Avaliação do potencial imunogênico da aquaporina de Rhipicephalus (Boophilus) microplus contra o carrapato Rhipicephalus sanguineus sensu lato em cães domésticos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Évora, Patricia Martinez [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/148804
Resumo: O controle de carrapatos à base de acaricidas químicos tem levado a seleção de ectoparasitos resistentes além de contaminação ambiental e de produtos de origem animal. Frente a isso, há crescente incentivo na busca por alternativas de controle do ectoparasito, como o desenvolvimento de vacinas. O presente estudo teve como objetivo avaliar a utilização de uma proteína recombinante da aquaporina do Rhipicephalus (Boophilus) microplus como antígeno em uma vacina contra R. sanguineus, em cães domésticos. A investigação foi realizada em cooperação científica com o United States Department of Agriculture/Agricultural Research Service (USDA/ARS). Os efeitos da vacina foram avaliados nos diferentes estádios do ectoparasito em cães previamente vacinados com o antígeno + adjuvante (Montanide) (G1) e em animais de um grupo controle inoculados apenas como adjuvante (G2). Foram avaliados: i. potencial biótico (parâmetros biológicos) dos carrapatos; ii. Título de anticorpos séricos (IgG) de cães por meio do ensaio imunoenzimático indireto (Teste ELISA) pós imunização; iii. Avaliação histopatológica do sitio de fixação dos carrapatos em diversos momentos pós-fixação na pele dos hospedeiros, incluindo a contagem de células inflamatórias migradas para o foco inflamatório; iv. Histologia do ovário dos carrapatos para observação de possíveis danos causados pela ação do imunógeno; v. locais de ação do antígeno no corpo do carrapato por meio de ensaio imunohistoquímico. Os principais resultados obtidos foram: 1) O período de ingurgitamento das fêmeas adultas do grupo imunizado foi 12% menor que o do grupo controle; 2) as larvas do grupo imunizado apresentaram período de ingurgitamento 8,7% maior que as do grupo controle e pesaram 7,2% menos; 3) as ninfas do grupo imunizado apresentaram período de ingurgitamento 4,5% menor e pesaram 3,6% menos que as do grupo controle; 4) apesar de os animais apresentarem um aumento na titulação de anticorpos pós-segunda imunização, estes títulos rapidamente diminuíram; 5) As alterações histopatológicas gerais observadas incluíram espessamento da epiderme (hiperplasia), infiltração celular inflamatória, edema de derme e neovascularização, dentre outros, o que representa aspectos inespecíficos presentes em uma reação inflamatória; 6) processo inflamatório moderado foi observado nos animais do grupo imunizado em todos os tempos avaliados; 7) O infiltrado inflamatório presente no tegumento dos cães era composto majoritariamente por linfócitos, plasmócitos e macrófagos, seguido de neutrófilos, observando-se também a presença esporádica de eosinófilos e de raros mastócitos ainda íntegros, não degranulados; 8) Histologia dos ovários de fêmeas alimentadas em cães imunizados demonstrou maior quantidade de vacuolização em ovócitos II e III, e maior número de deformações em ovócitos IV e V em relação ao grupo controle; 9) Ensaio imunohistoquímico em carrapatos adultos mostrou resultado negativo, ou seja, nenhuma marcação foi evidenciada no tecido do ectoparasito. Os resultados, analisados em conjunto, indicam um baixo potencial imunogênico do RmAQP1 contra carrapatos R. sanguineus adultos na dose testada e possível, ainda que baixa, eficácia contra larvas e ninfas. Sugere-se que novos estudos sejam desenvolvidos com dose maior de RmAQP1 para observação de seu potencial imunogênico contra R. sanguineus em cães.
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