A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Fábio Portela Lopes de
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/9867
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, Pós-graduação em Filosofia, 2011.
id UNB_e8486a5965b04925f5f25cfc63e55e74
oai_identifier_str oai:repositorio2.unb.br:10482/9867
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Almeida, Fábio Portela Lopes deAbrantes, Paulo Cesar Coelho2012-01-18T20:20:14Z2012-01-18T20:20:14Z2012-01-182011-06-11ALMEIDA, Fábio Portela Lopes de. A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana. 2011. 159 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.http://repositorio.unb.br/handle/10482/9867Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, Pós-graduação em Filosofia, 2011.A teoria darwinista tem contribuído para a discussão de problemas nos mais diversos campos filosóficos, entre os quais se inclui a ética e a teoria moral. A sociobiologia e a psicologia evolucionista contribuíram para a elucidação de muitos aspectos do comportamento social de diversas espécies animais, a partir de mecanismos como a seleção de parentesco e o altruísmo recíproco. A seleção de parentesco, fundada na idéia de aptidão inclusiva (Hamilton), tornou possível explicar a cooperação entre indivíduos aparentados, como ocorre no caso de abelhas e formigas. O altruísmo recíproco, por sua vez, induz a cooperação em situações de troca recíproca nas quais é possível que o agente prejudicado puna quem o prejudicou (punição moralista), o que possibilita a estabilização da cooperação por longos períodos tempo. Ambas as soluções, contudo, são insuficientes para explicar a cooperação no caso humano, uma vez que as sociedades humanas são compostas por indivíduos não aparentados. Além disso, os grupos sociais humanos são maiores do que os sustentáveis a partir do altruísmo recíproco. Em grupos grandes, os oportunistas são cada vez menos punidos, já que podem explorar um número cada vez maior de indivíduos com os quais não se relacionaram anteriormente e que não têm motivo algum para aplicar uma punição moralista. Como alternativa, a teoria da dupla herança (Richerson e Boyd) busca explicar o comportamento humano considerando tanto as abordagens biológicas clássicas quanto os resultados obtidos pelos cientistas sociais. Assim, ao contrário das perspectivas anteriores, a teoria da dupla herança entende que o comportamento humano é causado tanto pelos genes quanto pela cultura. De uma maneira inovadora, este marco teórico assume que a cultura (e em especial a acumulação cultural) é resultado da evolução genética, mas também influenciou o modo pelo qual os genes humanos evoluíram ao longo do Pleistoceno. Nesse sentido, considera-se o comportamento humano é fruto de duas heranças que se inter-relacionaram em nosso passado evolutivo ancestral - a herança genética e a herança cultural. A teoria da dupla herança possibilita uma explicação do comportamento social humano que supera as dificuldades da sociobiologia e da psicologia evolucionista. Segundo esta abordagem, a psicologia social humana não é caracterizada apenas por mecanismos mentais oriundos da seleção de parentesco e do altruísmo recíproco, mas também por instintos sociais tribais, cuja evolução decorreu justamente do entrelaçamento evolutivo entre a genética e a cultura. Entre esses instintos se destacariam a empatia, a identificação com marcadores simbólicos, a tendência de aplicar punições morais, bem como a inclinação para respeitar normas compartilhadas pelo grupo. Nesta perspectiva, a mente humana pressupõe princípios morais inatos e universais, selecionados para a vida em grupos orientados por normas sociais, mas que são plasticamente moldados à realidade cultural de cada sociedade (Hauser). Nesse sentido, a teoria da dupla herança possibilita uma abordagem naturalista do direito natural, um problema clássico da teoria moral e jurídica. ______________________________________________________________________________ ABSTRACTThis dissertation takes for granted that a darwinian evolutionary approach can contribute to reassess philosophical problems in different fields, including ethics and moral theory. Sociobiology and evolutionary psychology accounts of these issues presuppose mechanisms such as kin selection and reciprocal altruism, which have elucidated different aspects of animal social behavior. Kin selection, by presupposing the concept of inclusive fitness (Hamilton), made possible to explain cooperation between genetically-related individuals, exemplified by bee and ant communities. Reciprocal altruism, on the other side, induces cooperation in situations of reciprocal exchange whenever punishment of free-riders is possible, stabilizing cooperation for a long time. These mechanisms can't, however, explain several aspects of cooperation in the human species. Effectively, human societies are mostly composed by unrelated individuals. Moreover, these societies are typically larger than those sustained by reciprocal altruism in other animal groups. A crucial problem to explain cooperation is that as social groups become larger, free-riders are less punished since they manage to explore an increasing number of individuals with whom they hadn’t interacted previously. Hence, the latter have no reason to punish a free-rider, for example, by refusing to engage in social cooperative interaction with him. Dual inheritance theory (Peter Richerson and Robert Boyd) addresses human cooperation and the underlying psychological mechanisms in a distinctive way, by taking into account above-mentioned classical biological approaches without ignoring the relevant knowledge produced by social scientists. In contrast with sociobiology and evolutionary psychology, dual inheritance theory innovates in assuming that culture evolved by classical genetic inheritance-based mechanisms, but since culture started accumulating it became a chief actor in the evolution of the human lineage, especially during the Pleistocene. Dual