Trotula de Ruggiero: Corp(u)s epistêmicos e a destreza do esquecimento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sattler, Janyne
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP
Texto Completo: https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs/article/view/7411
Resumo: No que se segue, eu gostaria de aventar um caminho interpretativo possível a partir de algumas perspectivas em epistemologias feministas e propor a compreensão de que a história textual moderna em torno de Trotula de Ruggiero reitera os procedimentos de exclusão que estão em curso de modo exacerbado pela imposição patriarcal-capitalista e que compõem um amplo espectro de estratégias de apagamento, silenciamento e sujeição das mulheres e que passa pelo disciplinamento (de fato, mas conceitual, também) de seus corpos. Despojar as mulheres de qualquer possibilidade de conhecimento científico é parte imprescindível destas estratégias, e embora a Modernidade já não faça uso destas obras médicas como o fez o Medievo – já que o conceito de ‘corpo’ tal como presente em Trotula e em outras obras de mulheres medievais é simplesmente incompatível com as modernas noções normativas de ‘corporeidade’ – conceder-lhe uma autoria feminina seria um movimento avesso à generalização de menoridade intelectual das mulheres.
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