Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rachel, Denise Pereira [UNESP]
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/182305
Resumo: Como fazer de uma aula de arte um acontecimento performático? Questão desencadeadora de tantas outras que moveram um pensamento em processo em torno do trabalho que tenho desenvolvido enquanto professora performer pesquisadora na instituição de ensino voltada à educação básica para jovens e adultos CIEJA Ermelino Matarazzo, localizada na zona leste da cidade de São Paulo. Tal questão me levou a um embate com minha experiência corporificada de mulher negra lésbica servidora pública da rede municipal de ensino, como um meio para investigar a criação de aulas performáticas. Estas aulas foram concebidas em um contexto permeado por impossibilidades vinculadas a parâmetros instituídos na intersecção entre raça, gênero, sexualidade e classe. Neste âmbito, o pensamento em processo que constitui esse trabalho propõe a professora performer pesquisadora como autoetnógrafa na criação de aulas performáticas junto ao Coletivo Parabelo. Por meio de uma abordagem autoetnográfica performativa com o intuito de acionar a escrita enquanto narrativa pessoal, em uma atitude autorreflexiva acerca das inadequações impelidas à condição de mulher negra lésbica servidora pública, que um dia ousou se autodeclarar professora performer pesquisadora. Ao assumir a perspectiva proposta pelo filósofo Achille Mbembe de que o projeto moderno parece estar fundamentado na invenção do negro, a medida em que um corpo de extração é concebido pela lógica escravocrata, transformando a colonização no maior aparato tecnológico da modernidade. Desse modo, essa pesquisa foi composta por uma escrita autoetnográfica que, a partir de impulsos autobiográficos, almeja expor os cortes, lesões e traumas herdados de um processo sócio histórico cultural, que emerge de um conflito intrínseco à modernidade/colonialidade. Através desse gesto autoetnográfico, escritos são compostos como estilhaços, sombras, fardos e espasmos de uma professora performer pesquisadora na experiência da criação de aulas performáticas.
id UNSP_21164643b03840804ae7fdc385998327
oai_identifier_str oai:repositorio.unesp.br:11449/182305
network_acronym_str UNSP
network_name_str Repositório Institucional da UNESP
repository_id_str 2946
spelling Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performerWriting is a way to bleed: autoethnografic shrapnel, shadows, burdens, and spasms of a professor performerAutoetnografia performativaProfessora performerAula performáticaInterseccionalidadePedagogia da assimilaçãoPerformative autoethnographyProfessor performerPerformatic classIntersectionalityPedagogy of assimilationComo fazer de uma aula de arte um acontecimento performático? Questão desencadeadora de tantas outras que moveram um pensamento em processo em torno do trabalho que tenho desenvolvido enquanto professora performer pesquisadora na instituição de ensino voltada à educação básica para jovens e adultos CIEJA Ermelino Matarazzo, localizada na zona leste da cidade de São Paulo. Tal questão me levou a um embate com minha experiência corporificada de mulher negra lésbica servidora pública da rede municipal de ensino, como um meio para investigar a criação de aulas performáticas. Estas aulas foram concebidas em um contexto permeado por impossibilidades vinculadas a parâmetros instituídos na intersecção entre raça, gênero, sexualidade e classe. Neste âmbito, o pensamento em processo que constitui esse trabalho propõe a professora performer pesquisadora como autoetnógrafa na criação de aulas performáticas junto ao Coletivo Parabelo. Por meio de uma abordagem autoetnográfica performativa com o intuito de acionar a escrita enquanto narrativa pessoal, em uma atitude autorreflexiva acerca das inadequações impelidas à condição de mulher negra lésbica servidora pública, que um dia ousou se autodeclarar professora performer pesquisadora. Ao assumir a perspectiva proposta pelo filósofo Achille Mbembe de que o projeto moderno parece estar fundamentado na invenção do negro, a medida em que um corpo de extração é concebido pela lógica escravocrata, transformando a colonização no maior aparato tecnológico da modernidade. Desse modo, essa pesquisa foi composta por uma escrita autoetnográfica que, a partir de impulsos autobiográficos, almeja expor os cortes, lesões e traumas herdados de um processo sócio histórico cultural, que emerge de um conflito intrínseco à modernidade/colonialidade. Através desse gesto autoetnográfico, escritos são compostos como estilhaços, sombras, fardos e espasmos de uma professora performer pesquisadora na experiência da criação de aulas performáticas.How to make an art class a performance event? A triggering issue for so many others that have moved a thought in process around the work that I have developed as a professor performer researcher at the CIEJA Ermelino Matarazzo elementary school for youths and adults, in the east side of São Paulo city. This question made me feel the relevance of my incorporated experience as a black woman lesbian public servant of the municipal school network, as a way of investigating the criation of performatic classes. These classes were conceived in a context permeated by impossibilities linked to the parameters established at the intersection between race, gender, sexuality and class. In this context, the thought in process that constitutes this work proposes the professor performer researcher as autoethnographer in the act of creating performatic classes. To using a performative autoethnographic approach, with the intention of triggering writing