Educação, pobreza e desigualdade social: a iniciativa EPDS na Universidade de Brasília (2017-2018) - Volume 2: Medições

• Autor(a) principal: Pilati, Alexandre; Universidade de Brasília (UnB)
• Data de Publicação: 2020
• Outros Autores: Bisinoto, Cynthia; Universidade de Brasília (UnB), Sousa, Leila D’Arc, Duarte, Natalia de Souza ; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Yannoulas, Silvia Cristina ; Universidade de Brasília (UnB), Pereira, Camila Potyara; Universidade de Brasília (UnB), Brito, Flávia de Souza; Instituto Federal de Goiás (IFG), Monteiro, Rafael de Melo; Instituto Federal de Goiás (IFG), Marques, Rafaela Nunes; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) / Universidade Católica de Brasília (UCB), Marques, Inês Vargas; Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Evangelista, Mauro Gleisson de Castro ; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Aguiar, Suzana Medeiros de Souza; Instituto Federal de Goiás (IFG), Dias, Luciana Campos de Oliveira; Instituto Federal de Goiás (IFG), Gonçalves, Andreia Pereira de Souza; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Oliveira, Fábia Carvalho de; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Santos, Samir Almeida; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Gomes, Mariana Ribeiro; Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (SEDES), Maia, Anette Lobato; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Selem, Maria Célia Orlato ; Universidade de Brasília (UnB), Lopes, Fátima Correia, Pereira, Fábio William da Silva; Universidade de Brasília (UnB), Ayan, Rafael; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Atta, Danielle; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF), Nascimento, Izete Santos do; Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
• Tipo de documento: Livro
• Idioma: por
• Título da fonte: Portal de Livros da UnB
• Texto Completo: https://livros.unb.br/index.php/portal/catalog/book/56
• topic: Educação; Desigualdade social; Pobreza; Educação; Desigualdade social; Pobreza

Visibilizar a invisibilidade da pobreza em um país como o nosso não deveria ser uma tarefa tão difícil, visto que a cada passo que damos, seja no campo, seja nas cidades, nos deparamos com suas múltiplas expressões. Mas o é... Adentrar nessa cegueira social é entender que somos, enquanto sociedade, forçados a não enxergar, a não reconhecer e a não enfrentar a pobreza, porque somos um país cruelmente colonizado em seu modo de pensar. Para Dussel (2000) o sistema colonial oprimiu, para além de corpos e povos, o conhecimento, o modo como compreendemos o mundo e suas relações. Somando a isso nossa avassaladora escravidão, temos as matrizes fundantes de nossa sociedade, cega diante da pobreza e da injustiça social. Para Gonçalves Filho, “o que vemos e o que deixamos de ver, a priori, não são decididos por nós, mas sim pelo modo como fomos colocados em companhia dos outros e como os outros são colocados diante de nós” (2004, p. 08). A cultura brasileira nasceu do convívio entre muitas instituições. Entretanto, família, escola, Estado, justiça, mercado, não foram tão fundantes para nós como o foi a instituição da escravidão (SOUZA, 2017). Foi essa sociabilidade que legitimou culturalmente explorar seres humanos às raias da morte e também invisibilizar pobreza e desigualdade social. Nesse sentido, enxergar a pobreza significa aprender a desaprender, aprender a desnaturalizar esse fenômeno contundente, espólio da escravidão, que nos corrompe enquanto sociedade – essa sim, a escravidão, a nossa maior e mais profunda corrupção, que precisa ser enfrentada.