Avaliação temporal da carga de trabalho de enfermagem em UTI

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Meire Cristina Novelli e [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/149740
Resumo: O processo de trabalho de enfermagem em unidades críticas modifica-se ao longo do tempo. O objetivo foi analisar as variações da carga de trabalho de Enfermagem em unidade de terapia intensiva (UTI) nos anos de aplicação do “Escore Eletrônico de Atividades de Enfermagem em UTI”. Estudo exploratório, retrospectivo sobre a evolução da carga de trabalho de enfermagem, com dados de 2007 a 2014 de pacientes internados na unidade (CEP 520705). Os dados foram obtidos em uma série histórica de 35262 aferições do Nursing Activities Score (NAS) em 4731 pacientes, internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. A coleta foi realizada por enfermeiros que receberam treinamento, os dados foram armazenados no aplicativo e desmembrados para constituir grupos de dados. O NAS mediano foi de 63,1 a 72,2 entre 2007 e 2014, mostrando aumento (p<0,001), confirmando a tendência e a sazonalidade da série histórica. Ao considerar cinquenta meses mais recentes da série histórica, a regressão linear mostra aumento mensal de 0,26, (p<0,001), o que evidencia o aumento da carga de trabalho mês a mês. De quarta a sábado o NAS foi maior (69,7; 69,4; 69,9 e 69,8). De fevereiro a junho tem-se os maiores valores de NAS (69,7; 69,8; 70; 71,8 e 69,8). Os meses de outono tiveram o maior valor de NAS com mediana de 70,3 (p<0,001), confirmando a sazonalidade. Na análise da predição da carga de trabalho o intervalo de confiança obtido foi 95%, a capacidade preditiva deste modelo para prever os valores de NAS foi 39%. Na análise das intervenções gerenciais o NAS foi maior na vigência da RDC 26 em relação à RDC 7, quando há redução do número de enfermeiros, com NAS médio de 76 e NAS mediano 75 (p<0,001). Na implantação dos sítios assistenciais o NAS médio e mediano foram maiores, 73 e 70 o que demonstra que neste sistema de organização proposto, têm-se um aumento na carga de trabalho de enfermagem (p<0,001). Na expansão da unidade de 15 para 24 leitos o NAS foi maior sendo médio 74 e mediano 70 (p<0,001). Entre as intervenções assistenciais no período de incorporação tecnológica, o NAS médio 73, mediano 69, foram maiores (p<0,001), considerando que o aporte tecnológico aumenta a necessidade de atividades especializadas. No período do surto de H1N1 obteve-se NAS médio e mediano de 65, sendo menores (p<0,001), portanto não aumentou a carga de trabalho. No transplante hepático o NAS médio 75, mediano 71 (p<0,001), evidenciam maior demanda de cuidados. Na implantação de bundle de controle de infecção o NAS médio de 74 e NAS mediano 71 foram maiores (p<0,001), mostra que a implantação de uma rotina que se destina a melhorar a qualidade, proporciona aumento na carga de trabalho. Conclui-se que as características temporais da carga de trabalho e a epidemiologia das internações, foram relevantes e apontam para se considerar a revisão de legislações no cuidado intensivo. As intervenções que buscam melhor qualidade da assistência constituem fatores que interferem na carga de trabalho da enfermagem, uma vez que a carga de trabalho de enfermagem em UTI tem aumentado ao longo dos anos.
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