O álcool na atenção primária à saúde: a atitude dos profissionais de saúde na abordagem do consumo, uso abusivo e do alcoolismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magela, Natália Rocha Henriques
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/214319
Resumo: O consumo abusivo de álcool associa-se a um grande número de morbidades como mortes e várias condições de saúde. A Atenção Primária à Saúde (APS), por seus atributos de primeiro contato, longitudinalidade, coordenação do cuidado e abordagem centrada na família e na comunidade, é o local com melhores condições para abordar o consumo de álcool como fator de risco a inúmeras doenças. Apesar disso, a identificação precoce do bebedor de risco ainda é deficiente, principalmente, para os padrões de uso que não caracterizam dependência. Considera-se que as atitudes dos profissionais, construídas socialmente, impactam em sua prática, podendo explicar a aparente dificuldade de abordagem do uso de álcool. Este estudo tem como objetivo analisar as atitudes de profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde quanto ao consumo e uso abusivo de álcool e o alcoolismo. Trata-se de um Estudo de Caso exploratório, que utiliza recorte transversal e abordagem quantitativa, de serviços de APS de um município de médio porte da região central do interior do estado de São Paulo. Foi enviado para todos os médicos e enfermeiros da APS um formulário eletrônico contendo questões estruturadas de resposta única, que abordavam características sociodemográficas e informações sobre seu consumo de álcool (extraídas do instrumento AUDIT-C) e sua atitude com os usuários do serviço frente ao álcool - consumo, uso abusivo e alcoolismo (extraídas do instrumento EAFAAA). Foram realizadas as análises estatísticas descritivas e inferenciais dos dados, adotando-se o nível de significância p<0,05. Dos 94 profissionais atuantes no município, 65 participaram, sendo maioria da Estratégia de Saúde da Família (76,9%), com experiência com alcoolistas (67,7%) e menos de 15 anos de atuação na profissão (63,1%). No geral, os profissionais demonstraram atitudes intermediárias, que sugerem dificuldade por parte deles de se posicionarem frente ao consumo de álcool, ao alcoolista e ao alcoolismo, sugerindo atitudes relacionadas ao desconhecimento sobre o assunto, assim como reflexos da estigmatização da doença e suas questões morais. Foram verificadas associações estatisticamente significativas entre as atitudes dos profissionais e características sociodemográficas, uso pessoal de álcool e tipos de serviço. Ser do sexo masculino e ter cor da pele branca associou-se com atitudes positivas frente ao álcool, alcoolismo e ao alcoolista e residir sozinho, com atitudes positivas em relação à bebida alcoólica e ao direito de consumo. Maior consumo em quantidade de doses e em frequência, pelos profissionais, também, associou-se com atitudes positivas em relação à bebida alcoólica e o direito de consumo. Profissionais da ESF apresentaram atitudes mais positivas, o que pode representar uma indução do modelo de atenção operacionalizado por este tipo de arranjo, que tendem a se organizarem mais próximo do modelo biopsicossocial de assistência. Conclui-se que há muito o que se avançar em relação às atitudes dos profissionais de saúde para que ofereçam assistência adequada aos usuários de álcool. Porém, a disseminação de conhecimento específico sobre a doença e a pessoa que faz uso de álcool parece ser uma das principais estratégias de enfrentamento deste problema.
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