as a personal narrative in a self-reflexive attitude about the inadequacies impelled to the condition of a black woman lesbian public servant who once dared self-declare professor performer researcher. In assuming the perspective proposed by the philosopher Achille Mbembe that the modern project seems to be grounded in the invention of the Negro, the extent to which a extraction body is conceived through slave-like logic, transforming colonization into the greatest technological apparatus of modernity. In this way, this research was composed by an autoethnographic writing that, based on autobiographical impulses, aims to expose the cuts, injuries and traumas inherited from a socio-historical-cultural process that emerges from a conflict intrinsic to modernity/coloniality. Through this autoetnographic gesture are constituted narratives such as shrapnel, shadows, burdens and spasms of a professor performer researcher in the experience of creating performatic classes.Universidade Estadual Paulista (Unesp)André, Carminda Mendes [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Rachel, Denise Pereira [UNESP]2019-06-13T18:23:40Z2019-06-13T18:23:40Z2019-04-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18230500091765233004013063P4porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-10-03T06:02:25Zoai:repositorio.unesp.br:11449/182305Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-10-03T06:02:25Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
Writing is a way to bleed: autoethnografic shrapnel, shadows, burdens, and spasms of a professor performer
title Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
spellingShingle Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
Rachel, Denise Pereira [UNESP]
Autoetnografia performativa
Professora performer
Aula performática
Interseccionalidade
Pedagogia da assimilação
Performative autoethnography
Professor performer
Performatic class
Intersectionality
Pedagogy of assimilation
title_short Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
title_full Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
title_fullStr Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
title_full_unstemmed Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
title_sort Escrever é uma maneira de sangrar: estilhaços, sombras, fardos e espasmos autoetnográficos de uma professora performer
author Rachel, Denise Pereira [UNESP]
author_facet Rachel, Denise Pereira [UNESP]
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv André, Carminda Mendes [UNESP]
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.contributor.author.fl_str_mv Rachel, Denise Pereira [UNESP]
dc.subject.por.fl_str_mv Autoetnografia performativa
Professora performer
Aula performática
Interseccionalidade
Pedagogia da assimilação
Performative autoethnography
Professor performer
Performatic class
Intersectionality
Pedagogy of assimilation
topic Autoetnografia performativa
Professora performer
Aula performática
Interseccionalidade
Pedagogia da assimilação
Performative autoethnography
Professor performer
Performatic class
Intersectionality
Pedagogy of assimilation
description Como fazer de uma aula de arte um acontecimento performático? Questão desencadeadora de tantas outras que moveram um pensamento em processo em torno do trabalho que tenho desenvolvido enquanto professora performer pesquisadora na instituição de ensino voltada à educação básica para jovens e adultos CIEJA Ermelino Matarazzo, localizada na zona leste da cidade de São Paulo. Tal questão me levou a um embate com minha experiência corporificada de mulher negra lésbica servidora pública da rede municipal de ensino, como um meio para investigar a criação de aulas performáticas. Estas aulas foram concebidas em um contexto permeado por impossibilidades vinculadas a parâmetros instituídos na intersecção entre raça, gênero, sexualidade e classe. Neste âmbito, o pensamento em processo que constitui esse trabalho propõe a professora performer pesquisadora como autoetnógrafa na criação de aulas performáticas junto ao Coletivo Parabelo. Por meio de uma abordagem autoetnográfica performativa com o intuito de acionar a escrita enquanto narrativa pessoal, em uma atitude autorreflexiva acerca das inadequações impelidas à condição de mulher negra lésbica servidora pública, que um dia ousou se autodeclarar professora performer pesquisadora. Ao assumir a perspectiva proposta pelo filósofo Achille Mbembe de que o projeto moderno parece estar fundamentado na invenção do negro, a medida em que um corpo de extração é concebido pela lógica escravocrata, transformando a colonização no maior aparato tecnológico da modernidade. Desse modo, essa pesquisa foi composta por uma escrita autoetnográfica que, a partir de impulsos autobiográficos, almeja expor os cortes, lesões e traumas herdados de um processo sócio histórico cultural, que emerge de um conflito intrínseco à modernidade/colonialidade. Através desse gesto autoetnográfico, escritos são compostos como estilhaços, sombras, fardos e espasmos de uma professora performer pesquisadora na experiência da criação de aulas performáticas.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-06-13T18:23:40Z
2019-06-13T18:23:40Z
2019-04-12
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11449/182305
000917652
33004013063P4
url http://hdl.handle.net/11449/182305
identifier_str_mv 000917652
33004013063P4
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNESP
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Repositório Institucional da UNESP
collection Repositório Institucional da UNESP
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797789273800310784