Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Real, Lúcia Helena Gonzales
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/30998
Resumo: Introdução: Após o reconhecimento da AIDS como uma nova entidade clínica e o isolamento do vírus HIV como agente causador, no início dos anos 80, mudou a história dessa infecção. Com a instituição da terapia antirretroviral combinada (cART), em 1996 e com os avanços no tratamento, houve uma dramática redução na mortalidade como na morbidade das pessoas infectadas pelo vírus HIV. A expansão do acesso aos antirretrovirais contribuiu com declínio de 19% da mortalidade entre 2004 e 2009. Esses benefícios, observados em diversas populações analisadas ao longo do tempo, resultaram no aumento da sobrevida e na melhora da qualidade de vida desses indivíduos. Existem hoje, segundo dados da UNAIDS, 33,4 milhões de pessoas infectadas no mundo e, dessas, 10 milhões de indivíduos deveriam ter iniciado cART em 2009. O propósito desse estudo foi medir a mortalidade e estudar fatores associados com maior risco de morte em uma coorte de indivíduos portadores do vírus HIV, que consultam em um serviço especializado em atendê-los, no sul do Brasil. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo que analisou 1707 pacientes HIV-positivos que consultaram em um centro de referência entre abril de 1998 e abril de 2008, com idade superior a 13 anos, que tinham realizado mais de uma medida de contagem de células CD4 durante o período do estudo. Dos 2494 pacientes potencialmente elegíveis 787 pacientes foram excluídos da análise (31,5%), por não preencherem os critérios de inclusão. Foram analisados dados sóciodemográficos, categorias de exposição, co-infecção com HCV, contagem de células CD4 mais baixa, última contagem de células CD4 realizada, diagnóstico de AIDS no início do seguimento e número de esquemas antirretrovirais prescritos. Resultados: Entre 1998 e 2008 nós identificamos 368 mortes (21,5%) e 378 (22.1%) indivíduos foram considerados perda de seguimento. O maior fator de risco de morte encontrado na análise foi a última contagem de células CD4 disponível. O risco de morte foi maior para os não brancos, para os homens, para as pessoas mais velhas e para pacientes com co-infecção com HCV. Na análise ajustada, o aumento de risco de morte foi confirmado para os homens (HR 1,33; 95% IC 1,06 - 1,67; p= 0,016); para as pessoas mais velhas (HR 2,12; 95% IC 1,44-3,12; p= 0,001) e para os não brancos (HR 1,33, 95% IC 1,04-1,71, p= 0,023) As variáveis do nível intermediário do modelo, co-infecção com HCV e número de regimes de ARVs, permaneceram também significativamente associadas à morte (HR 5,30, 95% IC 2,43-11,57, p=0,001 e HR 3,74; 95% IC 1,50-9,30, p= 0,010, respectivamente). Na análise das variáveis do terceiro nível, a última contagem de células CD4 disponível permaneceu estatisticamente significativa (HR 19, 31, 95% IC 4,97-75,12, p=0,001). Indivíduos cuja última contagem de células CD4 foi < 100/mm³ tiveram um risco de morte cerca de vinte vezes maior quando comparados com aqueles com contagem de células CD4 de 500 /mm³ ou mais. Conclusões: Estes resultados, em parte, confirmam achados encontrados em outros estudos. A contagem do último CD4 foi a medida que melhor capturou a chance de morte na coorte estudada. Nossos resultados também reforçam a necessidade de maiores informações pelos gestores e profissionais que prestam assistência a esses indivíduos e de medidas que analisem e explorem as causas da perda de seguimento encontradas no estudo.
