HR=1,06;IC=1,05;1,07). Conclusão: Todos os países apresentaram aumento significativo na duração do AM, com exceção da República Dominica. Mães mais instruídas, classificadas nos maiores quintos de renda e acima do peso amamentaram por menos tempo. Mães que amamentaram o bebê na 1ª hora de vida apresentaram maior duração do AM. Pontuações maiores da ferramenta WBTi não resultaram em maior duração do AM.