As Marias da Conceição : por um ensino de história situado, decolonial e interseccional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura, Carla de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/186013
Resumo: Esta pesquisa de Mestrado Profissional em Ensino de História nasce de minha trajetória como professora de História na E.E.E.F. Santa Luzia, que atende a comunidade da Vila Maria da Conceição em Porto Alegre, e da forma como me impliquei com as alunas, alunos e comunidade escolar. Trata-se de um experimento pedagógico-teórico-metodológico do qual emerge o conceito de Ensino de História Situado. É o aprofundamento de ações pedagógicas em torno do Patrimônio da Comunidade e parte do processo de construção de uma produção audiovisual com técnicas rudimentares (celulares e MovieMaker) com alunas e alunos de 8° e 9° anos da escola, acerca das História das Mulheres da Vila Maria da Conceição, que resultou no documentário As Marias da Conceição – Por um Ensino de História Situado. Registramos todo o processo: entrevistas de História Oral, espaços com significado de Patrimônio para a comunidade e visitas a Museus e Arquivos para a exploração de fontes históricas. O convite foi para uma Análise Interseccional dessa documentação pelas alunas e alunos, ou seja, que considere os marcadores sociais de raça, gênero e classe e questione como esses operam nas condições de possibilidades de existência de indivíduos e grupos. O Ensino de Historia Situado se insere no campo das Pedagogias Decoloniais, inspira-se na Pedagogia das Encruzilhadas (RUFINO, 2015), tem como aporte principal o Pensamento Feminista Negro, e articula a Interseccionalidade (CRENSHAW, 2002) como estratégia analítica à investigação histórica dos bens culturais que a comunidade escolar atribui sentido de Patrimônio. Tomo como instrumentos de análise o documentário e os diários de campo, redigidos pelas alunas e alunos ao longo desta trajetória. Assim, pretendo questionar quais os efeitos éticos e estéticos do Ensino de História Situado através dos critérios: Quais as articulações estabelecidas pelas alunas e alunos entre Patrimônio e Poder/ Patrimônio da Comunidade e Empoderamento? Como operam as categorias Interseccionalidade, Lugar de Fala (RIBEIRO, 2017) e Conhecimento Situado para narrar a História das Mulheres da Vila Maria da Conceição evocada pelo Patrimônio da Comunidade? ; Que saberes foram mobilizados para produzir conhecimento histórico escolar situado no lugar de fala das alunas, alunos, comunidade escolar e professora? O Ensino de História Situado é processual e não se apresenta enquanto metodologia, mas como uma ética ao Ensinar História. Ao evidenciar as posições de sujeito nos discursos enunciados em fontes históricas e operar entre as identidades e as diferenças com foco nas relações de poder, essa estratégia colabora para o empoderamento das alunas e alunos ao construir narrativas históricas situadas nos seus locais de fala e nas memórias e saberes da sua comunidade.
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spelling Moura, Carla deSeffner, Fernando2018-12-06T02:45:34Z2018http://hdl.handle.net/10183/186013001082602Esta pesquisa de Mestrado Profissional em Ensino de História nasce de minha trajetória como professora de História na E.E.E.F. Santa Luzia, que atende a comunidade da Vila Maria da Conceição em Porto Alegre, e da forma como me impliquei com as alunas, alunos e comunidade escolar. Trata-se de um experimento pedagógico-teórico-metodológico do qual emerge o conceito de Ensino de História Situado. É o aprofundamento de ações pedagógicas em torno do Patrimônio da Comunidade e parte do processo de construção de uma produção audiovisual com técnicas rudimentares (celulares e MovieMaker) com alunas e alunos de 8° e 9° anos da escola, acerca das História das Mulheres da Vila Maria da Conceição, que resultou no documentário As Marias da Conceição – Por um Ensino de História Situado. Registramos todo o processo: entrevistas de História Oral, espaços com significado de Patrimônio para a comunidade e visitas a Museus e Arquivos para a exploração de fontes históricas. O convite foi para uma Análise Interseccional dessa documentação pelas alunas e alunos, ou seja, que considere os marcadores sociais de raça, gênero e classe e questione como esses operam nas condições de possibilidades de existência de indivíduos e grupos. O Ensino de Historia Situado se insere no campo das Pedagogias Decoloniais, inspira-se na Pedagogia das Encruzilhadas (RUFINO, 2015), tem como aporte principal o Pensamento Feminista Negro, e articula a Interseccionalidade (CRENSHAW, 2002) como estratégia analítica à investigação histórica dos bens culturais que a comunidade escolar atribui sentido de Patrimônio. Tomo como instrumentos de análise o documentário e os diários de campo, redigidos pelas alunas e alunos ao longo desta trajetória. Assim, pretendo questionar