id URGS_2925f79334db097e95ce702ac83f4476
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/30998
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Real, Lúcia Helena GonzalesSprinz, Eduardo2011-08-11T06:01:25Z2011http://hdl.handle.net/10183/30998000775381Introdução: Após o reconhecimento da AIDS como uma nova entidade clínica e o isolamento do vírus HIV como agente causador, no início dos anos 80, mudou a história dessa infecção. Com a instituição da terapia antirretroviral combinada (cART), em 1996 e com os avanços no tratamento, houve uma dramática redução na mortalidade como na morbidade das pessoas infectadas pelo vírus HIV. A expansão do acesso aos antirretrovirais contribuiu com declínio de 19% da mortalidade entre 2004 e 2009. Esses benefícios, observados em diversas populações analisadas ao longo do tempo, resultaram no aumento da sobrevida e na melhora da qualidade de vida desses indivíduos. Existem hoje, segundo dados da UNAIDS, 33,4 milhões de pessoas infectadas no mundo e, dessas, 10 milhões de indivíduos deveriam ter iniciado cART em 2009. O propósito desse estudo foi medir a mortalidade e estudar fatores associados com maior risco de morte em uma coorte de indivíduos portadores do vírus HIV, que consultam em um serviço especializado em atendê-los, no sul do Brasil. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo que analisou 1707 pacientes HIV-positivos que consultaram em um centro de referência entre abril de 1998 e abril de 2008, com idade superior a 13 anos, que tinham realizado mais de uma medida de contagem de células CD4 durante o período do estudo. Dos 2494 pacientes potencialmente elegíveis 787 pacientes foram excluídos da análise (31,5%), por não preencherem os critérios de inclusão. Foram analisados dados sóciodemográficos, categorias de exposição, co-infecção com HCV, contagem de células CD4 mais baixa, última contagem de células CD4 realizada, diagnóstico de AIDS no início do seguimento e número de esquemas antirretrovirais prescritos. Resultados: Entre 1998 e 2008 nós identificamos 368 mortes (21,5%) e 378 (22.1%) indivíduos foram considerados perda de seguimento. O maior fator de risco de morte encontrado na análise foi a última contagem de células CD4 disponível. O risco de morte foi maior para os não brancos, para os homens, para as pessoas mais velhas e para pacientes com co-infecção com HCV. Na análise ajustada, o aumento de risco de morte foi confirmado para os homens (HR 1,33; 95% IC 1,06 - 1,67; p= 0,016); para as pessoas mais velhas (HR 2,12; 95% IC 1,44-3,12; p= 0,001) e para os não brancos (HR 1,33, 95% IC 1,04-1,71, p= 0,023) As variáveis do nível intermediário do modelo, co-infecção com HCV e número de regimes de ARVs, permaneceram também significativamente associadas à morte (HR 5,30, 95% IC 2,43-11,57, p=0,001 e HR 3,74; 95% IC 1,50-9,30, p= 0,010, respectivamente). Na análise das variáveis do terceiro nível, a última contagem de células CD4 disponível permaneceu estatisticamente significativa (HR 19, 31, 95% IC 4,97-75,12, p=0,001). Indivíduos cuja última contagem de células CD4 foi < 100/mm³ tiveram um risco de morte cerca de vinte vezes maior quando comparados com aqueles com contagem de células CD4 de 500 /mm³ ou mais. Conclusões: Estes resultados, em parte, confirmam achados encontrados em outros estudos. A contagem do último CD4 foi a medida que melhor capturou a chance de morte na coorte estudada. Nossos resultados também reforçam a necessidade de maiores informações pelos gestores e profissionais que prestam assistência a esses indivíduos e de medidas que analisem e explorem as causas da perda de seguimento encontradas no estudo.application/pdfporSíndrome de imunodeficiência adquiridaMortalidadeFatores de riscoTerapia antirretroviral de alta atividadeMortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2010mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000775381.pdf.txt000775381.pdf.txtExtracted Texttext/plain87169http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30998/2/000775381.pdf.txt4e3782989fe362912000eebbd1592511MD52ORIGINAL000775381.pdf000775381.pdfTexto completoapplication/pdf513829http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30998/1/000775381.pdfa28d8fecaac7f4412672ac5dde9e4488MD51THUMBNAIL000775381.pdf.jpg000775381.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1155http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30998/3/000775381.pdf.jpg82bdb29b43da3c82169632fd107c6d26MD5310183/309982023-09-21 03:40:00.107554oai:www.lume.ufrgs.br:10183/30998Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-21T06:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
title Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
spellingShingle Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
Real, Lúcia Helena Gonzales
Síndrome de imunodeficiência adquirida
Mortalidade
Fatores de risco
Terapia antirretroviral de alta atividade
title_short Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
