Papel da progesterona como possível neuroprotetor em modelo de hipóxia-isquemia encefálica neonatal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fabres, Rafael Bandeira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/165216
Resumo: A encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal, ou simplesmente hipóxia-isquemia (HI) neonatal, é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em neonatos humanos. De 20% a 50% dos recém-nascidos com HI severa morrem no período perinatal. Quando sobrevivem, 25% apresentam deficiências neuropsicológicas, como dificuldade de aprendizado, epilepsia e paralisia cerebral. Devido a isso, a eficácia de possíveis agentes neuroprotetores tem sido testada em modelos animais. Há razão para se pensar que a progesterona tem um forte potencial para o tratamento da HI neonatal, já que a sua utilização tem se mostrado benéfica em pesquisas relacionadas com lesão cerebral traumática, lesão cerebral isquêmica e outros modelos de lesão do sistema nervoso central (SNC) em adultos. Inúmeros estudos têm mostrado que o modelo animal de HI de Rice e Vannucci (1981) em animais neonatos, utilizado no presente trabalho, pode produzir lesões no sistema nervoso central relativamente previsíveis, e que estas lesões encefálicas parecem semelhantes às observadas clinicamente em humanos (SALMASO et al., 2014). Para a realização do modelo de HI foram utilizados ratos Wistar com idade de 7 dias (P7). Após a oclusão da carótida esquerda, os animais foram colocados em câmaras para exposição à atmosfera hipóxica com 8% O2/92% N2 por 90 minutos. Os animais foram divididos em cinco grupos experimentais: SHAM, HI, HI+PROG-PRÉ (PRÉ), HI+PROG-PÓS (PÓS), HI+PROG-PRÉ/PÓS (PP). Os termos PRÉ e PÓS referem-se à administração de progesterona (na dose de 5 mg/kg) antes ou após o procedimento de HI neonatal . Dependendo do grupo experimental, os animais foram tratados com progesterona imediatamente antes da isquemia e/ou 6 e 24 horas após o início da hipóxia. Foram analisados o peso corporal dos animais (imediatamente antes da isquemia e 6, 24 e 48 horas após o início da hipóxia), o volume de lesão cerebral, além da expressão das proteínas p-Akt e caspase-3 pela técnica de Western blotting. Todos os animais submetidos ao modelo de HI (tratados ou não com progesterona) apresentaram lesão cerebral, em comparação ao grupo SHAM. Quanto à expressão das proteínas p-Akt e caspase-3, não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas entre os hemisférios lesionados em todos grupos. No entanto, quando foi comparado o hemisfério lesionado dos animais submetidos ao modelo com o hemisfério contralateral, foi possível observar uma diminuição significativa da expressão da p-Akt. Além disso, os grupos PRÉ e PP também apresentaram redução no peso corporal já a partir de 6 horas após a lesão, mostrando uma rápida interferência sistêmica da progesterona administrada antes do procedimento de HI. Após 48 horas, todos os grupos submetidos ao procedimento de HI (tratados ou não com progesterona) apresentaram redução de peso corporal. A progesterona não foi capaz de reverter ou reduzir o dano causado pela HI, ou seja, na dose e padrão de administração utilizados no presente trabalho, a progesterona não atua como um agente neuroprotetor.
