O uso das proteínas glicadas no diagnóstico de diabetes mellitus pós-transplante renal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimentel, Ana Laura
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/188932
Resumo: Diabetes mellitus pós-transplante (DMPT) renal é uma alteração metabólica caracterizada por hiperglicemia persistente que inicia após o transplante de rim. Além das complicações macrovasculares em longo prazo, estudos associam o desenvolvimento de DMPT com piora na função renal e menor sobrevida do enxerto e do paciente. O consenso internacional sobre DMPT renal recomenda que seu diagnóstico seja baseado nos resultados de glicemia de jejum e/ou hemoglobina glicada (HbA1c) e/ou teste oral de tolerância à glicose (TOTG) e/ou por gli a sintomas característicos da doença. O uso do teste HbA1c não é recomendado antes dos três primeiros meses após o transplante, já que a utilização de eritropoietina, a realização de diálise e transfusão sanguínea alteram falsamente os seus resultados. O uso de medicamentos imunossupressores é o principal responsável pelo desenvolvimento de alterações no metabolismo da glicose, em indivíduos susceptíveis, após o transplante renal. Nesta tese avaliamos o impacto do uso dos imunossupressores (prednisona e tacrolimus) sob a variabilidade nos níveis de HbA1c em indivíduos sem diabetes após o transplante, realizamos também uma revisão sistemática com meta-análise para avaliar o desempenho da HbA1c no diagnóstico de DMPT e, para finalizar, avaliamos a acurácia diagnóstica da albumina glicada (AG) na detecção de DMPT após transplante renal utilizando o TOTG e HbA1c como testes de referência. Os resultados mostraram que a variabilidade intra-individual de HbA1c é maior do que aquela encontrada na literatura para a população em geral. Além disso, é necessária uma diferença relativa maior do que 16% entre dois resultados de HbA1c consecutivos para que esta seja considerada significativa. De acordo com os resultados da meta-análise especificidade porém baixa sensibilidade, o que limita seu uso para o rastreamento da doença. Como alternativa, sugerimos que o ponto de corte ,2% seja utilizado na detecção de DMPT durante os meses iniciais após o transplante. A AG apresentou desempenho moderado após o transplante e o dos pacientes com a doença. Este trabalho apresenta a maior evidência disponível sobre o uso de HbA1c para identificar DMPT, além do primeiro estudo sobre o uso de AG em indivíduos após transplante renal. De acordo com os achados desta tese, concluímos que: a) HbA1c é um teste útil e com desempenho adequado para o diagnóstico de DMPT; e b) o teste AG apresenta potencial para ser utilizado após o transplante, embora mais estudos em outras populações ainda sejam necessários.
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O uso de medicamentos imunossupressores é o principal responsável pelo desenvolvimento de alterações no metabolismo da glicose, em indivíduos susceptíveis, após o transplante renal. Nesta tese avaliamos o impacto do uso dos imunossupressores (prednisona e tacrolimus) sob a variabilidade nos níveis de HbA1c em indivíduos sem diabetes após o transplante, realizamos também uma revisão sistemática com meta-análise para avaliar o desempenho da HbA1c no diagnóstico de DMPT e, para finalizar, avaliamos a acurácia diagnóstica da albumina glicada (AG) na detecção de DMPT após transplante renal utilizando o TOTG e HbA1c como testes de referência. Os resultados mostraram que a variabilidade intra-individual de HbA1c é maior do que aquela encontrada na literatura para a população em geral. Além disso, é necessária uma diferença relativa maior do que 16% entre dois resultados de HbA1c consecutivos para que esta seja considerada significativa. De acordo com os resultados da meta-análise especificidade porém baixa sensibilidade, o que limita seu uso para o rastreamento da doença. Como alternativa, sugerimos que o ponto de corte ,2% seja utilizado na detecção de DMPT durante os meses iniciais após o transplante. A AG apresentou desempenho moderado após o transplante e o dos pacientes com a doença. Este trabalho apresenta a maior evidência disponível sobre o uso de HbA1c para identificar DMPT, além do primeiro estudo sobre o uso de AG em indivíduos após transplante renal. De acordo com os achados desta tese, concluímos que: a) HbA1c é um teste útil e com desempenho adequado para o diagnóstico de DMPT; e b) o teste AG apresenta potencial para ser utilizado após o transplante, embora mais estudos em outras populações ainda sejam necessários.Post-transplantation diabetes mellitus (PTDM) is a metabolic disorder characterized by persistent hyperglycemia that occurs after kidney transplantation. In addition to the long-term macrovascular complications, studies have associated the development of PTDM with worsening renal function and reduced graft and patient survival. The international consensus on renal PTDM recommends that its diagnosis should be made based on the results of fasting glycemia and/or glycated hemoglobin (HbA1c) and/or oral associated with characteristic symptoms of diabetes. The use of the HbA1c is not recommended before the first three months after transplantation, since the use of erythropoietin, dialysis and blood transfusion falsely alters its results. The use of immunosuppressive drugs is the main responsible for the development of persistent alterations in glucose metabolism, in susceptible individuals, following renal transplantation. In this thesis we evaluated the impact of using immunosuppressive drugs (prednisone and tacrolimus) on the variability of HbA1c levels in subjects without diabetes after kidney transplantation, we also performed a systematic review and meta-analysis to evaluate the performance of HbA1c in the diagnosis of PTDM and, finally, we evaluated the diagnostic accuracy of glycated albumin (GA) in the detection of PTDM after renal transplantation using OGTT and HbA1c as reference tests. The results showed that the within-subject biological variation of HbA1c is higher than that found in the literature for the general population. In addition, a relative difference higher than 16% between two consecutive HbA1c results is required to be considered significant. According to the results of the meta-analysis, the use of HbA1c 6.5% presents high specificity but low sensitivity, which limits its use for the screening of the disease. As an alternative, we suggested 6.2% to be used in the detection of PTDM during the initial months after transplantation. GA presented moderate performance after transplantation and the GA was able to confirm PTDM in almost 90% of the patients with the disease. This thesis presents the best evidence available about the use of HbA1c to identify PTDM, and also the first study on the use of GA in individuals after renal transplantation. According to these findings, we concluded that: a) HbA1c is useful and presents good performance for the diagnosis of PTDM; and b) GA test has potential to be used after transplant, although more studies in other populations are needed.application/pdfporTransplante de rimDiabetes mellitusHemoglobinas glicadasO uso das proteínas glicadas no diagnóstico de diabetes mellitus pós-transplante renalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2018doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001080500.pdf.txt001080500.pdf.txtExtracted Texttext/plain44394http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188932/2/001080500.pdf.txtcaa017ce6c79b18b16ee67abb2d75327MD52ORIGINAL001080500.pdfTexto parcialapplication/pdf921877http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188932/1/001080500.pdfe5a98803ec08f6820675149554981232MD5110183/1889322023-11-18 04:26:17.660325oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188932Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-11-18T06:26:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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