Perfil da aptidão física relacionada à saúde de escolares brasileiros avaliados pelo projeto Esporte Brasil : um estudo de tendência de 2003 a 2011

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Débora Teixeira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/117398
Resumo: O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar a tendência da prevalência de escolares na zona de risco à saúde nas variáveis da aptidão física relacionada à saúde (ApFRS) ao longo dos anos de 2003 a 2011. Este estudo de tendência foi realizado com escolares brasileiros de todos os estados da federação e Distrito Federal, avaliados pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-Br). A amostra foi selecionada de forma aleatória estratificada multifásica (1) por sexo, (2) categoria de idade e (3) períodos de tempo e composta por 4288 escolares. Em relação à idade, os escolares foram categorizados em dois grupos: crianças (idades de 6 a 10 anos) e adolescentes (idades de 11 a 17 anos). Quanto aos períodos de tempo, considerou-se: 2003-2004, 2005-2006, 2007-2008 e 2009-2011. Os procedimentos para a realização dos testes e medidas seguiram as orientações do PROESP-Br (2009). Foram analisadas as prevalências de crianças e adolescentes classificados na zona de risco à saúde nas seguintes componentes da aptidão (ApFRS): índice de massa corporal (IMC - calculado a partir das medidas da massa corporal e estatura), aptidão cardiorrespiratória (teste de corrida/caminhada de 9 minutos), flexibilidade (teste sentar-e-alcançar com banco de Wells) e força/resistência abdominal (teste sit’up). Para o tratamento estatístico dos dados, utilizou-se: (1) para análises descritivas, a freqüência de ocorrência em valores percentuais, estratificados por sexo, categoria de idade e período de avaliação; (2) para as diferenças entre o desempenho nos testes de aptidão física entre os períodos de avaliação, adotou-se Anova Oneway e testes Post hoc de Bonferroni com nível de significância de 0,05; (3) para verificar as associações entre os períodos de tempo e as categorias da aptidão física relacionada à saúde, a Regressão de Poisson, com variância robusta; (4) para análises de associação entre as variáveis da aptidão física relacionada à saúde e sexo, o teste Qui-quadrado. Para todas as análises inferenciais, o nível de significância adotado foi de 0,05. As prevalências de crianças na zona de risco à saúde para o IMC, são semelhantes entre os sexos (entre 19 e 24,3% nos meninos e entre 17,2 e 25,4% nas meninas). A prevalência na zona de risco à saúde para o IMC teve comportamento crescente entre os períodos iniciais nos dois sexos, sendo que as prevalências no último período sugerem que quase um quarto das crianças está com sobrepeso e obesidade. Para os adolescentes, as prevalências partem de percentuais próximos aos 10% em 2003-2004 e praticamente dobram ao longo dos 9 anos analisados, apresentando valores próximos a 20% nos dois sexos. Quanto à aptidão cardiorrespiratória, as prevalências de escolares na zona de risco à saúde são superiores a 32% entre as crianças e a 40% entre os adolescentes brasileiros. Nas crianças, as prevalências dos meninos na zona de risco variaram de 38,1% a 32,1% (2003-2004 e 2009-2011, respectivamente). Para as meninas, o percentual na zona de risco foi de 41% no primeiro período e 42,1% no último. Quando comparados, os meninos apresentam menores prevalências na zona de risco à doenças cardiovasculares, exceto no período de 2005-2006. Observam-se, entre os adolescentes, prevalências maiores quando comparados às crianças, com valores acima dos 40% em todos os períodos e nos dois sexos. A categoria “risco à saúde” para a aptidão cardiorrespiratória se associou aos adolescentes. Em relação à flexibilidade, os resultados apontaram maiores prevalências de crianças do sexo masculino na zona de risco à saúde, com valores entre 26,5 e 19,8%, em comparação a valores de 12,3 a 22%, no sexo feminino. Os percentuais aumentaram ao longo dos anos analisados no sexo masculino. As diferenças entre os sexos foram significativas, mostrando associação de crianças do sexo masculino e a categoria “risco à saúde” para flexibilidade. As prevalências de adolescentes na zona de risco à saúde na flexibilidade são superiores no sexo masculino (40,3% dos rapazes e17,9% das moças). Enquanto as prevalências das moças na zona de risco diminuíram ao longo dos anos analisados, os rapazes apresentaram percentuais crescentes, com associação entre a categoria “risco à saúde” e o sexo masculino. Para a força/resistência muscular