inheritance theory considers that human behavior is ultimately caused by two inheritance mechanisms, genetic and cultural, which became intertwined from a certain point in our evolutionary past. In this way, it overcomes the difficulties met by other evolutionary approaches. Human social psychology would not comprise just those mental mechanisms which evolved by kin selection and reciprocal altruism, but also tribal social instincts that evolved through a complex gene-culture coevolutionary process. These insticts include empathy, the propension to cooperate with those who share the same symbolic markers as oneself, the propension to apply moralistic punishment and to adhere to the norms shared by the group. Given this theoretical framework, it is acknowledged that there are innate and universal moral principles hardwired in the human mind-brain, which where selected through an evolutionary process that made possible life in large, structured social groups. Although innate, these principles are plastically shaped to meet the demands of different cultural niches in particular societies (Hauser). The last chapter of the dissertation deploys further this naturalistic standpoint by applying dual heritance theory to the so-called 'natural right' issue, a classical problem for moral and law theory.Instituto de Ciências Humanas (ICH)Departamento de Filosofia (ICH FIL)Programa de Pós-Graduação em FilosofiaA evolução da mente normativa : origens da cooperação humanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisÉticaFilosofia da menteinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain774http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/9867/2/license.txt97347e298110dceeaca5192622ac937fMD52open accessORIGINAL2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdf2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdfapplication/pdf1182480http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/9867/3/2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdfd820814e58e1ac3bd88865faf19c8923MD53open accessTEXT2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdf.txt2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdf.txtExtracted texttext/plain405167http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/9867/4/2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdf.txta917f102f49a3c85afca1d8e56a8417bMD54open access10482/98672024-02-19 14:38:44.795open accessoai:repositorio2.unb.br:10482/9867TGljZW5zZSBncmFudGVkIGJ5IFBhdHLDrWNpYSBOdW5lcyBkYSBTaWx2YSAocGF0cmljaWFAYmNlLnVuYi5icikgb24gMjAxMi0wMS0xOFQyMDoyMDowM1ogKEdNVCk6CgpBIGNvbmNlc3PDo28gZGEgbGljZW7Dp2EgZGVzdGEgY29sZcOnw6NvIHJlZmVyZS1zZSBhbyB0ZXJtbyBkZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGltcHJlc3NvIGFzc2luYWRvIA0KcGVsbyBhdXRvciBjb20gYXMgc2VndWludGVzIGNvbmRpw6fDtWVzOg0KDQpOYSBxdWFsaWRhZGUgZGUgdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IgZGEgcHVibGljYcOnw6NvLCBhdXRvcml6byBhIFVuaXZlcnNpZGFkZSBkZSBCcmFzw61saWENCiBlIG8gSUJJQ1QgYSBkaXNwb25pYmlsaXphciBwb3IgbWVpbyBkb3Mgc2l0ZXMgd3d3LmJjZS51bmIuYnIsIHd3dy5pYmljdC5iciwNCiBodHRwOi8vaGVyY3VsZXMudnRscy5jb20vY2dpLWJpbi9uZGx0ZC9jaGFtZWxlb24/bG5nPXB0JnNraW49bmRsdGQgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIA0KZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIGRlIGFjb3JkbyBjb20gYSBMZWkgbsK6IDk2MTAvOTgsIG8gdGV4dG8gaW50ZWdyYWwgZGEgb2JyYSBkaXNwb25pYmlsaXphZGEsDQogY29uZm9ybWUgcGVybWlzc8O1ZXMgYXNzaW5hbGFkYXMsIHBhcmEgZmlucyBkZSBsZWl0dXJhLCBpbXByZXNzw6NvIGUvb3UgZG93bmxvYWQsIGEgdMOtdHVsbyBkZSANCmRpdnVsZ2HDp8OjbyBkYSBwcm9kdcOnw6NvIGNpZW50w61maWNhIGJyYXNpbGVpcmEsIGEgcGFydGlyIGRlc3RhIGRhdGEuBiblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestopendoar:2024-02-19T17:38:44Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.en.fl_str_mv A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
title A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
spellingShingle A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
Almeida, Fábio Portela Lopes de
Ética
Filosofia da mente
title_short A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
title_full A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
title_fullStr A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
title_full_unstemmed A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
title_sort A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana
author Almeida, Fábio Portela Lopes de
author_facet Almeida, Fábio Portela Lopes de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Almeida, Fábio Portela Lopes de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Abrantes, Paulo Cesar Coelho
contributor_str_mv Abrantes, Paulo Cesar Coelho
dc.subject.keyword.en.fl_str_mv Ética
Filosofia da mente
topic Ética
Filosofia da mente
description Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, Pós-graduação em Filosofia, 2011.
publishDate 2011
dc.date.submitted.none.fl_str_mv 2011-06-11
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-01-18T20:20:14Z
dc.date.available.fl_str_mv 2012-01-18T20:20:14Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-01-18
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv ALMEIDA, Fábio Portela Lopes de. A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana. 2011. 159 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unb.br/handle/10482/9867
identifier_str_mv ALMEIDA, Fábio Portela Lopes de. A evolução da mente normativa : origens da cooperação humana. 2011. 159 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia)-Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/9867
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/9867/2/license.txt
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/9867/3/2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdf
http://repositorio2.unb.br/jspui/bitstream/10482/9867/4/2011_FabioPortelaLopesdeAlmeida.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 97347e298110dceeaca5192622ac937f
d820814e58e1ac3bd88865faf19c8923
a917f102f49a3c85afca1d8e56a8417b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797405353322741760