Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Scudeller, Veridiana Vizoni
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Vieira, Milene Faria, Carvalho-Okano, Rita Maria de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://dx.doi.org/10.1590/2175-7860200859203
http://locus.ufv.br//handle/123456789/26171
Resumo: No Brasil, 85% das Bignoniaceae são representadas pela tribo Bignonieae, caracterizada pelo hábito trepador e arbustivo escandente. No Parque Estadual do Rio Doce (PERD), um dos últimos remanescente de Mata Atlântica em Minas Gerais, foram registradas 37 espécies dessa tribo. O presente estudo teve como objetivos: descrever a distribuição vertical das espécies de Bignonieae do PERD; reconhecer os padrões fenológicos de floração apresentados por elas; e associar os padrões morfológicos de corola e síndromes florais já estabelecidos com aqueles encontrados no PERD. As 37 espécies de Bignonieae foram observadas periodicamente, no período de 15 meses e 32 visitas. A distribuição vertical ocorreu em três estratos: dossel (75,7%), entre-copa (16,2%) e sub-bosque (8,1%), significando que 24,3% dessas espécies difundiram-se para outros nichos ecológicos, além do estrato superior da mata. Os padrões fenológicos de floração foram: floração maciça em 40,6% das espécies, várias florações maciças em 21,6%, estacionário modificado em 16,2% e cornucópia em 13,5%. O tipo de corola Anemopaegma foi o mais representativo (44,1% das espécies estudadas), seguido do tipo Stizophyllum e Cydista (14,7%, cada), Pithecoctenium e Pyrostegia (11,8%, cada) e Tynnanthus (2,9%). Associando a morfologia da corola ao possível polinizador, verificou-se que 83,8% das espécies apresentam tipos florais relacionados à melitofilia, reforçando a importância das Bignonieae na manutenção de abelhas médias e grandes em florestas tropicais.
id UFV_bccfc7b66cde88e5a7a4099ff921844a
oai_identifier_str oai:locus.ufv.br:123456789/26171
network_acronym_str UFV
network_name_str LOCUS Repositório Institucional da UFV
repository_id_str 2145
spelling Scudeller, Veridiana VizoniVieira, Milene FariaCarvalho-Okano, Rita Maria de2019-07-10T13:41:53Z2019-07-10T13:41:53Z2008-042175-7860http://dx.doi.org/10.1590/2175-7860200859203http://locus.ufv.br//handle/123456789/26171No Brasil, 85% das Bignoniaceae são representadas pela tribo Bignonieae, caracterizada pelo hábito trepador e arbustivo escandente. No Parque Estadual do Rio Doce (PERD), um dos últimos remanescente de Mata Atlântica em Minas Gerais, foram registradas 37 espécies dessa tribo. O presente estudo teve como objetivos: descrever a distribuição vertical das espécies de Bignonieae do PERD; reconhecer os padrões fenológicos de floração apresentados por elas; e associar os padrões morfológicos de corola e síndromes florais já estabelecidos com aqueles encontrados no PERD. As 37 espécies de Bignonieae foram observadas periodicamente, no período de 15 meses e 32 visitas. A distribuição vertical ocorreu em três estratos: dossel (75,7%), entre-copa (16,2%) e sub-bosque (8,1%), significando que 24,3% dessas espécies difundiram-se para outros nichos ecológicos, além do estrato superior da mata. Os padrões fenológicos de floração foram: floração maciça em 40,6% das espécies, várias florações maciças em 21,6%, estacionário modificado em 16,2% e cornucópia em 13,5%. O tipo de corola Anemopaegma foi o mais representativo (44,1% das espécies estudadas), seguido do tipo Stizophyllum e Cydista (14,7%, cada), Pithecoctenium e Pyrostegia (11,8%, cada) e Tynnanthus (2,9%). Associando a morfologia da corola ao possível polinizador, verificou-se que 83,8% das espécies apresentam tipos florais relacionados à melitofilia, reforçando a importância das Bignonieae na manutenção de abelhas médias e grandes em florestas tropicais.The tribe Bignonieae represents eighty-five percent of Bignoniaceae in Brazil, which are predominantly lianas, although some genera also have a few suffruticose species. At the Parque Estadual do Rio Doce (PERD), one of the last Atlantic Forest stretches in the state of Minas Gerais, 37 species of that tribe were recorded. The main purposes of the present study were: to describe the PERD's Bignonieae species vertical distribution and to recognise the flowering phenological patterns displayed by them; and associating corolla morphological patterns and established floral syndromes with those found at PERD. All thirty-seven species were observed on 32 visits during 15 months. Vertical distribution occurred in three strata: canopy (75.7%), intra-crown (16.2%) and under-storey (8.1%), meaning that 24.3% of those species spread out to other ecological niches, besides the forest's higher stratum. The flowering phenological patterns were: big bang in 40.6% of the species, multiple bang in 21.6%, modified steady state in 16.2% and cornucopia in 13.5%. The Anemopaegma corolla type was the most representative (44.1% of the studied species), followed by the types Stizophyllum and Cydista (14.7%, each), Pithecoctenium and Pyrostegia (11.8%, each) and Tynnanthus (2.9%). Associating the floral morphology to a possible pollinator it was found that 83.8% of the species display floral types associated to bee-pollination, highlighting the importance of the Bignonieae on the maintenance of the large and middle sized bees in tropical forests.porRodriguésiav. 