Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mascheretti, Melissa
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Tengan, Cilea H, Sato, Helena Keiko, Suzuki, Akemi, Souza, Renato Pereira de, Maeda, Marina, Brasil, Roosecelis, Pereira, Mariza, Tubaki, Rosa Maria, Wanderley, Dalva M V, Fortaleza, Carlos Magno Castelo Branco, Ribeiro, Ana Freitas
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76698
Resumo: OBJETIVO Descrever a investigação do surto de febre amarela silvestre e as principais medidas de controle realizadas no estado de São Paulo. MÉTODOS Estudo descritivo do surto de febre amarela silvestre na região sudoeste do estado, entre fevereiro e abril de 2009. Foram avaliados casos suspeitos e confirmados em humanos e primatas não humanos. A investigação entomológica, em ambiente silvestre, envolveu captura em solo e copa de árvore para identificação das espécies e detecção de infecção natural. Foram realizadas ações de controle de Aedes aegypti em áreas urbanas. A vacinação foi direcionada para residentes dos municípios com confirmação de circulação viral e nos municípios contíguos, conforme recomendação nacional. RESULTADOS Foram confirmados 28 casos humanos (letalidade 39,3%) em áreas rurais de Sarutaiá, Piraju, Tejupá, Avaré e Buri. Foram notificadas 56 mortes de primatas não humanos, 91,4% do gênero Alouatta sp . A epizootia foi confirmada laboratorialmente em dois primatas não humanos, sendo um em Buri e outro em Itapetininga. Foram coletados 1.782 mosquitos, entre eles Haemagogus leucocelaenus , Hg. janthinomys/capricornii , Sabethes chloropterus , Sa. purpureus e Sa. undosus . O vírus da febre amarela foi isolado de um lote de Hg. leucocelaenus procedente de Buri. A vacinação foi realizada em 49 municípios, com 1.018.705 doses aplicadas e o registro de nove eventos adversos graves pós-vacinação. CONCLUSÕES Os casos humanos ocorreram entre fevereiro e abril de 2009 em áreas sem registro de circulação do vírus da febre amarela há mais de 60 anos. A região encontrava-se fora da área com recomendação de vacinação, com alto percentual da população suscetível. A adoção oportuna de medidas de controle permitiu a interrupção da transmissão humana em um mês, assim como a confirmação da circulação viral em humanos, primatas não humanos e mosquitos. Os isolamentos facilitaram a identificação das áreas de circulação viral, mas são importantes novos estudos para esclarecer a dinâmica de transmissão da doença.
id USP-23_7f806a92dbbbbccdb88bc9ad19209fa5
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/76698
network_acronym_str USP-23
network_name_str Revista de Saúde Pública
repository_id_str
spelling Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009Yellow fever: reemerging in the state of Sao Paulo, Brazil, 2009Febre amarela silvestre: reemergencia de transmissao no estado de Sao Paulo, Brasil, 2009OBJETIVO Descrever a investigação do surto de febre amarela silvestre e as principais medidas de controle realizadas no estado de São Paulo. MÉTODOS Estudo descritivo do surto de febre amarela silvestre na região sudoeste do estado, entre fevereiro e abril de 2009. Foram avaliados casos suspeitos e confirmados em humanos e primatas não humanos. A investigação entomológica, em ambiente silvestre, envolveu captura em solo e copa de árvore para identificação das espécies e detecção de infecção natural. Foram realizadas ações de controle de Aedes aegypti em áreas urbanas. A vacinação foi direcionada para residentes dos municípios com confirmação de circulação viral e nos municípios contíguos, conforme recomendação nacional. RESULTADOS Foram confirmados 28 casos humanos (letalidade 39,3%) em áreas rurais de Sarutaiá, Piraju, Tejupá, Avaré e Buri. Foram notificadas 56 mortes de primatas não humanos, 91,4% do gênero Alouatta sp . A epizootia foi confirmada laboratorialmente em dois primatas não humanos, sendo um em Buri e outro em Itapetininga. Foram coletados 1.782 mosquitos, entre eles Haemagogus leucocelaenus , Hg. janthinomys/capricornii , Sabethes chloropterus , Sa. purpureus e Sa. undosus . O vírus da febre amarela foi isolado de um lote de Hg. leucocelaenus procedente de Buri. A vacinação foi realizada em 49 municípios, com 1.018.705 doses aplicadas e o registro de nove eventos adversos graves pós-vacinação. CONCLUSÕES Os casos humanos ocorreram entre fevereiro e abril de 2009 em áreas sem registro de circulação do vírus da febre amarela há mais de 60 anos. A região encontrava-se fora da área com recomendação de vacinação, com alto percentual da população suscetível. A adoção oportuna de medidas de controle permitiu a interrupção da transmissão humana em um mês, assim como a confirmação da circulação viral em humanos, primatas não humanos e mosquitos. Os isolamentos facilitaram a identificação das áreas de circulação viral, mas são importantes novos estudos para