Dê licença do meu sol: uma visão pós-colonial do cânone em Desonra (1999)
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Data de Publicação: | 2020 |
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Texto Completo: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/28311 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é discutir a relação entre o cânone a narrativa pós-colonial no romance Desonra (1999), de J.M. Coetzee. Buscamos identificar, com base em Bakhtin, elementos no discurso do narrador que o posicionem como um receptáculo do cânone, especialmente atentos às várias referências clássicas - chamadas aqui de mitos na obra, empreendendo uma discussão acerca do papel do discurso literário na construção da subjetividade narrativa, contrapondo-a com a realidade de seu país, ainda marcado pelas cicatrizes do apartheid. De modo a tornar essa discussão possível, valemo-nos também dos conceitos de trágico, presentes em Aristóteles e em autores contemporâneos, como Eagleton e Szondi, e seus aspectos estruturantes na obra, bem como do conceito historiográfico e etnográfico de mito e sacrifício, como apresentados por Girard e Mauss. Por fim, analisamos o papel da história e da cultura da África do Sul pós-apartheid pelo viés pós-colonial sob a ótica de Said e Memmi, e a questão do gênero, discutidas por Badinter e Diop. Esses elementos nos possibilitaram uma leitura da obra sob uma perspectiva nova, em que literatura e história, civilidade e barbárie são vistos sob o prisma da cultura. Palavras-chave: Cultura Clássica. Mitos. Pós-colonial. Tragédia. Dialogismo. |
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Oliveira, Fernando Teixeira deGonçalves, Gracia R.http://lattes.cnpq.br/49889130474968802021-09-21T17:44:35Z2021-09-21T17:44:35Z2020-05-29OLIVEIRA, Fernando Teixeira de. Dê licença do meu sol: uma visão pós-colonial do cânone em Desonra (1999). 2020. 101 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2020.https://locus.ufv.br//handle/123456789/28311O objetivo deste trabalho é discutir a relação entre o cânone a narrativa pós-colonial no romance Desonra (1999), de J.M. Coetzee. Buscamos identificar, com base em Bakhtin, elementos no discurso do narrador que o posicionem como um receptáculo do cânone, especialmente atentos às várias referências clássicas - chamadas aqui de mitos na obra, empreendendo uma discussão acerca do papel do discurso literário na construção da subjetividade narrativa, contrapondo-a com a realidade de seu país, ainda marcado pelas cicatrizes do apartheid. De modo a tornar essa discussão possível, valemo-nos também dos conceitos de trágico, presentes em Aristóteles e em autores contemporâneos, como Eagleton e Szondi, e seus aspectos estruturantes na obra, bem como do conceito historiográfico e etnográfico de mito e sacrifício, como apresentados por Girard e Mauss. Por fim, analisamos o papel da história e da cultura da África do Sul pós-apartheid pelo viés pós-colonial sob a ótica de Said e Memmi, e a questão do gênero, discutidas por Badinter e Diop. Esses elementos nos possibilitaram uma leitura da obra sob uma perspectiva nova, em que literatura e história, civilidade e barbárie são vistos sob o prisma da cultura. Palavras-chave: Cultura Clássica. Mitos. Pós-colonial. Tragédia. Dialogismo.The aim of this paper is to discuss the relationship between canon and postcolonial narrative in the novel Disgrace (1999), by J.M. Coetzee. We searched for elements that place the narrator as a vessel for the canon, based on Bakhtin, paying special attention to the references to the classics – called here myths – in the novel, fostering a discussion about the role of the literary discourse in the construction of the narrative subjectivity, and reading it against the backdrop of a country still scarred by the apartheid. Purporting a viable discussion about said theme, we also used the concept of tragic, found both in Aristoteles as in more contemporary writers, such as Eagleton and Szondi, a its structural aspects present in the novel, as well as the historiographic and ethnographic concepts of myth and sacrifice, as presented by Girard and Mauss. At last, we analyze the roles of post-apartheid South Africa’s history and culture, through the postcolonial lens of Memmi and Said, among others, the issue of gender, discussed by Badinter and Butler. Such elements made it possible to read the novel under a new perspective, in which literature and history, civility and barbarism, are viewed through the prism of culture. Keywords: Classics. Myths. Postcolonial. Tragedy. Dialogism.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)porUniversidade Federal de ViçosaDialogismo (Análise literária)MitologiaPós-colonialismoTragédiaLiteraturas Estrangeiras ModernasDê licença do meu sol: uma visão pós-colonial do cânone em Desonra (1999)Please, get out of my sun: a postocolonial reading of the Canon in Disgraceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de LetrasMestre em LetrasViçosa - MG2020-05-29Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf975223https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28311/1/texto%20completo.pdfd45a055179ab7554849d126a043e1ddaMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28311/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/283112021-09-21 14:47:30.465oai:locus.ufv.br:123456789/28311Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452021-09-21T17:47:30LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false |
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