Preditores de epilepsia em crianças com doenças cerebrovasculares
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/55154 |
Resumo: | Objetivos: Determinar a frequência de crises epilépticas e a prevalência de epilepsia em crianças que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC), assim como verificar os fatores de risco associados com o desenvolvimento de epilepsia pós-AVC na infância. Método: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com pacientes de 0 a 18 anos com diagnóstico de AVC, em acompanhamento no Ambulatório de Doenças Cerebrovasculares da Infância do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entre Janeiro e Julho de 2010, através da revisão dos prontuários. Foram coletados dados demográficos e relativos ao AVC e às manifestações epilépticas. Foi usado o teste Exato de Fisher para avaliar a associação entre os possíveis fatores de risco e o desfecho (epilepsia), e um modelo de regressão de Poisson para estimar o risco, ajustando para possíveis fatores de confusão. Resultados: Sessenta e cinco crianças de 0 a 18 anos foram incluídas. Quarenta e dois pacientes (64,6%) apresentaram crises epilépticas (35 na fase precoce e 7 na tardia), tendo a maioria (78,5%) ocorrido nas primeiras 24 horas. Dezenove crianças (29,2%) desenvolveram epilepsia pós-AVC, havendo associação significativa com início tardio das crises (p=0,034) e com envolvimento cortical (p = 0,01). Após ajuste pela regressão múltipla de Poisson, o risco de apresentar epilepsia foi de 2,4 em crianças com história de crises tardias (95% IC: 1,4-3,9; p=0,001) e de 3,7 em crianças com acometimento cortical (95% IC: 1,4-9,7; p=0,009). Conclusões: As crises epilépticas precoces foram um achado comum nesse grupo de crianças com história de AVC e ocorreram mais frequentemente nas primeiras 24 horas do ictus. Nossos achados sugerem que o início tardio das crises epilépticas após o AVC e o acometimento cortical são fatores de risco independentes para o desenvolvimento de epilepsia pós-AVC em crianças. |
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Morais, Norma Martins de MenezesRiesgo, Rudimar dos Santos2012-09-11T01:34:04Z2012http://hdl.handle.net/10183/55154000857015Objetivos: Determinar a frequência de crises epilépticas e a prevalência de epilepsia em crianças que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC), assim como verificar os fatores de risco associados com o desenvolvimento de epilepsia pós-AVC na infância. Método: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo com pacientes de 0 a 18 anos com diagnóstico de AVC, em acompanhamento no Ambulatório de Doenças Cerebrovasculares da Infância do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, entre Janeiro e Julho de 2010, através da revisão dos prontuários. Foram coletados dados demográficos e relativos ao AVC e às manifestações epilépticas. Foi usado o teste Exato de Fisher para avaliar a associação entre os possíveis fatores de risco e o desfecho (epilepsia), e um modelo de regressão de Poisson para estimar o risco, ajustando para possíveis fatores de confusão. Resultados: Sessenta e cinco crianças de 0 a 18 anos foram incluídas. Quarenta e dois pacientes (64,6%) apresentaram crises epilépticas (35 na fase precoce e 7 na tardia), tendo a maioria (78,5%) ocorrido nas primeiras 24 horas. Dezenove crianças (29,2%) desenvolveram epilepsia pós-AVC, havendo associação significativa com início tardio das crises (p=0,034) e com envolvimento cortical (p = 0,01). Após ajuste pela regressão múltipla de Poisson, o risco de apresentar epilepsia foi de 2,4 em crianças com história de crises tardias (95% IC: 1,4-3,9; p=0,001) e de 3,7 em crianças com acometimento cortical (95% IC: 1,4-9,7; p=0,009). Conclusões: As crises epilépticas precoces foram um achado comum nesse grupo de crianças com história de AVC e ocorreram mais frequentemente nas primeiras 24 horas do ictus. Nossos achados sugerem que o início tardio das crises epilépticas após o AVC e o acometimento cortical são fatores de risco independentes para o desenvolvimento de epilepsia pós-AVC em crianças.Purpose: To determine the frequency of post-stroke epileptic seizures and the prevalence of post-stroke epilepsy in children and ascertain which risk factors are associated with the development of post-stroke epilepsy in this population. Methods: This was a retrospective cohort study of patients between the ages of 0 and 18 years who had a diagnosis of stroke. We conducted a chart review of all children who received follow-up at the Pediatric Cerebrovascular Disease Clinic at Hospital de Clínicas de Porto Alegre between January and July 2010. The study variables included epidemiological data, stroke and seizure-related data. Fisher’s exact test was used to measure the association between potential risk factors and the outcome of interest (epilepsy), and a Poisson regression model was constructed to estimate risk while adjusting for potential confounders. Results: Sixty-five children aged between 0-18 were included. Forty-two patients (64.6%) had post-stroke seizures (35 early, 7 late-onset), with most (78.5%) occurring in the first 24 hours. Nineteen children (29.2%) developed post-stroke epilepsy, which was significantly more common among patients with late-onset seizures (P = 0.034) and with cortical involvement (P = 0.01). After Poisson regression, the relative risk of epilepsy was calculated as 2.4 in children with late-onset post-stroke seizures (95%CI, 1.4–3.9; P = 0.001) and 3.7 in children with cortical involvement (95%CI, 1.4–9.7; P = 0.009). Conclusions: Early post-stroke seizures were a common finding in this group of children with a history of stroke and occurred most frequently within 24 hours of stroke onset. Our findings also suggest that late-onset post-stroke seizures and cortical involvement are independent risk factors for development of post-stroke epilepsy in children.application/pdfporEpilepsiaTranstornos cerebrovascularesAcidente vascular cerebralEpilepsyChildhoodStrokeCerebrovascular diseaseSeizurePreditores de epilepsia em crianças com doenças cerebrovascularesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2012mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000857015.pdf000857015.pdfTexto completoapplication/pdf952558http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/55154/1/000857015.pdfe1b5cbd9203e7ba8bc6a5a537db174ceMD51TEXT000857015.pdf.txt000857015.pdf.txtExtracted Texttext/plain119549http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/55154/2/000857015.pdf.txtc4e1218d1c2a7b0cab2898e85f7df387MD52THUMBNAIL000857015.pdf.jpg000857015.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1328http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/55154/3/000857015.pdf.jpgdec3a559d7fbb57fedf6bbc4a3c3d015MD5310183/551542018-10-15 09:00:55.036oai:www.lume.ufrgs.br:10183/55154Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-15T12:00:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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