(Paleo)zoogeografia dos ostracodes holocênicos das regiões leste e nordeste da plataforma continental brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Cláudia Pinto
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/132777
Resumo: Os estudos com ostracodes recentes e sub-recentes da plataforma continental do Brasil têmse concentrado, até o momento, principalmente nas plataformas equatorial e sul/sudeste. A região leste/nordeste, localizada entre estas duas áreas, aqui considerada como a área entre o Cabo de São Roque (RN) e Cabo Frio (RJ), não foi devidamente estudada, apresentando diversas lacunas do ponto de vista taxonômico e zoogeográfico. Visando suprir esta carência, o presente trabalho tem por objetivo o estudo da taxonomia dos ostracodes das plataformas leste e nordeste do Brasil, buscando a integração destas informações à compreensão da sua origem e distribuição zoogeográfica. O material de estudo incluiu 102 amostras sedimentológicas, coletadas por amostradores tipo Phipps ou Van Veen, provenientes do projeto REMAC (Reconhecimento Global da Margem Continental), tratos 4 e 7, em profundidades que variaram de 12 a 110 m. Os ostracodes recuperados das amostras foram acondicionados em lâminas de células múltiplas através das técnicas usuais para a preparação e o estudo de carapaças e valvas de ostracodes. Foram reconhecidas 128 espécies não se descartando a possibilidade de espécies novas. A área de estudo é caracterizada por possuir 34% de espécies típicas de águas temperadas, 42% de águas quentes e 5% de espécies euritérmicas. As 19% restantes não puderam ser avaliadas por apresentarem baixa ocorrência. A comparação da distribuição da fauna de águas temperadas com a de águas quentes permitiu a identificação plena dos limites da zona de transição proposta por Coimbra & Ornellas (1989) e modificada por Coimbra et al. (1995). O levantamento total da fauna da porção setentrional da plataforma continental brasileira (entre o Cabo Orange e Cabo Frio) reconheceu 213 espécies, sendo 32% endêmicas. A análise da distribuição da ostracofauna permitiu o reconhecimento de cinco padrões de distribuição da fauna, todos aparentemente limitados por fatores ambientais. Baseado no grau de endemismo, na distribuição da fauna e nas características ambientais da área de estudo, foi proposta uma nova província zoogeográfica, a Província Brasileira, cujo limite sul está em torno das latitudes 15º/16ºS. O limite norte continua em aberto devido à inexistência de trabalhos para Ostracoda na região situada entre a Guiana Francesa e Guiana. Os representantes fósseis da Província Brasileira contam com espécies que ocorrem desde o Terciário. A ostracofauna não endêmica provavelmente teve seu sucesso de dispersão facilitado pelas variações eustáticas que ocorreram ao longo do Neógeno e Quaternário. A presença de massas d’água mais quentes é a característica que melhor explica a distribuição atual dos ostracodes marinhos rasos da porção setentrional da plataforma continental brasileira.
