Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Telma Alves
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Kerr, Ligia, Macena, Raimunda Hermelinda Maia, Mota, Rosa Salani, Dourado, Inês, Brito, Ana Maria de, Atlani-Dualt, Laetitia, Vidal, Laurent, Kendall, Carl
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433
Resumo: OBJETIVO: Estimar a prevalência do HIV e descrever os incentivos e barreiras à realização do teste para o HIV entre mulheres profissionais do sexo. MÉTODOS: Este estudo transversal recrutou 402 mulheres de 18 anos ou mais, residentes em Fortaleza, CE, que informaram ter tido relação sexual em troca de dinheiro nos últimos quatro meses. A amostra foi recrutada por meio da técnica Respondent Driven Sampling, entre agosto e novembro de 2010. RESULTADOS: A adesão ao teste de HIV foi de 84,1% e a prevalência estimada da infecção pelo HIV foi de 3,8%. A amostra era jovem (25 a 39 anos), solteira (80,0%), com um a três filhos (83,6 %), tinham oito anos ou mais de estudo (65,7%) e pertencia às classes sociais D/E (53,1%). A maioria exercia a profissão em locais fechados (bares, motéis, hotéis, sauna – 88,9%), e a prostituição era a única fonte de renda (54,1%). Cerca de 25% da amostra desconhecia onde o teste de HIV era realizado na rede pública e 51,8% nunca fez o teste ou se testou há um ano ou mais. As principais barreiras ao teste foram acreditar que não corre risco de se infectar (24,1%) e o medo da discriminação caso o teste fosse reagente (20,5%). Os incentivos foram relacionados à maior oferta de locais para o teste (57,0%) e de unidades de saúde com horários alternativos (44,2%). CONCLUSÕES: A prevalência foi semelhante à encontrada em outras cidades brasileiras de diferentes regiões do país, apesar de superiores a de mulheres não profissionais do sexo. A disponibilidade do teste em locais não relacionados à saúde e a oferta nas unidades básicas em horário não comercial são fatores que incentivam a realização do teste. Não se considerar sob-risco, medo de ser discriminada e desconhecimento dos locais onde o teste é realizado podem ser uma barreira para a realização do exame.
id USP-23_53616293f0780ecadfcc88612a7b4048
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/147433
network_acronym_str USP-23
network_name_str Revista de Saúde Pública
repository_id_str
spelling Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no CearáIncentives and barriers to HIV testing among female sex workers in CearáProfissionais do Sexo. Soroprevalência de HIV. ConhecimentosAtitudes e Prática em Saúde. Sexo sem Proteçãoprevenção & controle. Fatores de Risco. Infecções por HIVprevenção & controle.Sex Workers. HIV Seroprevalence. Health KnowledgeAttitudesPractice. Unsafe Sexprevention & control. Risk Factors. HIV Infectionsprevention & control.OBJETIVO: Estimar a prevalência do HIV e descrever os incentivos e barreiras à realização do teste para o HIV entre mulheres profissionais do sexo. MÉTODOS: Este estudo transversal recrutou 402 mulheres de 18 anos ou mais, residentes em Fortaleza, CE, que informaram ter tido relação sexual em troca de dinheiro nos últimos quatro meses. A amostra foi recrutada por meio da técnica Respondent Driven Sampling, entre agosto e novembro de 2010. RESULTADOS: A adesão ao teste de HIV foi de 84,1% e a prevalência estimada da infecção pelo HIV foi de 3,8%. A amostra era jovem (25 a 39 anos), solteira (80,0%), com um a três filhos (83,6 %), tinham oito anos ou mais de estudo (65,7%) e pertencia às classes sociais D/E (53,1%). A maioria exercia a profissão em locais fechados (bares, motéis, hotéis, sauna – 88,9%), e a prostituição era a única fonte de renda (54,1%). Cerca de 25% da amostra desconhecia onde o teste de HIV era realizado na rede pública e 51,8% nunca fez o teste ou se testou há um ano ou mais. As principais barreiras ao teste foram acreditar que não corre risco de se infectar (24,1%) e o medo da discriminação caso o teste fosse reagente (20,5%). Os incentivos foram relacionados