abdominal, as crianças apresentaram prevalências decrescentes na zona de risco em ambos os sexos. Os percentuais de meninas abaixo do ponto de corte foram superiores ao dos meninos em todos os períodos de tempo analisados. Os percentuais de meninos na zona de risco à saúde variaram entre 23,5% e 19,8%, enquanto que os das meninas variaram de 32,8 a 24,9% do primeiro para o último período (2003-2004 a 2009-2011). As prevalências de adolescentes na zona de risco à saúde para força/resistência abdominal entre 2003-2004 e 2009-2011 foram mais elevadas para o sexo masculino (entre 31 e 45,9% nos rapazes; entre 26,5 e 28,4% nas moças). Houve associação entre o sexo masculino e a categoria “risco à saúde” para os dois grupos de idade. Esses resultados apontam para a necessidade de intervenções no âmbito da promoção da saúde através do incremento da aptidão física relacionada à saúde na escola, bem como o desenvolvimento de estratégias que favoreçam índices adequados de IMC na população infanto-juvenil brasileira.
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A prevalência na zona de risco à saúde para o IMC teve comportamento crescente entre os períodos iniciais nos dois sexos, sendo que as prevalências no último período sugerem que quase um quarto das crianças está com sobrepeso e obesidade. Para os adolescentes, as prevalências partem de percentuais próximos aos 10% em 2003-2004 e praticamente dobram ao longo dos 9 anos analisados, apresentando valores próximos a 20% nos dois sexos. Quanto à aptidão cardiorrespiratória, as prevalências de escolares na zona de risco à saúde são superiores a 32% entre as crianças e a 40% entre os adolescentes brasileiros. Nas crianças, as prevalências dos meninos na zona de risco variaram de 38,1% a 32,1% (2003-2004 e 2009-2011, respectivamente). Para as meninas, o percentual na zona de risco foi de 41% no primeiro período e 42,1% no último. Quando comparados, os meninos apresentam menores prevalências na zona de risco à doenças cardiovasculares, exceto no período de 2005-2006. Observam-se, entre os adolescentes, prevalências maiores quando comparados às crianças, com valores acima dos 40% em todos os períodos e nos dois sexos. A categoria “risco à saúde” para a aptidão cardiorrespiratória se associou aos adolescentes. Em relação à flexibilidade, os resultados apontaram maiores prevalências de crianças do sexo masculino na zona de risco à saúde, com valores entre 26,5 e 19,8%, em comparação a valores de 12,3 a 22%, no sexo feminino. Os percentuais aumentaram ao longo dos anos analisados no sexo masculino. As diferenças entre os sexos foram significativas, mostrando associação de crianças do sexo masculino e a categoria “risco à saúde” para flexibilidade. As prevalências de adolescentes na zona de risco à saúde na flexibilidade são superiores no sexo masculino (40,3% dos rapazes e17,9% das moças). 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Esses resultados apontam para a necessidade de intervenções no âmbito da promoção da saúde através do incremento da aptidão física relacionada à saúde na escola, bem como o desenvolvimento de estratégias que favoreçam índices adequados de IMC na população infanto-juvenil brasileira.The aim of this study was to describe and analyze the trend in the prevalence of students in health risk in variables of physical fitness related to health over the years 2003 to 2011. This trend study was conducted with Brazilian schoolchildren from all states of the federation and the Federal District, assessed by Project Sport Brazil. The sample was selected randomly stratified multistage by (1) sex, (2) age category and (3) time periods and comprised 4288 students. Regarding age, the students were categorized into two groups: children (ages 6-10 years) and adolescents (ages 11-17 years). For time periods were considered: 2003-2004, 2005-2006, 2007-2008 and 2009-2011. The procedures for performing the tests and measurements followed the guidance PROESP-Br (2009). It was analyzed the prevalence of children and adolescents classified in the health risk zone in the following components of health-related physical fitness: body mass index (BMI - calculated from measurements of weight and height), cardio respiratory fitness (9-minute run/walk test), flexibility (sit-and-reach test with Well´s bench) and abdominal strength/resistance (sit'up test). For the statistical treatment, it were used: (1) Frequency of occurrence in percentages, stratified by sex, age group and assessment period for descriptive analyzes, (2) Oneway Anova and Bonferroni