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Inúmeros estudos têm mostrado que o modelo animal de HI de Rice e Vannucci (1981) em animais neonatos, utilizado no presente trabalho, pode produzir lesões no sistema nervoso central relativamente previsíveis, e que estas lesões encefálicas parecem semelhantes às observadas clinicamente em humanos (SALMASO et al., 2014). Para a realização do modelo de HI foram utilizados ratos Wistar com idade de 7 dias (P7). Após a oclusão da carótida esquerda, os animais foram colocados em câmaras para exposição à atmosfera hipóxica com 8% O2/92% N2 por 90 minutos. Os animais foram divididos em cinco grupos experimentais: SHAM, HI, HI+PROG-PRÉ (PRÉ), HI+PROG-PÓS (PÓS), HI+PROG-PRÉ/PÓS (PP). Os termos PRÉ e PÓS referem-se à administração de progesterona (na dose de 5 mg/kg) antes ou após o procedimento de HI neonatal . Dependendo do grupo experimental, os animais foram tratados com progesterona imediatamente antes da isquemia e/ou 6 e 24 horas após o início da hipóxia. Foram analisados o peso corporal dos animais (imediatamente antes da isquemia e 6, 24 e 48 horas após o início da hipóxia), o volume de lesão cerebral, além da expressão das proteínas p-Akt e caspase-3 pela técnica de Western blotting. Todos os animais submetidos ao modelo de HI (tratados ou não com progesterona) apresentaram lesão cerebral, em comparação ao grupo SHAM. Quanto à expressão das proteínas p-Akt e caspase-3, não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas entre os hemisférios lesionados em todos grupos. No entanto, quando foi comparado o hemisfério lesionado dos animais submetidos ao modelo com o hemisfério contralateral, foi possível observar uma diminuição significativa da expressão da p-Akt. Além disso, os grupos PRÉ e PP também apresentaram redução no peso corporal já a partir de 6 horas após a lesão, mostrando uma rápida interferência sistêmica da progesterona administrada antes do procedimento de HI. Após 48 horas, todos os grupos submetidos ao procedimento de HI (tratados ou não com progesterona) apresentaram redução de peso corporal. A progesterona não foi capaz de reverter ou reduzir o dano causado pela HI, ou seja, na dose e padrão de administração utilizados no presente trabalho, a progesterona não atua como um agente neuroprotetor.Neonatal hypoxic-ischemic encephalopathy or simply neonatal hypoxia-ischemia (HI) is a main cause of morbidity and mortality in human neonates. Moreover, 25% of survivors show neuropsychological dysfunctions such as learning difficulties, epilepsy and cerebral palsy. Because of this, the effectiveness of potential neuroprotective agents has been tested in animal models. There is a reason to suppose that progesterone has a strong potential for the treatment of neonatal HI since its use has been shown to be beneficial in researches related to traumatic brain injury, ischemic brain injury and other central nervous system injury models (CNS) in adults. Several studies have shown that the newborn animal model of HI developed by Rice and Vannucci (1981), and used in the present study, can produce lesions in the central nervous system which are predictable and similar to those observed clinically in humans. In order to perform the HI model we used 7 days old (P7) Wistar rats. After occlusion of the left carotid, the animals were placed in hypoxic chambers and exposed to the hypoxic atmosphere (8% O2/92% N2 for 90 minutes). The animals were divided into five groups: SHAM, HI, HI+PROG-PRÉ (PRÉ), HI+PROG-PÓS (PÓS), HI+PROG-PRÉ/PÓS (PP).The PRÉ and PÓS terms refer to the administration of progesterone (5 mg/kg) before and/or after the HI procedure. Progesterone was administered immediately before ischemia, 6 and 24 hours after the beginning of hypoxia, depending on the experimental group. Body weight was evaluated immediately before ischemia and/or 6 and 24 hours after the start of hypoxia. The volume of brain damage, in addition to the expression of p-Akt and caspase-3 were also evaluated. All animals submitted to HI (treated or not with progesterone) showed brain damage when compared to the SHAM group. No significant differences were observed for the levels of p-Akt and caspase-3 when ipsilateral hemispheres of all experimental groups were compared each other. However, when the injured hemisphere of all animal was compared with the contralateral one it was verified a significant decrease in the expression of p-Akt. Furthermore, the PRÉ and PP groups have also exhibited a remarkable reduction in the body weight, observed as soon as 6 h after injury. It suggests a fast systemic interference of progesterone administered before the HI procedure. At 48 hours following ischemia, all animals submitted to HI procedure showed a reduction in the body weight. Progesterone was unable to reverse or reduce the damage caused by HI. Thus, considering the specific dose and schedule of administration used in the present study, progesterone can not be considered as a neuroprotector agent.application/pdfporHipóxia-isquemia encefálicaProgesteronaApoptoseCaspase 3Neonatal hypoxic-ischemicAktLesion volumeProgesteronePapel da progesterona como possível neuroprotetor em modelo de hipóxia-isquemia encefálica neonatalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas: FisiologiaPorto Alegre, BR-RS2016mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001044821.pdf.txt001044821.pdf.txtExtracted Texttext/plain114232http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/165216/2/001044821.pdf.txt3540dcae5878a4d4c5464f95a6551c25MD52ORIGINAL001044821.pdf001044821.pdfTexto completoapplication/pdf787520http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/165216/1/001044821.pdf19caaa8552d00a26261437ca732a2389MD5110183/1652162022-04-20 04:48:05.009958oai:www.lume.ufrgs.br:10183/165216Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-04-20T07:48:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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