title_full Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
title_fullStr Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
title_full_unstemmed Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
title_sort Mortality profile in HIV infected individuals in HAART era : an analysis of a reference center in Brazil
author Real, Lúcia Helena Gonzales
author_facet Real, Lúcia Helena Gonzales
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Real, Lúcia Helena Gonzales
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Sprinz, Eduardo
contributor_str_mv Sprinz, Eduardo
dc.subject.por.fl_str_mv Síndrome de imunodeficiência adquirida
Mortalidade
Fatores de risco
Terapia antirretroviral de alta atividade
topic Síndrome de imunodeficiência adquirida
Mortalidade
Fatores de risco
Terapia antirretroviral de alta atividade
description Introdução: Após o reconhecimento da AIDS como uma nova entidade clínica e o isolamento do vírus HIV como agente causador, no início dos anos 80, mudou a história dessa infecção. Com a instituição da terapia antirretroviral combinada (cART), em 1996 e com os avanços no tratamento, houve uma dramática redução na mortalidade como na morbidade das pessoas infectadas pelo vírus HIV. A expansão do acesso aos antirretrovirais contribuiu com declínio de 19% da mortalidade entre 2004 e 2009. Esses benefícios, observados em diversas populações analisadas ao longo do tempo, resultaram no aumento da sobrevida e na melhora da qualidade de vida desses indivíduos. Existem hoje, segundo dados da UNAIDS, 33,4 milhões de pessoas infectadas no mundo e, dessas, 10 milhões de indivíduos deveriam ter iniciado cART em 2009. O propósito desse estudo foi medir a mortalidade e estudar fatores associados com maior risco de morte em uma coorte de indivíduos portadores do vírus HIV, que consultam em um serviço especializado em atendê-los, no sul do Brasil. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo que analisou 1707 pacientes HIV-positivos que consultaram em um centro de referência entre abril de 1998 e abril de 2008, com idade superior a 13 anos, que tinham realizado mais de uma medida de contagem de células CD4 durante o período do estudo. Dos 2494 pacientes potencialmente elegíveis 787 pacientes foram excluídos da análise (31,5%), por não preencherem os critérios de inclusão. Foram analisados dados sóciodemográficos, categorias de exposição, co-infecção com HCV, contagem de células CD4 mais baixa, última contagem de células CD4 realizada, diagnóstico de AIDS no início do seguimento e número de esquemas antirretrovirais prescritos. Resultados: Entre 1998 e 2008 nós identificamos 368 mortes (21,5%) e 378 (22.1%) indivíduos foram considerados perda de seguimento. O maior fator de risco de morte encontrado na análise foi a última contagem de células CD4 disponível. O risco de morte foi maior para os não brancos, para os homens, para as pessoas mais velhas e para pacientes com co-infecção com HCV. Na análise ajustada, o aumento de risco de morte foi confirmado para os homens (HR 1,33; 95% IC 1,06 - 1,67; p= 0,016); para as pessoas mais velhas (HR 2,12; 95% IC 1,44-3,12; p= 0,001) e para os não brancos (HR 1,33, 95% IC 1,04-1,71, p= 0,023) As variáveis do nível intermediário do modelo, co-infecção com HCV e número de regimes de ARVs, permaneceram também significativamente associadas à morte (HR 5,30, 95% IC 2,43-11,57, p=0,001 e HR 3,74; 95% IC 1,50-9,30, p= 0,010, respectivamente). Na análise das variáveis do terceiro nível, a última contagem de células CD4 disponível permaneceu estatisticamente significativa (HR 19, 31, 95% IC 4,97-75,12, p=0,001). Indivíduos cuja última contagem de células CD4 foi < 100/mm³ tiveram um risco de morte cerca de vinte vezes maior quando comparados com aqueles com contagem de células CD4 de 500 /mm³ ou mais. Conclusões: Estes resultados, em parte, confirmam achados encontrados em outros estudos. A contagem do último CD4 foi a medida que melhor capturou a chance de morte na coorte estudada. Nossos resultados também reforçam a necessidade de maiores informações pelos gestores e profissionais que prestam assistência a esses indivíduos e de medidas que analisem e explorem as causas da perda de seguimento encontradas no estudo.
publishDate 2011
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2011-08-11T06:01:25Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2011
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/30998
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000775381
url http://hdl.handle.net/10183/30998
identifier_str_mv 000775381
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30998/2/000775381.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30998/1/000775381.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/30998/3/000775381.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 4e3782989fe362912000eebbd1592511
a28d8fecaac7f4412672ac5dde9e4488
82bdb29b43da3c82169632fd107c6d26
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309005692698624