à maior oferta de locais para o teste (57,0%) e de unidades de saúde com horários alternativos (44,2%). CONCLUSÕES: A prevalência foi semelhante à encontrada em outras cidades brasileiras de diferentes regiões do país, apesar de superiores a de mulheres não profissionais do sexo. A disponibilidade do teste em locais não relacionados à saúde e a oferta nas unidades básicas em horário não comercial são fatores que incentivam a realização do teste. Não se considerar sob-risco, medo de ser discriminada e desconhecimento dos locais onde o teste é realizado podem ser uma barreira para a realização do exame.OBJECTIVE: Estimating HIV prevalence and describing the incentives and barriers for HIV testing among female sex workers. METHODS: This cross-sectional study recruited 402 women aged 18 years or older, residing in Fortaleza, state of Ceará, Brazil, who reported having had sexual intercourse in exchange for money in last four months. The sample was recruited using Respondent Driven Sampling, between August and November 2010. RESULTS: The 84.1% of the sample tested and the estimated prevalence of HIV infection was 3.8%. The sample was young (25 to 39 years ), single (80.0%), with one to three children (83.6%), had eight or more years of schooling (65.7%), and belonged to social classes D/E (53.1%). The majority worked in fixed locations (bars, motels, hotels, sauna - 88.9%), and prostitution was their only source of income (54.1%). About 25% of the sample did not know where to test in the public health sector and 51.8% either never tested or hadn’t tested for over a year or more. The main reported barriers to testing were the perceptions that there was no risk of becoming infected (24.1%), and, alternatively, fear of discrimination if the test was positive (20.5%). Incentives for testing were the greater availability of testing sites (57.0%) and health facilities with alternative schedules (44.2%). CONCLUSIONS: Prevalence for HIV was similar to that found in other Brazilian cities in different regions of the country, although higher than the general female population. Non-traditional venues not associated with the health system and availability of testing in health units during non-commercial hours are factors that encourage testing. Not considering oneself to be at risk, fear of being discriminated against and not knowing testing locations are barriers.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2018-06-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfapplication/xmlhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/14743310.11606/S1518-8787.2018052000300Revista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018); 64Revista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018); 64Revista de Saúde Pública; v. 52 (2018); 641518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433/140989https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433/140990https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433/148362Copyright (c) 2018 Revista de Saúde Públicahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMartins, Telma AlvesKerr, LigiaMacena, Raimunda Hermelinda MaiaMota, Rosa SalaniDourado, InêsBrito, Ana Maria deAtlani-Dualt, LaetitiaVidal, LaurentKendall, Carl2018-07-20T11:44:54Zoai:revistas.usp.br:article/147433Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2018-07-20T11:44:54Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
Incentives and barriers to HIV testing among female sex workers in Ceará
title Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
spellingShingle Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
Martins, Telma Alves
Profissionais do Sexo. Soroprevalência de HIV. Conhecimentos
Atitudes e Prática em Saúde. Sexo sem Proteção
prevenção & controle. Fatores de Risco. Infecções por HIV
prevenção & controle.
Sex Workers. HIV Seroprevalence. Health Knowledge
Attitudes
Practice. Unsafe Sex
prevention & control. Risk Factors. HIV Infections
prevention & control.
