Ultrassonografia pélvico-abdominal na avaliação dos marcos puberais em meninas com artrite idiopática juvenil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Sandra Helena
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/143082
Resumo: Introdução: A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) inicia-se principalmente no intervalo etário de oito a catorze anos, podendo estar associada a déficit de crescimento e atraso puberal. O estadiamento de Tanner e a avaliação ultrassonográfica da pelve podem detectar atrasos no desenvolvimento puberal. Objetivos: Comparar a maturação sexual das meninas com AIJ a controles saudáveis, por meio da avaliação clínica dos estágios de Tanner e dos parâmetros da ultrassonografia (US) pélvica e relacionar esses achados aos níveis de hormônios sexuais e fatores relacionados à doença. Comparar, também, os dados antropométricos e a idade da menarca entre os dois grupos e relacioná-los a fatores de risco ligados à AIJ. Delineamento: Estudo transversal com grupo controle Metodologia: O estudo foi realizado com 44 meninas com AIJ e 59 controles com idades entre seis e dezoito anos incompletos, sem uso de glicocorticoides há no mínimo seis meses e sem outras doenças crônicas concomitantes. O diagnóstico de AIJ foi realizado de acordo com critérios da Liga Internacional das Associações de Reumatologia (ILAR). Foi realizada avaliação antropométrica, e a maturação sexual foi avaliada por meio dos estádios de Tanner. A US pélvica abdominal foi utilizada para avaliar as medidas do útero dos ovários e o índice de pulsatilidade das artérias uterinas (IP). Foram medidos níveis hormonais de FSH, LH, estrógeno, progesterona e IGF-1 nas meninas com AIJ. Resultados: Os parâmetros da US pélvica foram correlacionados aos estágios de Tanner no grupo controle (p <0,001). Todas as medidas de útero e ovários foram menores nas meninas com AIJ quando comparadas ao grupo controle. A média do IP das artérias uterinas foi maior nas meninas com AIJ. Estratificando-se por idade, o volume do útero foi menor nas meninas com AIJ na faixa etária de 10-11 anos (p < 0,004) e 14-15 anos (p=0,042), e a relação corpo/cérvice AP foi menor no intervalo de 10-11 anos (p=0,007). Os níveis de LH e estradiol foram fortemente relacionados ao aumento dos órgãos pélvicos (p<0,001) e inversamente com IP médio das artérias uterinas (p<0.01). O escore z do IMC e da estatura foi menor nas meninas com AIJ em relação ao grupo controle (p=0,032 e p=0,041 respectivamente). As meninas com AIJ poliarticular e com maior dose cumulativa de glicocorticoide apresentaram a maior chance de ter baixa estatura. Não houve diferença entre os grupos AIJ e controles com relação à idade da menarca. A altura final e a diferença entre essa altura e a altura-alvo familiar não foi diferente entre as meninas com AIJ e as do grupo controle. Conclusão: Nosso estudo mostrou que, mesmo sem uso de glicocorticoide há mais de seis meses, as crianças com formas mais graves de AIJ e que necessitaram de doses maiores de glicocorticoide estão mais suscetíveis ao retardo no crescimento e atraso no início da puberdade. A US pélvica demonstrou ser um exame sensível para avaliação da maturação sexual de meninas, identificando atrasos nas meninas com AIJ não percebidas por meio da avaliação clínica pelos estágios de Tanner.
