Investigar a associação entre resistência insulínica e déficit cognitivo em pacientes idosos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/199066 |
Resumo: | O envelhecimento populacional é uma realidade instalada e, em consequência dele, há evidente processo de transição epidemiológica com aumento da incidência e prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), assim como de seus fatores de risco. Dentre as DCNT, destacam-se Resistência Insulínica (RI) e o Déficit Cognitivo, cujas prevalências são elevadas, ambas com relevante impacto sobre a morbimortalidade entre as pessoas idosas. O déficit cognitivo é o principal fator preditor de mortalidade nesta faixa etária. Há evidências que demonstram associação entre as duas condições, sendo que postula-se atribuição de causalidade à resistência insulínica (RI). Entretanto, há escassos estudos científicos em países de média e baixa renda que investigaram tal associação. A referida associação entre RI e déficit cognitivo suscitou investigações científicas para tentar elucidar esta relação, principalmente porque 80% dos pacientes com déficit cognitivo tem ou RI ou diabetes melito do tipo 2 (DM2). Exemplo disso, a publicação de Eva Feldman em 2015, que aponta a RI como um link chave entre o déficit cognitivo e a síndrome metabólica. Através de modelos animais e estudos post-mortem em cérebros de humanos, demonstrou-se que a redução do metabolismo glicêmico, caracterizada pela deficiência insulínica e RI, alterava a expressão e o processamento da proteína precursora amiloide, aumentando a concentração do peptídeo beta-amiloide solúvel, reduzindo sua degradação com consequente aumento na relação do BA42:Ba40, fatores sabidamente responsáveis pela formação da placa amiloide e consequente toxicidade amiloide. Diante disso, aventa-se potencial mecanismos fisiopatológicos causais entre RI e déficit cognitivo. Entretanto, o tema ainda é controverso, alvo de discussão e condução de pesquisas científicas. Em nosso meio há escassas evidências a respeito da associação entre RI e disfunção cognitiva. Portanto, considerando o envelhecimento populacional brasileiro e a crescente prevalência de demência, o presente estudo investigou tal associação. Trata-se de um estudo transversal, que incluiu participantes com idade igual ou maior que 60 anos de um hospital terciário do sul do Brasil. Foram aplicados questionários sobre variáveis sociodemográficas e história médica pregressa; realização de medidas antropométricas e aferição da força de preensão palmar (FPP) e aplicação da escala de Barthel para aferir dependências. Avaliação cognitiva incluiu Mini Exame do Estado Mental, Bateria de Testagem Neuropsicológica (CERAD-NB) e Clinical Dementia Rating (CDR). Para avaliar DM2 e RI, foram coletados exames em jejum: Glicemia, Hemoglobina Glicada, Insulina, assim como questionado uso de medicamentos hipoglicemiantes. RI foi definida pelo cálculo do Homeostasis Model Assessment Insulin Resistance Index (HOMA-IR) e para o diagnóstico de DM2 foram aplicados os critérios da American Diabetes Association. Déficit cognitivo foi definido por escore total da Bateria de Testagem Neuropsicológica < 45. 8 Foram incluídos 269 idosos, amostra predominantemente feminina de cor da pele branca. As principais variáveis associadas ao déficit cognitivo foram idade, escolaridade e força de preensão palmar. O presente trabalho mostrou associação entre RI aferida pelo HOMA-IR com déficit cognitivo em suas categorias extremas (abaixo do percentil 20 ou acima do percentil 60), configurando um padrão de curva de risco em “J”. Entretanto, resistência insulínica não se associou ao desfecho de forma independente de idade e escolaridade. |
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