title_short Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
title_full Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
title_fullStr Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
title_full_unstemmed Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
title_sort Incentivos e barreiras ao teste de HIV entre mulheres profissionais do sexo no Ceará
author Martins, Telma Alves
author_facet Martins, Telma Alves
Kerr, Ligia
Macena, Raimunda Hermelinda Maia
Mota, Rosa Salani
Dourado, Inês
Brito, Ana Maria de
Atlani-Dualt, Laetitia
Vidal, Laurent
Kendall, Carl
author_role author
author2 Kerr, Ligia
Macena, Raimunda Hermelinda Maia
Mota, Rosa Salani
Dourado, Inês
Brito, Ana Maria de
Atlani-Dualt, Laetitia
Vidal, Laurent
Kendall, Carl
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins, Telma Alves
Kerr, Ligia
Macena, Raimunda Hermelinda Maia
Mota, Rosa Salani
Dourado, Inês
Brito, Ana Maria de
Atlani-Dualt, Laetitia
Vidal, Laurent
Kendall, Carl
dc.subject.por.fl_str_mv Profissionais do Sexo. Soroprevalência de HIV. Conhecimentos
Atitudes e Prática em Saúde. Sexo sem Proteção
prevenção & controle. Fatores de Risco. Infecções por HIV
prevenção & controle.
Sex Workers. HIV Seroprevalence. Health Knowledge
Attitudes
Practice. Unsafe Sex
prevention & control. Risk Factors. HIV Infections
prevention & control.
topic Profissionais do Sexo. Soroprevalência de HIV. Conhecimentos
Atitudes e Prática em Saúde. Sexo sem Proteção
prevenção & controle. Fatores de Risco. Infecções por HIV
prevenção & controle.
Sex Workers. HIV Seroprevalence. Health Knowledge
Attitudes
Practice. Unsafe Sex
prevention & control. Risk Factors. HIV Infections
prevention & control.
description OBJETIVO: Estimar a prevalência do HIV e descrever os incentivos e barreiras à realização do teste para o HIV entre mulheres profissionais do sexo. MÉTODOS: Este estudo transversal recrutou 402 mulheres de 18 anos ou mais, residentes em Fortaleza, CE, que informaram ter tido relação sexual em troca de dinheiro nos últimos quatro meses. A amostra foi recrutada por meio da técnica Respondent Driven Sampling, entre agosto e novembro de 2010. RESULTADOS: A adesão ao teste de HIV foi de 84,1% e a prevalência estimada da infecção pelo HIV foi de 3,8%. A amostra era jovem (25 a 39 anos), solteira (80,0%), com um a três filhos (83,6 %), tinham oito anos ou mais de estudo (65,7%) e pertencia às classes sociais D/E (53,1%). A maioria exercia a profissão em locais fechados (bares, motéis, hotéis, sauna – 88,9%), e a prostituição era a única fonte de renda (54,1%). Cerca de 25% da amostra desconhecia onde o teste de HIV era realizado na rede pública e 51,8% nunca fez o teste ou se testou há um ano ou mais. As principais barreiras ao teste foram acreditar que não corre risco de se infectar (24,1%) e o medo da discriminação caso o teste fosse reagente (20,5%). Os incentivos foram relacionados à maior oferta de locais para o teste (57,0%) e de unidades de saúde com horários alternativos (44,2%). CONCLUSÕES: A prevalência foi semelhante à encontrada em outras cidades brasileiras de diferentes regiões do país, apesar de superiores a de mulheres não profissionais do sexo. A disponibilidade do teste em locais não relacionados à saúde e a oferta nas unidades básicas em horário não comercial são fatores que incentivam a realização do teste. Não se considerar sob-risco, medo de ser discriminada e desconhecimento dos locais onde o teste é realizado podem ser uma barreira para a realização do exame.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-06-22
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433
10.11606/S1518-8787.2018052000300
url https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433
identifier_str_mv 10.11606/S1518-8787.2018052000300
dc.language.iso.fl_str_mv eng
por
language eng
por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433/140989
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433/140990
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/147433/148362
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2018 Revista de Saúde Pública
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2018 Revista de Saúde Pública
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
application/xml
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018); 64
Revista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018); 64
Revista de Saúde Pública; v. 52 (2018); 64
1518-8787
0034-8910
reponame:Revista de Saúde Pública
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de Saúde Pública
collection Revista de Saúde Pública
repository.name.fl_str_mv Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br
_version_ 1800221799821082624