esclarecer a dinâmica de transmissão da doença.OBJETIVO Describir la investigación de brote de fiebre amarilla silvestre y las principales medidas de control realizadas en el estado de Sao Paulo. MÉTODOS Estudio descriptivo del brote de fiebre amarilla silvestre en la región suroeste del Estado, entre febrero y abril de 2009. Se evaluaron casos sospechosos y confirmados en humanos y primates no humanos. La investigación entomológica, en ambiente silvestre, involucró capturo en suelo y copa de árboles para identificación de las especies y detección de infección natural. Se realizaron acciones de control de Aedes aegypti en áreas urbanas. La vacunación fue direccionada a residentes de los municipios con confirmación de circulación viral y en los municipios contiguos, siguiendo recomendación nacional. RESULTADOS Se confirmaron 28 casos en humanos (letalidad 39,3%) en áreas rurales de Sarutaiá, Pirajú, Tejupá, Avaré y Buri. Se notificaron 56 muertes de primates no humanos, 91,4% del género Allouatta sp. La epizootia fue confirmada laboratorialmente en dos primates no humanos siendo uno de Buri y el otro de Itapetininga. Se colectaron 1.782 mosquitos, entre ellos Haemagogus leucocelaenus, Hg. janthinomys/capricornii, y Sabethes chloropterus, Sa. purpureus y Sa. undosus. El virus de la fiebre amarilla fue aislado de un lote de Hg. leucocelaenus procedente de Buri. La vacunación fue realizada en 49 municipios, con 1.018.705 dosis aplicadas y el registro de nueve eventos adversos graves post-vacunación. CONCLUSIONES Los casos humanos ocurrieron entre febrero a abril de 2009 en áreas sin registro de circulación del virus de la fiebre amarilla por más de 60 años. La región se encontraba fuera del área de recomendación de vacunación, con alto porcentaje de población susceptible. La adopción oportuna de medidas de control permitió la interrupción de la transmisión humana en un mes, así como, la confirmación de la circulación viral en humanos, primates no humanos y mosquitos. Los aislamientos facilitaron la identificación de las áreas de circulación viral, pero nuevos estudios son importantes con el objeto de aclarar la dinámica de transmisión de la enfermedad.OBJECTIVE To describe the investigation of a sylvatic yellow fever outbreak in the state of Sao Paulo and the main control measures undertaken. METHODS This is a descriptive study of a sylvatic yellow fever outbreak in the Southwestern region of the state from February to April 2009. Suspected and confirmed cases in humans and in non-human primates were evaluated. Entomological investigation in sylvatic environment involved capture at ground level and in the tree canopy to identify species and detect natural infections. Control measures were performed in urban areas to control Aedes aegypti . Vaccination was directed at residents living in areas with confirmed viral circulation and also at nearby cities according to national recommendation. RESULTS Twenty-eight human cases were confirmed (39.3% case fatality rate) in rural areas of Sarutaiá, Piraju, Tejupá, Avaré and Buri. The deaths of 56 non-human primates were also reported, 91.4% were Allouatta sp. Epizootics was confirmed in two non-human primates in the cities of Itapetininga and Buri. A total of 1,782 mosquitoes were collected, including Haemagogus leucocelaenus , Hg. janthinomys/capricornii , and Sabethes chloropterus, Sa. purpureus and Sa. undosus . Yellow fever virus was isolated from a group of Hg. Leucocelaenus from Buri. Vaccination was carried out in 49 cities, with a total of 1,018,705 doses. Nine serious post-vaccination adverse events were reported. CONCLUSIONS The cases occurred between February and April 2009 in areas with no recorded yellow fever virus circulation in over 60 years. The outbreak region occurred outside the original recommended vaccination area with a high percentage of susceptible population. The fast adoption of control measures interrupted the human transmission within a month and the confirmation of viral circulation in humans, monkeys and mosquitoes. The results allowed the identification of new areas of viral circulation but further studies are required to clarify the dynamics of the spread of this disease.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2013-10-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/7669810.1590/rsp.v47i5.76698Revista de Saúde Pública; Vol. 47 No. 5 (2013); 881-889Revista de Saúde Pública; Vol. 47 Núm. 5 (2013); 881-889Revista de Saúde Pública; v. 47 n. 5 (2013); 881-8891518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76698/80507https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76698/80508Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessMascheretti, MelissaTengan, Cilea HSato, Helena KeikoSuzuki, AkemiSouza, Renato Pereira deMaeda, MarinaBrasil, RoosecelisPereira, MarizaTubaki, Rosa MariaWanderley, Dalva M VFortaleza, Carlos Magno Castelo BrancoRibeiro, Ana Freitas2014-03-20T20:12:28Zoai:revistas.usp.br:article/76698Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2014-03-20T20:12:28Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