quais os efeitos éticos e estéticos do Ensino de História Situado através dos critérios: Quais as articulações estabelecidas pelas alunas e alunos entre Patrimônio e Poder/ Patrimônio da Comunidade e Empoderamento? Como operam as categorias Interseccionalidade, Lugar de Fala (RIBEIRO, 2017) e Conhecimento Situado para narrar a História das Mulheres da Vila Maria da Conceição evocada pelo Patrimônio da Comunidade? ; Que saberes foram mobilizados para produzir conhecimento histórico escolar situado no lugar de fala das alunas, alunos, comunidade escolar e professora? O Ensino de História Situado é processual e não se apresenta enquanto metodologia, mas como uma ética ao Ensinar História. Ao evidenciar as posições de sujeito nos discursos enunciados em fontes históricas e operar entre as identidades e as diferenças com foco nas relações de poder, essa estratégia colabora para o empoderamento das alunas e alunos ao construir narrativas históricas situadas nos seus locais de fala e nas memórias e saberes da sua comunidade.Conducted during my Professional Master’s Degree in Teaching of History, this study derives from my experience as a History teacher at the Santa Luzia State School, which serves the community of Vila Maria da Conceição in Porto Alegre, Brazil, and from how I engaged with students and the school community. From this pedagogical-theoretical-methodological experiment emerged the concept of Situated Teaching of History. It built on pedagogical actions focused on Community Heritage and began with the development of an audiovisual production using rudimentary techniques (i.e., cell phones and Windows Movie Maker), with 8th and 9th grade students, about the History of Women from Vila Maria da Conceição, which resulted in the documentary As Marias da Conceição – Por um Ensino de História Situado (Marias of Conceição – For a Situated Teaching of History). We recorded the entire process, including Oral History interviews, spaces with Heritage significance for the community and visits to Museums and Archives to explore historical sources. The students were invited to perform an Intersectional Analysis of these documents, i.e., considering social markers of race, gender and class, and how these markers operate within the conditions of possibilities of existence of individuals and groups. Situated Teaching of History integrates the field of Decolonial Pedagogies, draws inspiration from the Crossroads Pedagogy (RUFINO, 2015), is primarily based on the Black Feminist Thought and articulates Intersectionality (CRENSHAW, 2002) as an analytical strategy to investigate the history of the cultural assets that the school community regards as Heritage. The instruments of analysis are the documentary and the field diaries written by students during the study. Thus, I intend to reflect on the ethical and aesthetic effects of Situated Teaching of History by asking the following questions: What are the connections established by students between Heritage and Power/Community Heritage and Empowerment? How do the categories Intersectionality, Social Location (RIBEIRO, 2017) and Situated Knowledge operate to tell the History of Women from Vila Maria da Conceição evoked by Community Heritage? Which skills were used to produce historical knowledge situated in the social location of students, school community and teacher? Situated Teaching of History is procedural and does not constitute a methodology, but instead an ethical approach to the Teaching of History. This strategy highlights the positions of subject in the discourses used in historical sources and operates between identities and differences focused on power relations. Therefore, it contributes to the empowerment of students by constructing historical narratives situated in their social locations and in the memories and knowledge of their community.application/pdfporEnsino de históriaFeminismoHistória oralEducação patrimonialPrática pedagógicaInterseccionalidadeHistóriaSituated Teaching of HistoryDecolonial PedagogiesHeritage EducationSocial LocationIntersectionalityBlack FeminismAs Marias da Conceição : por um ensino de história situado, decolonial e interseccionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em Ensino de HistóriaPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001082602.pdf.txt001082602.pdf.txtExtracted Texttext/plain314159http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/186013/2/001082602.pdf.txt3a501e28d34c3d2d070c0079fd65c415MD52ORIGINAL001082602.pdfTexto completoapplication/pdf12632619http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/186013/1/001082602.pdf1ff96f9d3ad0ae1c8813118985d5a655MD5110183/1860132018-12-07 02:51:04.204779oai:www.lume.ufrgs.br:10183/186013Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-12-07T04:51:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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