Identificação da presença do vírus da dengue e do vírus Zika em amostras de soro e urina no município de Mirassol, São Paulo

• Autor(a) principal: Conceição, Pâmela Jóyce Previdelli da
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/204615
• topic: Zika vírus; ZIKV assintomático; Urina; Sem sintomas clínicos de arbovirose; ZIKV asymptomatic; Urine; No clinical symptoms of arboviruses

As doenças transmitidas por vetores, tal como o Aedes aegypti causam um grande impacto na saúde pública. As arboviroses fazem parte desse grupo de doenças, afetando milhares de pessoas ao redor do mundo todos os anos. O vírus da dengue (DENV), um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, é responsável por diversas epidemias e também por trazer complicações graves aos pacientes, que vão de quadros hemorrágicos a complicações orgânicas irreversíveis. Outro arbovírus do gênero Flavivirus de importância clínica é o Zika vírus (ZIKV), responsável pela epidemia no ano de 2015 no Brasil, trazendo consigo a Síndrome Congênita do Zika, que implicou no nascimento de centenas de crianças com microcefalia. Este estudo tem por objetivo avaliar a circulação de DENV e ZIKV no município de Mirassol-SP. Para este fim, foram coletadas amostras de voluntários presentes na Unidade de Pronto Atendimento de Mirassol (UPA-Mirassol) entre fevereiro de 2018 a abril de 2019. Os voluntários foram divididos em 2 grupos. Do primeiro grupo, composto por pacientes com suspeita clínica de arbovirose, foram coletadas amostras de soro e urina. O segundo grupo incluiu pacientes sem diagnóstico clínico de arboviroses e acompanhantes de pacientes da UPA, sendo coletadas apenas amostras de urina. Todos os voluntários preencheram questionários sobre a sintomatologia apresentada no momento da coleta. Após a extração do RNA, a investigação da presença dos vírus foi realizada por RT-qPCR. Ambas as amostras do grupo suspeito para arbovirose foram testadas para DENV e ZIKV enquanto as amostras de voluntários sem diagnóstico clinico para arbovirose e acompanhantes foram testadas apenas para ZIKV. Foram coletadas 697 amostras de urina dos indivíduos sem diagnóstico clínico de arboviroses e acompanhantes, dessas, 11,3% (79) foram positivas para ZIKV. Dentre os indivíduos positivos, 16,5% (13) eram acompanhantes e 83,5% (66) indivíduos sem diagnóstico clínico de arbovirose, sendo 59,5% (47) do gênero feminino. Do grupo de sintomáticos, foram coletadas 285 amostras de soro e 272 amostras de urina de 308 pacientes e desses 42,5% (131) foram positivos para DENV2, 0,3% (1) foi positivo para DENV1, 36% (111) foram positivos para ZIKV e 12,7% (39) estavam coinfectados com ZIKV/DENV2. Se apenas as amostras de soro tivessem sido usadas, a detecção de ZIKV teria caído para 24,7% (76/308). De todos os pacientes incluídos no estudo, apenas um tinha suspeita de infecção pelo ZIKV e os demais eram suspeitos de DENV de acordo com o diagnóstico clínico. Com isso, através do nosso estudo foi possível ver a importância da realização de um diagnóstico diferencial, utilizando amostras de soro e urina, diminuindo assim o número de casos positivos subnotificados.