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O material de estudo incluiu 102 amostras sedimentológicas, coletadas por amostradores tipo Phipps ou Van Veen, provenientes do projeto REMAC (Reconhecimento Global da Margem Continental), tratos 4 e 7, em profundidades que variaram de 12 a 110 m. Os ostracodes recuperados das amostras foram acondicionados em lâminas de células múltiplas através das técnicas usuais para a preparação e o estudo de carapaças e valvas de ostracodes. Foram reconhecidas 128 espécies não se descartando a possibilidade de espécies novas. A área de estudo é caracterizada por possuir 34% de espécies típicas de águas temperadas, 42% de águas quentes e 5% de espécies euritérmicas. As 19% restantes não puderam ser avaliadas por apresentarem baixa ocorrência. A comparação da distribuição da fauna de águas temperadas com a de águas quentes permitiu a identificação plena dos limites da zona de transição proposta por Coimbra & Ornellas (1989) e modificada por Coimbra et al. (1995). O levantamento total da fauna da porção setentrional da plataforma continental brasileira (entre o Cabo Orange e Cabo Frio) reconheceu 213 espécies, sendo 32% endêmicas. A análise da distribuição da ostracofauna permitiu o reconhecimento de cinco padrões de distribuição da fauna, todos aparentemente limitados por fatores ambientais. Baseado no grau de endemismo, na distribuição da fauna e nas características ambientais da área de estudo, foi proposta uma nova província zoogeográfica, a Província Brasileira, cujo limite sul está em torno das latitudes 15º/16ºS. O limite norte continua em aberto devido à inexistência de trabalhos para Ostracoda na região situada entre a Guiana Francesa e Guiana. Os representantes fósseis da Província Brasileira contam com espécies que ocorrem desde o Terciário. A ostracofauna não endêmica provavelmente teve seu sucesso de dispersão facilitado pelas variações eustáticas que ocorreram ao longo do Neógeno e Quaternário. A presença de massas d’água mais quentes é a característica que melhor explica a distribuição atual dos ostracodes marinhos rasos da porção setentrional da plataforma continental brasileira.The studies concerning Recent and Sub-Recent ostracodes from the Brazilian continental shelf have been so far devoted mainly to the Equatorial and to the South/Southeast shelves. The region between these two shelves, consisting of the area between Cabo de São Roque (RN) and Cabo Frio (RJ), has not been appropriately studied and displays several gaps in Ostracoda taxonomy and zoogeography. In order to improve these deficiencies, the present study approaches the taxonomy of ostracodes form the East and the Northeast Brazilian shelves, aiming at the understanding of its origin and zoogeographical distribution. The 102 samples on which this study is based on were collected by Phillips and Van Veen grabs samplers from Remac Project (legs 4 and 7), at depths that vary from 12 m to 110 m. One hundred twenty-eigth species have been identified, some of which may be new. 34% of the species found in the study area are typical of temperate water, 42% of warm water and 5% are eurythermal. The remaining 13% of the species could not be evaluated due to insufficient occurrence. The comparison of the distribution of the temperate water fauna with the warm water fauna allowed the full identification of the limits of the transition area proposed by Coimbra & Ornellas (1989) and modified by Coimbra et al. (1995). The complete review of the fauna of the northern portion of the Brazilian Continental Shelf from Cabo Orange (AM) to Cabo Frio (RJ) recognized 213 species, 32% of which are endemic. The analysis of the distribution of the ostracode fauna allowed the identification of five distribution patterns, all of which are apparently limited by ambiental factors. A new zoogeographical province (the Brazilian Province) has been proposed. Its southern limit is located in the 15º/16º S latitude. The northern limit remains indeterminate, due to the inexistence of ostracode studies in the region from French Guyana to Guyana. Fossil representatives for the Brazilian Province display specimens that are as old as the Tertiary. The non-endemic ostracode fauna probably has its dispersion success rendered easier by the sea-level fluctuations that occurred in the Neogene and Quaternary. The presence of warmer water masses is the factor that more appropriately explains the present distribution of shallow marine ostracodes in the northern portion of the Brazilian continental shelf.application/pdfporPaleozoogeografiaOstracodesOstracodaPlataforma continental brasileiraHolocenoPaleontologiaZoogeografiaCrustáceos fósseisTaxonomia(Paleo)zoogeografia dos ostracodes holocênicos das regiões leste e nordeste da plataforma continental brasileirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeociênciasPorto Alegre, BR-RS2008doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000652948.pdf000652948.pdfTexto completoapplication/pdf2802681http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132777/1/000652948.pdfb9bf3d71ae71c0d24b3b53064fc6472aMD51TEXT000652948.pdf.txt000652948.pdf.txtExtracted Texttext/plain437016http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132777/2/000652948.pdf.txt0c789643b6ebbf33108dd5ff17f77c4fMD52THUMBNAIL000652948.pdf.jpg000652948.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1335http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/132777/3/000652948.pdf.jpg206b0f1400556cec3c5fc188c36ada86MD5310183/1327772018-10-26 09:43:48.461oai:www.lume.ufrgs.br:10183/132777Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-26T12:43:48Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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