59, n. 2, p. 297- 307, abr./ jun. 2008Floresta AtlânticaDistribuição verticalPadrão fenológicoMorfologia floralLianasAtlantic forestVertical distributionPhenological patternsFloral morphologyDistribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALartigo.pdfartigo.pdfartigoapplication/pdf70631https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/26171/1/artigo.pdf636dc59370fbe90c9a25fe4968e6359eMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/26171/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/261712019-07-10 11:43:47.972oai:locus.ufv.br:123456789/26171Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452019-07-10T14:43:47LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
dc.title.pt-BR.fl_str_mv Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
title Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
spellingShingle Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
Scudeller, Veridiana Vizoni
Floresta Atlântica
Distribuição vertical
Padrão fenológico
Morfologia floral
Lianas
Atlantic forest
Vertical distribution
Phenological patterns
Floral morphology
title_short Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
title_full Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
title_fullStr Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
title_full_unstemmed Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
title_sort Distribuição espacial, fenologia da floração e síndrome floral de espécies de Bignonieae (Bignoniaceae)
author Scudeller, Veridiana Vizoni
author_facet Scudeller, Veridiana Vizoni
Vieira, Milene Faria
Carvalho-Okano, Rita Maria de
author_role author
author2 Vieira, Milene Faria
Carvalho-Okano, Rita Maria de
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Scudeller, Veridiana Vizoni
Vieira, Milene Faria
Carvalho-Okano, Rita Maria de
dc.subject.pt-BR.fl_str_mv Floresta Atlântica
Distribuição vertical
Padrão fenológico
Morfologia floral
Lianas
Atlantic forest
Vertical distribution
Phenological patterns
Floral morphology
topic Floresta Atlântica
Distribuição vertical
Padrão fenológico
Morfologia floral
Lianas
Atlantic forest
Vertical distribution
Phenological patterns
Floral morphology
description No Brasil, 85% das Bignoniaceae são representadas pela tribo Bignonieae, caracterizada pelo hábito trepador e arbustivo escandente. No Parque Estadual do Rio Doce (PERD), um dos últimos remanescente de Mata Atlântica em Minas Gerais, foram registradas 37 espécies dessa tribo. O presente estudo teve como objetivos: descrever a distribuição vertical das espécies de Bignonieae do PERD; reconhecer os padrões fenológicos de floração apresentados por elas; e associar os padrões morfológicos de corola e síndromes florais já estabelecidos com aqueles encontrados no PERD. As 37 espécies de Bignonieae foram observadas periodicamente, no período de 15 meses e 32 visitas. A distribuição vertical ocorreu em três estratos: dossel (75,7%), entre-copa (16,2%) e sub-bosque (8,1%), significando que 24,3% dessas espécies difundiram-se para outros nichos ecológicos, além do estrato superior da mata. Os padrões fenológicos de floração foram: floração maciça em 40,6% das espécies, várias florações maciças em 21,6%, estacionário modificado em 16,2% e cornucópia em 13,5%. O tipo de corola Anemopaegma foi o mais representativo (44,1% das espécies estudadas), seguido do tipo Stizophyllum e Cydista (14,7%, cada), Pithecoctenium e Pyrostegia (11,8%, cada) e Tynnanthus (2,9%). Associando a morfologia da corola ao possível polinizador, verificou-se que 83,8% das espécies apresentam tipos florais relacionados à melitofilia, reforçando a importância das Bignonieae na manutenção de abelhas médias e grandes em florestas tropicais.
publishDate 2008
dc.date.issued.fl_str_mv 2008-04
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-07-10T13:41:53Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-07-10T13:41:53Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dx.doi.org/10.1590/2175-7860200859203
http://locus.ufv.br//handle/123456789/26171
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 2175-7860
identifier_str_mv 2175-7860
url http://dx.doi.org/10.1590/2175-7860200859203
http://locus.ufv.br//handle/123456789/26171
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartofseries.pt-BR.fl_str_mv v. 59, n. 2, p. 297- 307, abr./ jun. 2008
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Rodriguésia
publisher.none.fl_str_mv Rodriguésia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:LOCUS Repositório Institucional da UFV
instname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)
instacron:UFV
instname_str Universidade Federal de Viçosa (UFV)
instacron_str UFV
institution UFV
reponame_str LOCUS Repositório Institucional da UFV
collection LOCUS Repositório Institucional da UFV
bitstream.url.fl_str_mv https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/26171/1/artigo.pdf
https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/26171/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 636dc59370fbe90c9a25fe4968e6359e
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)
repository.mail.fl_str_mv fabiojreis@ufv.br
_version_ 1798053075104038912