post hoc tests with significance level of 0.05, to analyze the differences between performance on physical fitness tests between the evaluation periods, (3) Poisson regression with robust variance, to assess relationships between time periods and of health-related physical fitness categories, (4) Chi-square test, to analyze the association between health-related physical fitness variables and sex. For all inferential analyzes, the adopted significance level was 0.05. The prevalence of children in the health risk area for BMI is similar between the sexes (between 19 and 24.3% in boys and between 17.2 and 25.4% in girls). The prevalence in the health risk area for BMI had increased between the initial periods in both sexes, and the prevalence in the last period suggests that nearly a quarter of children are overweight or obese. The prevalence for adolescents was close to 10% in 2003-2004 and nearly double during the 9 years analyzed, with approximately 20% in both sexes. As for cardio respiratory fitness, the prevalence of schoolchildren in the health risk area are greater than 32% among children and than 40% among Brazilian adolescents. The prevalence for children boys in the risk zone ranged from 38.1% to 32.1% (2003-2004 and 2009-2011, respectively). The percentage in the risk zone for girls was 41% in the first period and 42.1% in the latter. When compared to girls, boys have lower prevalence in the cardiovascular disease risk area, except during the period 2005-2006. When compared to children, it was observed higher prevalence in the health risk area among adolescents, with values above 40% in all periods and in both sexes. The category "health risk" for cardio respiratory fitness was associated with adolescents. Regarding flexibility, the results indicated a higher prevalence of male children in the health risk area, with values between 26.5 and 19.8%. The values for females ranged from 12.3 to 22%. The percentages have increased over the years analyzed for males. For flexibility, the gender differences were significant, showing association of male children and the category "health risk. For flexibility, the prevalence of adolescents in the health risk area are higher in males (40.3% to boys and 17, 9% to girls). While the prevalence of girls in the risk zone decreased over the years analyzed, boys showed increasing percentages, with the association between the category "health risk" and male. For abdominal muscular strength/endurance, children showed decreasing prevalence in the risk area in both sexes. The percentage of girls below the cutoff was higher than boys, in all time periods analyzed. The frequency of boys in the health risk area ranged between 23.5% and 19.8%, while it ranged from 32.8 to 24.9% in girls from the first to the last period (2003-2004 to 2009 - 2011). The prevalence of adolescents in the health risk area to abdominal strength/endurance between 2003-2004 and 2009-2011 were higher for males (about 31 and 45.9% in boys and about 26.5 and 28.4% in girls). There was an association between male and the category "health risk" for both age groups. These results show the need to promoting health interventions by increasing health-related physical fitness levels at school, and the development of strategies that promote adequate levels of BMI in the Brazilian juvenile population.application/pdfporAptidão físicaCriançasAdolescentesPerfil da aptidão física relacionada à saúde de escolares brasileiros avaliados pelo projeto Esporte Brasil : um estudo de tendência de 2003 a 2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação FísicaPrograma de Pós-Graduação em Ciências do Movimento HumanoPorto Alegre, BR-RS2012mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000966398.pdf000966398.pdfTexto completoapplication/pdf1242440http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/117398/1/000966398.pdf2cbbaab55d332367cd2d23dda0ab42f0MD51TEXT000966398.pdf.txt000966398.pdf.txtExtracted Texttext/plain181665http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/117398/2/000966398.pdf.txt261168808f24c343bd8e36b54081b5d9MD52THUMBNAIL000966398.pdf.jpg000966398.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1129http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/117398/3/000966398.pdf.jpg960f346a3e7780efbc27cf564bb610bfMD5310183/1173982019-04-20 02:35:36.590009oai:www.lume.ufrgs.br:10183/117398Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-04-20T05:35:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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