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Delineamento: Estudo transversal com grupo controle Metodologia: O estudo foi realizado com 44 meninas com AIJ e 59 controles com idades entre seis e dezoito anos incompletos, sem uso de glicocorticoides há no mínimo seis meses e sem outras doenças crônicas concomitantes. O diagnóstico de AIJ foi realizado de acordo com critérios da Liga Internacional das Associações de Reumatologia (ILAR). Foi realizada avaliação antropométrica, e a maturação sexual foi avaliada por meio dos estádios de Tanner. A US pélvica abdominal foi utilizada para avaliar as medidas do útero dos ovários e o índice de pulsatilidade das artérias uterinas (IP). Foram medidos níveis hormonais de FSH, LH, estrógeno, progesterona e IGF-1 nas meninas com AIJ. Resultados: Os parâmetros da US pélvica foram correlacionados aos estágios de Tanner no grupo controle (p <0,001). Todas as medidas de útero e ovários foram menores nas meninas com AIJ quando comparadas ao grupo controle. A média do IP das artérias uterinas foi maior nas meninas com AIJ. Estratificando-se por idade, o volume do útero foi menor nas meninas com AIJ na faixa etária de 10-11 anos (p < 0,004) e 14-15 anos (p=0,042), e a relação corpo/cérvice AP foi menor no intervalo de 10-11 anos (p=0,007). Os níveis de LH e estradiol foram fortemente relacionados ao aumento dos órgãos pélvicos (p<0,001) e inversamente com IP médio das artérias uterinas (p<0.01). O escore z do IMC e da estatura foi menor nas meninas com AIJ em relação ao grupo controle (p=0,032 e p=0,041 respectivamente). As meninas com AIJ poliarticular e com maior dose cumulativa de glicocorticoide apresentaram a maior chance de ter baixa estatura. Não houve diferença entre os grupos AIJ e controles com relação à idade da menarca. A altura final e a diferença entre essa altura e a altura-alvo familiar não foi diferente entre as meninas com AIJ e as do grupo controle. Conclusão: Nosso estudo mostrou que, mesmo sem uso de glicocorticoide há mais de seis meses, as crianças com formas mais graves de AIJ e que necessitaram de doses maiores de glicocorticoide estão mais suscetíveis ao retardo no crescimento e atraso no início da puberdade. A US pélvica demonstrou ser um exame sensível para avaliação da maturação sexual de meninas, identificando atrasos nas meninas com AIJ não percebidas por meio da avaliação clínica pelos estágios de Tanner.Introduction: Juvenile Idiopathic Arthritis (JIA) manifests at the 8 to 14-year age span and is often associated with growth deficit and puberty delay. Tanner staging and pelvic ultrasonography (US) can be used to detect pubertal delays. Objectives: To compare sexual maturation in JIA girls and healthy controls (HC) by clinical evaluation with Tanner stages and pelvic US parameters and to correlate these findings with sexual hormone levels and disease related factors. Additionally, to compare anthropometric data and menarche age between groups and to correlate such findings with disease related risk factors in JIA patients. Study design: Cross-sectional study. Methods: 44 JIA and 59 healthy girls, aged six to 18 years, free of steroid use in the last six months and with no concomitant chronic diseases were included the study. JIA was diagnosed after the International League of the Rheumatology Associations (ILAR) criteria. Anthropometric and sexual development evaluations by Tanner staging were performed Pelvic US was performed to measure uterus, endometrial thickness, ovaries and uterine artery pulsatility index. Sexual hormone levels were measured in JIA girls. Results: Pelvic US parameters correlated with Tanner stages in HC (p <0.001). All uterine and ovarian measurements were smaller in JIA girls than in HC. Mean uterine artery PI was greater in JIA girls. Uterine volume was smaller in JIA girls at the 10 to 11 (P=0.004) and 14 to 15 year (p=0.042) age strata and the anteroposterior body cervix ratio was smaller in JIA girls the 10 to 11 year stratum (p=0.007). LH and estradiol levels were strongly correlated with pelvic organ size. (P<0.001) and inversely correlated with mean uterine artery PI (p<0.01) BMI and height for age z scores were smaller in JIA girls than in HC. Polyarticular JIA girls and those that had received greater steroid doses had the largest chance to have short stature. There was no difference between JIA girls and HC regarding menarche age. Final height and the final height/target height difference was not different between JIA girls and HC. Conclusion: The current study showed that JIA girls from the most severe subtypes and those that had received the largest steroid cumulative doses were more susceptible to growth and puberty delays, even six months after drug withdrawal. Pelvic US was a sensitive tool in detecting sexual development in girls, being able to identify puberty delays, unsuspected by Tanner stage evaluation.application/pdfporArtrite juvenilCrescimentoPuberdadeJuvenile idiopathic arthritisGrowthPubertyUltrassonografia pélvico-abdominal na avaliação dos marcos puberais em meninas com artrite idiopática juvenilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2016doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000992346.pdf.txt000992346.pdf.txtExtracted Texttext/plain260693http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143082/2/000992346.pdf.txt1bd87a13994a1600f6f1d5f1bf653dddMD52ORIGINAL000992346.pdf000992346.pdfTexto completoapplication/pdf1481157http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/143082/1/000992346.pdfdcab8047165cca2a72c5e3383424c542MD5110183/1430822022-04-20 04:56:06.076596oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143082Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-04-20T07:56:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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