Fatores associados à qualidade da dieta de moradores da zona rural do Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fernandes, Mayra Pacheco
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Bielemann, Renata Moraes, Fassa, Anaclaudia Gastal
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/150142
Resumo: OBJETIVO: Identificar fatores associados à melhor qualidade da dieta de moradores da zona rural do Sul do Brasil. MÉTODOS: Foi realizado estudo transversal de base populacional com moradores de 18 anos ou mais, da zona rural de Pelotas, RS, Brasil. O consumo alimentar foi avaliado por um questionário de frequência alimentar de 13 itens, referente ao consumo da última semana. A qualidade da dieta foi avaliada pelo Índice de Qualidade da Dieta de Adultos (IQD-A). Os alimentos saudáveis receberam pontuação de forma crescente enquanto os alimentos não saudáveis receberam pontuação decrescente conforme a frequência de consumo, formando escores de zero a 30. A pontuação total foi dividida em tercis. Indivíduos do 3º tercil foram classificados com melhor qualidade da dieta. A associação entre a qualidade da dieta e as variáveis independentes foi investigada usando-se regressão logística multinomial. RESULTADOS: Foram entrevistados 1.519 indivíduos com média de IQD-A de 17,1 pontos (DP = 3,3) e mediana de 17,0 (amplitude de 10 a 25 pontos). Embora a população estudada mantenha o consumo de alimentos básicos, a ingestão de alimentos industrializados como refrigerantes, sucos artificiais e de alimentos não saudáveis como doces foi alta. Indivíduos mais velhos apresentaram sete vezes (IC95% 4,20–12,48) mais chance de ter melhor qualidade da dieta. As mulheres, indivíduos com maior nível econômico, que trabalhavam com venda de animais ou que possuíam diabetes apresentaram cerca de duas vezes mais chance de estarem no grupo de melhor qualidade da dieta. Indivíduos cujas famílias trabalhavam com pesca apresentaram 70% menor chance de estar no grupo de melhor qualidade da dieta. CONCLUSÕES: Identificou-se um grupo de maior vulnerabilidade ao consumo de dieta com pior qualidade, sendo esse constituído por homens, adultos mais jovens, indivíduos de menor nível econômico e de família de pescadores. Assim, são necessárias políticas públicas, especialmente educacionais, com o fim de promover uma alimentação saudável para esse grupo.
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Os alimentos saudáveis receberam pontuação de forma crescente enquanto os alimentos não saudáveis receberam pontuação decrescente conforme a frequência de consumo, formando escores de zero a 30. A pontuação total foi dividida em tercis. Indivíduos do 3º tercil foram classificados com melhor qualidade da dieta. A associação entre a qualidade da dieta e as variáveis independentes foi investigada usando-se regressão logística multinomial. RESULTADOS: Foram entrevistados 1.519 indivíduos com média de IQD-A de 17,1 pontos (DP = 3,3) e mediana de 17,0 (amplitude de 10 a 25 pontos). Embora a população estudada mantenha o consumo de alimentos básicos, a ingestão de alimentos industrializados como refrigerantes, sucos artificiais e de alimentos não saudáveis como doces foi alta. Indivíduos mais velhos apresentaram sete vezes (IC95% 4,20–12,48) mais chance de ter melhor qualidade da dieta. As mulheres, indivíduos com maior nível econômico, que trabalhavam com venda de animais ou que possuíam diabetes apresentaram cerca de duas vezes mais chance de estarem no grupo de melhor qualidade da dieta. Indivíduos cujas famílias trabalhavam com pesca apresentaram 70% menor chance de estar no grupo de melhor qualidade da dieta. CONCLUSÕES: Identificou-se um grupo de maior vulnerabilidade ao consumo de dieta com pior qualidade, sendo esse constituído por homens, adultos mais jovens, indivíduos de menor nível econômico e de família de pescadores. Assim, são necessárias políticas públicas, especialmente educacionais, com o fim de promover uma alimentação saudável para esse grupo.OBJECTIVE: To identify factors associated with a better quality of the diet of residents of a rural area in Southern Brazil. METHODS: This is a population-based, cross-sectional study with individuals aged 18 years or over living in the rural area of Pelotas, State of Rio Grande do Sul, Brazil. Food consumption was evaluated by a food frequency questionnaire of thirteen items, related to the consumption in the last week. We evaluated quality of the diet using the Adult Diet Quality Index (IQD-A). Healthy food received increasing scores while unhealthy food received decreasing scores, according to consumption frequency, amounting to scores from zero to 30. The total score was divided into tertiles. Individuals of the third tertile were classified with better quality of the diet. We investigated the association between quality of the diet and independent variables using multinomial logistic regression. RESULTS: We interviewed 1,519 individuals with mean IQD-A of 17.1 points (SD = 3.3) and a median of 17.0 (range of 10 to 25 points). Although the population studied kept the consumption of staple foods, the intake of industrialized food such as soft drinks, artificial juices, and unhealthy foods such as sweets was high. Older individuals presented seven times (95%CI 4.20–12.48) more chance of having a better quality of the diet. Women, individuals with higher economic status, those who worked in the sale of animals, or those who had diabetes were approximately twice as likely to be in the group with the best quality of the diet. Individuals whose families worked with fishing presented a 70% lower chance of being in the group of better quality of the diet. CONCLUSIONS: We identified that men, younger adults, individuals of lower socioeconomic level, and fishing families were in the group of higher vulnerability for the consumption of a diet with worse quality. Thus, public policies, especially educational policies, are needed to promote healthy eating in this group.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2018-09-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfapplication/xmlhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/15014210.11606/S1518-8787.2018052000267Revista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018): Supl. 1 - Rural Health Supplement; 6sRevista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018): Supl. 1 - Rural Health Supplement; 6sRevista de Saúde Pública; v. 52 (2018): Supl. 1 - Suplemento Saúde Rural; 6s1518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/150142/147204https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/150142/147206https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/150142/147207Copyright (c) 2018 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessFernandes, Mayra PachecoBielemann, Renata MoraesFassa, Anaclaudia Gastal2019-04-25T16:03:44Zoai:revistas.usp.br:article/150142Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2019-04-25T16:03:44Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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