Yellow fever: reemerging in the state of Sao Paulo, Brazil, 2009
Febre amarela silvestre: reemergencia de transmissao no estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
title Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
spellingShingle Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
Mascheretti, Melissa
title_short Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
title_full Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
title_fullStr Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
title_full_unstemmed Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
title_sort Fiebre amarilla silvestre: re emergencia de transmision en el estado de Sao Paulo, Brasil, 2009
author Mascheretti, Melissa
author_facet Mascheretti, Melissa
Tengan, Cilea H
Sato, Helena Keiko
Suzuki, Akemi
Souza, Renato Pereira de
Maeda, Marina
Brasil, Roosecelis
Pereira, Mariza
Tubaki, Rosa Maria
Wanderley, Dalva M V
Fortaleza, Carlos Magno Castelo Branco
Ribeiro, Ana Freitas
author_role author
author2 Tengan, Cilea H
Sato, Helena Keiko
Suzuki, Akemi
Souza, Renato Pereira de
Maeda, Marina
Brasil, Roosecelis
Pereira, Mariza
Tubaki, Rosa Maria
Wanderley, Dalva M V
Fortaleza, Carlos Magno Castelo Branco
Ribeiro, Ana Freitas
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Mascheretti, Melissa
Tengan, Cilea H
Sato, Helena Keiko
Suzuki, Akemi
Souza, Renato Pereira de
Maeda, Marina
Brasil, Roosecelis
Pereira, Mariza
Tubaki, Rosa Maria
Wanderley, Dalva M V
Fortaleza, Carlos Magno Castelo Branco
Ribeiro, Ana Freitas
description OBJETIVO Descrever a investigação do surto de febre amarela silvestre e as principais medidas de controle realizadas no estado de São Paulo. MÉTODOS Estudo descritivo do surto de febre amarela silvestre na região sudoeste do estado, entre fevereiro e abril de 2009. Foram avaliados casos suspeitos e confirmados em humanos e primatas não humanos. A investigação entomológica, em ambiente silvestre, envolveu captura em solo e copa de árvore para identificação das espécies e detecção de infecção natural. Foram realizadas ações de controle de Aedes aegypti em áreas urbanas. A vacinação foi direcionada para residentes dos municípios com confirmação de circulação viral e nos municípios contíguos, conforme recomendação nacional. RESULTADOS Foram confirmados 28 casos humanos (letalidade 39,3%) em áreas rurais de Sarutaiá, Piraju, Tejupá, Avaré e Buri. Foram notificadas 56 mortes de primatas não humanos, 91,4% do gênero Alouatta sp . A epizootia foi confirmada laboratorialmente em dois primatas não humanos, sendo um em Buri e outro em Itapetininga. Foram coletados 1.782 mosquitos, entre eles Haemagogus leucocelaenus , Hg. janthinomys/capricornii , Sabethes chloropterus , Sa. purpureus e Sa. undosus . O vírus da febre amarela foi isolado de um lote de Hg. leucocelaenus procedente de Buri. A vacinação foi realizada em 49 municípios, com 1.018.705 doses aplicadas e o registro de nove eventos adversos graves pós-vacinação. CONCLUSÕES Os casos humanos ocorreram entre fevereiro e abril de 2009 em áreas sem registro de circulação do vírus da febre amarela há mais de 60 anos. A região encontrava-se fora da área com recomendação de vacinação, com alto percentual da população suscetível. A adoção oportuna de medidas de controle permitiu a interrupção da transmissão humana em um mês, assim como a confirmação da circulação viral em humanos, primatas não humanos e mosquitos. Os isolamentos facilitaram a identificação das áreas de circulação viral, mas são importantes novos estudos para esclarecer a dinâmica de transmissão da doença.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-10-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76698
10.1590/rsp.v47i5.76698
url https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76698
identifier_str_mv 10.1590/rsp.v47i5.76698
dc.language.iso.fl_str_mv por
eng
language por
eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76698/80507
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76698/80508
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Pública
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Pública
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Saúde Pública; Vol. 47 No. 5 (2013); 881-889
Revista de Saúde Pública; Vol. 47 Núm. 5 (2013); 881-889
Revista de Saúde Pública; v. 47 n. 5 (2013); 881-889
1518-8787
0034-8910
reponame:Revista de Saúde Pública
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de Saúde Pública
collection Revista de Saúde Pública
repository.name.fl_str_mv Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br
_version_ 1787713234900353024