Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/140149 |
Resumo: | Este texto tem como objetivo estudar as representações da aridez, leimotiv recorrente na produção artística brasileira, no romance contemporâneo Galileia (2009), de Ronaldo Correia de Brito, no qual percebemos que a aridez exerce papel fundamental, na medida em que não é apenas tema, mas elemento estrutural que reitera – e amplia – a aridez temática. Desse modo, a aridez, metafórica, estrutural ou literal é reelaborada pelo romance em questão, no qual as figuras relacionadas à seca e ao cenário do sertão retratam relações humanas, e não um local geográfico. Portanto, nosso objetivo é especificar o modo como o código linguístico trabalha com os conceitos de seca e de aridez, tanto do ponto de vista temático quanto do estrutural, analisando a utilização dos procedimentos técnicos e estilísticos próprios na definição de uma poética da aridez, e não sobre a aridez, diferença ressaltada por Ismail Xavier em texto sobre a Estética da fome (XAVIER, 2007, p.13). Para colocar em prática nossos objetivos, faremos uma abordagem do estereótipo de sertão difundido culturalmente e elaboraremos uma descrição geral das concepções de sertão presente no romance, de acordo com os personagens de modo a abordar o modo de apreensão do espaço sertanejo pelo narrador-protagonista Adonias, para quem o sertão equivale à violência e à barbárie. Posteriormente, abordaremos justamente os exemplos de violência humana presentes na obra que justificam a visão disfórica de Adonias e originam uma Imagem poética do sertão e uma alegoria da aridez humana. Para a análise desta, estabeleceremos relações entre as descrições plásticas do cenário sertanejo às questões perenes e universais da condição humana, dando origem a uma abordagem alegórica do sertão. Por fim, analisaremos a estrutura sintática e rítmica de Galileia em sua correlação com a aridez temática e metafórica, evidente no semi-simbolismo do romance. |
id |
UNSP_79e07ce23894057a9a19ca96be1c8e5d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.unesp.br:11449/140149 |
network_acronym_str |
UNSP |
network_name_str |
Repositório Institucional da UNESP |
repository_id_str |
2946 |
spelling |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em GalileiaAn aesthetic of barreness: the thematic and formal representation of the drought in GalileiaGalileiaRonaldo Correia de BritoAridezSecaSertãoBarrennessDroughtEste texto tem como objetivo estudar as representações da aridez, leimotiv recorrente na produção artística brasileira, no romance contemporâneo Galileia (2009), de Ronaldo Correia de Brito, no qual percebemos que a aridez exerce papel fundamental, na medida em que não é apenas tema, mas elemento estrutural que reitera – e amplia – a aridez temática. Desse modo, a aridez, metafórica, estrutural ou literal é reelaborada pelo romance em questão, no qual as figuras relacionadas à seca e ao cenário do sertão retratam relações humanas, e não um local geográfico. Portanto, nosso objetivo é especificar o modo como o código linguístico trabalha com os conceitos de seca e de aridez, tanto do ponto de vista temático quanto do estrutural, analisando a utilização dos procedimentos técnicos e estilísticos próprios na definição de uma poética da aridez, e não sobre a aridez, diferença ressaltada por Ismail Xavier em texto sobre a Estética da fome (XAVIER, 2007, p.13). Para colocar em prática nossos objetivos, faremos uma abordagem do estereótipo de sertão difundido culturalmente e elaboraremos uma descrição geral das concepções de sertão presente no romance, de acordo com os personagens de modo a abordar o modo de apreensão do espaço sertanejo pelo narrador-protagonista Adonias, para quem o sertão equivale à violência e à barbárie. Posteriormente, abordaremos justamente os exemplos de violência humana presentes na obra que justificam a visão disfórica de Adonias e originam uma Imagem poética do sertão e uma alegoria da aridez humana. Para a análise desta, estabeleceremos relações entre as descrições plásticas do cenário sertanejo às questões perenes e universais da condição humana, dando origem a uma abordagem alegórica do sertão. Por fim, analisaremos a estrutura sintática e rítmica de Galileia em sua correlação com a aridez temática e metafórica, evidente no semi-simbolismo do romance.Este texto tem como objetivo estudar as representações da aridez, leimotiv recorrente na produção artística brasileira, no romance contemporâneo Galileia (2009), de Ronaldo Correia de Brito, no qual percebemos que a aridez exerce papel fundamental, na medida em que não é apenas tema, mas elemento estrutural que reitera – e amplia – a aridez temática. Desse modo, a aridez, metafórica, estrutural ou literal é reelaborada pelo romance em questão, no qual as figuras relacionadas à seca e ao cenário do sertão retratam relações humanas, e não um local geográfico. Portanto, nosso objetivo é especificar o modo como o código linguístico trabalha com os conceitos de seca e de aridez, This work aims to study the barrenness representation, recurrent leimotiv in Brazilian artistic productions, in Ronaldo Correia de Brito’s contemporary novel Galileia (2009), in which the dryness has a fundamental role as it is not only a theme, but also a structural element that reaffirms – and amplifies – the thematic barrenness. Thus, the novel reworks the dryness, metaphoric, structural or literal, because the images related to the drought and to the Brazilian outback scenery portrays human relations and not just a geographical place. Therefore, the objective of this dissertation is to specify how the linguistic code works with the drought and barrenness concepts, both on the thematic and on the structural perspectives, analyzing the