Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira,Marcelo Urbano
Data de Publicação: 2000
Outros Autores: Ferreira,Claudio dos Santos, Monteiro,Carlos Augusto
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000700010
Resumo: OBJETIVO: Estimar a prevalência e a distribuição social das parasitoses intestinais na infância, estabelecer a tendência secular dessas enfermidades e analisar sua determinação, com base em dois inquéritos domiciliares, realizados na cidade de São Paulo, SP, em 1984/85 e 1995/96. MÉTODOS: Os inquéritos estudaram amostras probabilísticas da população residente na cidade com idades entre zero e 59 meses (1.016 em 1984/85 e 1.280 em 1995/96). Amostras de fezes foram coletadas nos dois inquéritos e submetidas a exame parasitológico pela técnica de sedimentação, realizando-se leituras de preparações simples e de preparações coradas com lugol para exame de cistos de protozoários. O estudo da distribuição social das parasitoses levou em conta tercis da renda familiar per capita em cada um dos inquéritos. A estratégia analítica para estudar os determinantes da evolução da prevalência das parasitoses na população empregou modelos hierárquicos de causalidade, análises multivariadas de regressão e procedimentos análogos aos utilizados para calcular riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS/CONCLUSÕES: Houve entre os inquéritos reduções expressivas na prevalência das parasitoses em geral (de 30,9% para 10,7%), das helmintoses (22,3% para 4,8%), da giardíase (14,5% para 5,5%) e do poliparasitismo intestinal (13,1% para 0,5%). Embora declínios intensos tenham sido observados em todos os estratos sociais, manteve-se inalterada no período a forte relação inversa entre nível de renda e ocorrência de parasitismo. Mudanças positivas em determinantes distais (renda familiar e escolaridade materna) e intermediários (moradia, saneamento do meio e acesso a serviços de saúde) das helmintoses, justificaram parte substancial da redução de sua prevalência. A redução da giardíase foi atribuída a melhorias na escolaridade materna e nas condições de moradia e saneamento. A duplicação da freqüência a creches refreou o declínio da giardíase.
id USP-23_578fcec478388acbd7c2cd0fd92bd849
oai_identifier_str oai:scielo:S0034-89102000000700010
network_acronym_str USP-23
network_name_str Revista de Saúde Pública
repository_id_str
spelling Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)Enteropatias parasitárias/epidemiologiaHelmintíase/epidemiologiaGiardíase/epidemiologiaLevantamentos epidemiológicosFatores socioeconômicosSéries de tempoEstudos transversaisCriançaOBJETIVO: Estimar a prevalência e a distribuição social das parasitoses intestinais na infância, estabelecer a tendência secular dessas enfermidades e analisar sua determinação, com base em dois inquéritos domiciliares, realizados na cidade de São Paulo, SP, em 1984/85 e 1995/96. MÉTODOS: Os inquéritos estudaram amostras probabilísticas da população residente na cidade com idades entre zero e 59 meses (1.016 em 1984/85 e 1.280 em 1995/96). Amostras de fezes foram coletadas nos dois inquéritos e submetidas a exame parasitológico pela técnica de sedimentação, realizando-se leituras de preparações simples e de preparações coradas com lugol para exame de cistos de protozoários. O estudo da distribuição social das parasitoses levou em conta tercis da renda familiar per capita em cada um dos inquéritos. A estratégia analítica para estudar os determinantes da evolução da prevalência das parasitoses na população empregou modelos hierárquicos de causalidade, análises multivariadas de regressão e procedimentos análogos aos utilizados para calcular riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS/CONCLUSÕES: Houve entre os inquéritos reduções expressivas na prevalência das parasitoses em geral (de 30,9% para 10,7%), das helmintoses (22,3% para 4,8%), da giardíase (14,5% para 5,5%) e do poliparasitismo intestinal (13,1% para 0,5%). Embora declínios intensos tenham sido observados em todos os estratos sociais, manteve-se inalterada no período a forte relação inversa entre nível de renda e ocorrência de parasitismo. Mudanças positivas em determinantes distais (renda familiar e escolaridade materna) e intermediários (moradia, saneamento do meio e acesso a serviços de saúde) das helmintoses, justificaram parte substancial da redução de sua prevalência. A redução da giardíase foi atribuída a melhorias na escolaridade materna e nas condições de moradia e saneamento. A duplicação da freqüência a creches refreou o declínio da giardíase.Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo2000-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000700010Revista de Saúde Pública v.34 n.6 suppl.0 2000reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP10.1590/S0034-89102000000700010info:eu-repo/semantics/openAccessFerreira,Marcelo UrbanoFerreira,Claudio dos SantosMonteiro,Carlos Augustopor2001-08-07T00:00:00Zoai:scielo:S0034-89102000000700010Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0034-8910&lng=pt&nrm=isoONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2001-08-07T00:00Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
title Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
spellingShingle Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
Ferreira,Marcelo Urbano
Enteropatias parasitárias/epidemiologia
Helmintíase/epidemiologia
Giardíase/epidemiologia
Levantamentos epidemiológicos
Fatores socioeconômicos
Séries de tempo
Estudos transversais
Criança
title_short Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
title_full Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
title_fullStr Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
title_full_unstemmed Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
title_sort Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-1996)
author Ferreira,Marcelo Urbano
author_facet Ferreira,Marcelo Urbano
Ferreira,Claudio dos Santos
Monteiro,Carlos Augusto
author_role author
author2 Ferreira,Claudio dos Santos
Monteiro,Carlos Augusto
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira,Marcelo Urbano
Ferreira,Claudio dos Santos
Monteiro,Carlos Augusto
dc.subject.por.fl_str_mv Enteropatias parasitárias/epidemiologia
Helmintíase/epidemiologia
Giardíase/epidemiologia
Levantamentos epidemiológicos
Fatores socioeconômicos
Séries de tempo
Estudos transversais
Criança
topic Enteropatias parasitárias/epidemiologia
Helmintíase/epidemiologia
Giardíase/epidemiologia
Levantamentos epidemiológicos
Fatores socioeconômicos
Séries de tempo
Estudos transversais
Criança
description OBJETIVO: Estimar a prevalência e a distribuição social das parasitoses intestinais na infância, estabelecer a tendência secular dessas enfermidades e analisar sua determinação, com base em dois inquéritos domiciliares, realizados na cidade de São Paulo, SP, em 1984/85 e 1995/96. MÉTODOS: Os inquéritos estudaram amostras probabilísticas da população residente na cidade com idades entre zero e 59 meses (1.016 em 1984/85 e 1.280 em 1995/96). Amostras de fezes foram coletadas nos dois inquéritos e submetidas a exame parasitológico pela técnica de sedimentação, realizando-se leituras de preparações simples e de preparações coradas com lugol para exame de cistos de protozoários. O estudo da distribuição social das parasitoses levou em conta tercis da renda familiar per capita em cada um dos inquéritos. A estratégia analítica para estudar os determinantes da evolução da prevalência das parasitoses na população empregou modelos hierárquicos de causalidade, análises multivariadas de regressão e procedimentos análogos aos utilizados para calcular riscos atribuíveis populacionais. RESULTADOS/CONCLUSÕES: Houve entre os inquéritos reduções expressivas na prevalência das parasitoses em geral (de 30,9% para 10,7%), das helmintoses (22,3% para 4,8%), da giardíase (14,5% para 5,5%) e do poliparasitismo intestinal (13,1% para 0,5%). Embora declínios intensos tenham sido observados em todos os estratos sociais, manteve-se inalterada no período a forte relação inversa entre nível de renda e ocorrência de parasitismo. Mudanças positivas em determinantes distais (renda familiar e escolaridade materna) e intermediários (moradia, saneamento do meio e acesso a serviços de saúde) das helmintoses, justificaram parte substancial da redução de sua prevalência. A redução da giardíase foi atribuída a melhorias na escolaridade materna e nas condições de moradia e saneamento. A duplicação da freqüência a creches refreou o declínio da giardíase.
publishDate 2000
dc.date.none.fl_str_mv 2000-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000700010
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102000000700010
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0034-89102000000700010
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
publisher.none.fl_str_mv Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Saúde Pública v.34 n.6 suppl.0 2000
reponame:Revista de Saúde Pública
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de Saúde Pública
collection Revista de Saúde Pública
repository.name.fl_str_mv Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br
_version_ 1748936492424626176