Poder, redes e ideologia no campo do desenvolvimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Gustavo Lins
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/17671
Resumo: Poder, uma noção central deste texto, tem muitas definições. Minha própria concepção baseia-se na combinação de três fontes diferentes. Para Richard Adams (1967), poder é o controle que um coletivo possui sobre o ambiente de outro coletivo. Das diversas visões de Max Weber, reterei aquela do poder como a capacidade de fazer pessoas fazerem o que não querem. Já a noção de poder estrutural, de Eric Wolf (1999), enfatiza a capacidade que forças e relações históricas - especialmente aquelas que definem acesso ao trabalho social - têm de criar e organizar cenários que constrangem as possibilidades de ação das pessoas e de especificar a direção e distribuição de fluxos de energia. Poder, assim, refere-se à capacidade (a) de ser sujeito do seu próprio ambiente, de ser capaz de controlar seu próprio destino, quer dizer, de controlar o curso da ação ou dos eventos que manterão a vida como está ou a modificarão, ou (b) de impedir as pessoas de se tornarem atores empoderados. Já que o desenvolvimento sempre implica em transformação (Berman, 1987) e tipicamente ocorre através de encontros entre insiders e outsiders localizados em posições de poder diferentes, as iniciativas de desenvolvimento estão ancoradas e atravessadas por situações onde desigualdades de poder abundam. A dificuldade de realizar mudanças internamente à chamada ‘comunidade de desenvolvimento’ está intimamente relacionada com o fato da mesma ser um campo de poder.
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