technical and stylistic procedures usage in the definition of a dryness poetic, and not of a poetic about dryness. This difference is highlighted by Ismail Xavier in his text about the Aesthetics of Hunger (XAVIER, 2007, p.13). In order to develop these objectives, there will be an approach of the Brazilian outback stereotype culturally spread in Brazil as well as a general description of the regions concepts present in the novel. This will be done through its characters perspectives as a mean to grapple how the Brazilian outback space is apprehended by the protagonist-narrator Adonias. To whom the backlands are equivalent to barbarism and violence. Later, the work will focus on the novel examples of human violence that justify Adonias dysphoric view and creates a poetic Image of the backlands and an allegory of human barrenness. To an analysis of this allegory it is necessary to stablish connections between the plastic descriptions of the Brazilian outback scenery and the perennial questions regarding the universal human condition, which originates an allegorical approach of these backlands. Ultimately, it will be done a study of Galileia’s syntactic and rhythmic structures and its interconnection with the metaphorical and thematic barrenness that is evident in the novel semisimbolism.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 99999.006280/2015-03Universidade Estadual Paulista (Unesp)Baldan, Maria de Lourdes Ortiz Gandini [UNESP]Francavilla, RobertoUniversidade Estadual Paulista (Unesp)Andrade, Ana Carolina Negrão Berlini de [UNESP]2016-06-30T18:07:50Z2016-06-30T18:07:50Z2016-04-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/14014900087218933004030016P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-22T06:24:36Zoai:repositorio.unesp.br:11449/140149Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462023-12-22T06:24:36Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia An aesthetic of barreness: the thematic and formal representation of the drought in Galileia |
title |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia |
spellingShingle |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia Andrade, Ana Carolina Negrão Berlini de [UNESP] Galileia Ronaldo Correia de Brito Aridez Seca Sertão Barrenness Drought |
title_short |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia |
title_full |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia |
title_fullStr |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia |
title_full_unstemmed |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia |
title_sort |
Do árido, a estética: a representação temática e formal da seca em Galileia |
author |
Andrade, Ana Carolina Negrão Berlini de [UNESP] |
author_facet |
Andrade, Ana Carolina Negrão Berlini de [UNESP] |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Baldan, Maria de Lourdes Ortiz Gandini [UNESP] Francavilla, Roberto Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Andrade, Ana Carolina Negrão Berlini de [UNESP] |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Galileia Ronaldo Correia de Brito Aridez Seca Sertão Barrenness Drought |
topic |
Galileia Ronaldo Correia de Brito Aridez Seca Sertão Barrenness Drought |
description |
Este texto tem como objetivo estudar as representações da aridez, leimotiv recorrente na produção artística brasileira, no romance contemporâneo Galileia (2009), de Ronaldo Correia de Brito, no qual percebemos que a aridez exerce papel fundamental, na medida em que não é apenas tema, mas elemento estrutural que reitera – e amplia – a aridez temática. Desse modo, a aridez, metafórica, estrutural ou literal é reelaborada pelo romance em questão, no qual as figuras relacionadas à seca e ao cenário do sertão retratam relações humanas, e não um local geográfico. Portanto, nosso objetivo é especificar o modo como o código linguístico trabalha com os conceitos de seca e de aridez, tanto do ponto de vista temático quanto do estrutural, analisando a utilização dos procedimentos técnicos e estilísticos próprios na definição de uma poética da aridez, e não sobre a aridez, diferença ressaltada por Ismail Xavier em texto sobre a Estética da fome (XAVIER, 2007, p.13). Para colocar em prática nossos objetivos, faremos uma abordagem do estereótipo de sertão difundido culturalmente e elaboraremos uma descrição geral das concepções de sertão presente no romance, de acordo com os personagens de modo a abordar o modo de apreensão do espaço sertanejo pelo narrador-protagonista Adonias, para quem o sertão equivale à violência e à barbárie. Posteriormente, abordaremos justamente os exemplos de violência humana presentes na obra que justificam a visão disfórica de Adonias e originam uma Imagem poética do sertão e uma alegoria da aridez humana. Para a análise desta, estabeleceremos relações entre as descrições plásticas do cenário sertanejo às questões perenes e universais da condição humana, dando origem a uma abordagem alegórica do sertão. Por fim, analisaremos a estrutura sintática e rítmica de Galileia em sua correlação com a aridez temática e metafórica, evidente no semi-simbolismo do romance. |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016-06-30T18:07:50Z 2016-06-30T18:07:50Z 2016-04-27 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11449/140149 000872189 33004030016P0 |
url |
http://hdl.handle.net/11449/140149 |
identifier_str_mv |
000872189 33004030016P0 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual Paulista (Unesp) |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UNESP instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Repositório Institucional da UNESP |
collection |
Repositório Institucional da UNESP |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799965371490369536 |