Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, Raquel da Rocha Paiva
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Wunsch Filho, Victor
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76687
Resumo: OBJETIVO : Analisar estudos que avaliaram o papel de infecções e de medidas indiretas de exposição às infecções no risco de leucemia infantil, principalmente da leucemia linfocítica aguda. MÉTODOS : A busca nas bases de dados Medline, Lilacs e SciELO utilizando-se inicialmente os descritores “leucemia infantil” e “infecção” e, posteriormente, pesquisando-se as palavras “leucemia infantil” e “infecção ou doença materna” ou “aleitamento materno” ou “frequência à creche” ou “vacinação” recuperou 62 publicações que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: amostra composta por sujeitos com idade inferior ou igual a 15 anos; análise específica de casos diagnosticados com leucemia linfocítica aguda ou todas as leucemias; avaliação de exposição materna ou infantil a infecções (ou medidas indiretas de exposição à infecção) e risco de leucemia. RESULTADOS : Globalmente, os 23 estudos que avaliaram infecções nas crianças suportam a hipótese de que a ocorrência de infecções no início da infância reduz o risco de leucemia, mas existem discordâncias intra e entre estudos. A avaliação por meio das medidas indiretas de exposição à infecção mostrou evidências de redução do risco de leucemia associado principalmente com frequência à creche. Mais de 50,0% dos 16 estudos que avaliaram exposição materna à infecção observaram aumento do risco de leucemia associado com episódios de gripe, pneumonia, varicela, herpes zoster, infecção do trato genital inferior, doença de pele, doenças sexualmente transmissíveis, vírus Epstein-Barr (EBV) e Helicobacter pylori . CONCLUSÕES : Embora nenhum agente infeccioso específico tenha sido identificado, as evidências científicas são sugestivas de que a exposição a infecções interfere na etiologia da leucemia infantil.
id USP-23_ac1166e702a6a4cf30465d5e9676bb29
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/76687
network_acronym_str USP-23
network_name_str Revista de Saúde Pública
repository_id_str
spelling Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidenciasInfeccion y leucemia infantil: revision de las evidenciasInfection and childhood leukemia: review of evidenceOBJETIVO : Analisar estudos que avaliaram o papel de infecções e de medidas indiretas de exposição às infecções no risco de leucemia infantil, principalmente da leucemia linfocítica aguda. MÉTODOS : A busca nas bases de dados Medline, Lilacs e SciELO utilizando-se inicialmente os descritores “leucemia infantil” e “infecção” e, posteriormente, pesquisando-se as palavras “leucemia infantil” e “infecção ou doença materna” ou “aleitamento materno” ou “frequência à creche” ou “vacinação” recuperou 62 publicações que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: amostra composta por sujeitos com idade inferior ou igual a 15 anos; análise específica de casos diagnosticados com leucemia linfocítica aguda ou todas as leucemias; avaliação de exposição materna ou infantil a infecções (ou medidas indiretas de exposição à infecção) e risco de leucemia. RESULTADOS : Globalmente, os 23 estudos que avaliaram infecções nas crianças suportam a hipótese de que a ocorrência de infecções no início da infância reduz o risco de leucemia, mas existem discordâncias intra e entre estudos. A avaliação por meio das medidas indiretas de exposição à infecção mostrou evidências de redução do risco de leucemia associado principalmente com frequência à creche. Mais de 50,0% dos 16 estudos que avaliaram exposição materna à infecção observaram aumento do risco de leucemia associado com episódios de gripe, pneumonia, varicela, herpes zoster, infecção do trato genital inferior, doença de pele, doenças sexualmente transmissíveis, vírus Epstein-Barr (EBV) e Helicobacter pylori . CONCLUSÕES : Embora nenhum agente infeccioso específico tenha sido identificado, as evidências científicas são sugestivas de que a exposição a infecções interfere na etiologia da leucemia infantil.OBJETIVO : Analizar estudios que evaluaron el papel de infecciones y de medidas indirectas de exposición a las infecciones en el riesgo de leucemia infantil, principalmente de la leucemia linfocítica aguda. MÉTODOS : Se realizó búsqueda en las bases de datos Medline, LILACS y SciELO utilizándose inicialmente los descriptores “leucemia infantil” e “infección” y, posteriormente, investigándose las palabras “leucemia infantil” e “infección o enfermedad materna” o “lactancia materna” o “frecuencia en guardería” o “vacunación” recuperó 62 publicaciones que atendieron los siguientes criterios de inclusión: muestra compuesta por individuos con edad inferior o igual a 15 años; análisis específica de casos diagnosticados con leucemia linfocítica aguda o todas las leucemias; evaluación de exposición materna o infantil a infecciones (o medidas indirectas de exposición a la infección) y riesgo de leucemia. RESULTADOS : Globalmente, los 23 estudios que evaluaron infecciones en los niños soportan la hipótesis de que la ocurrencia de infecciones en el inicio de la infancia reduce el riesgo de leucemia, pero existen discordancias intra y entre estudios. La evaluación por medio de las medidas indirectas de exposición a la infección mostró evidencias de reducción de riesgo de leucemia asociado principalmente con frecuencia a la guardería. Más de 50% de los 16 estudios que evaluaron exposición materna a la infección observaron aumento de riesgo de leucemia asociado con episodios de gripe, neumonía, varicela, herpes zoster, infección del tracto genital inferior, enfermedad de la piel, enfermedades sexualmente transmisibles, virus Epstein-Barr (EBV) y Helicobacter pylori. CONCLUSIONES : A pesar de que ningún agente infeccioso específico haya sido identificado, las evidencias científicas sugieren que la exposición a infecciones interfiere en la etiología de la leucemia infantil.OBJECTIVE : To analyze studies that evaluated the role of infections as well as indirect measures of exposure to infection in the risk of childhood leukemia, particularly acute lymphoblastic leukemia. METHODS : A search in Medline, Lilacs, and SciELO scientific publication databases initially using the descriptors “childhood leukemia” and “infection” and later searching for the words “childhood leukemia” and “maternal infection or disease” or “breastfeeding” or “daycare attendance” or “vaccination” resulted in 62 publications that met the following inclusion criteria: subject aged ≤ 15 years; specific analysis of cases diagnosed with acute lymphoblastic leukemia or total leukemia; exposure assessment of mothers’ or infants’ to infections (or proxy of infection), and risk of leukemia. RESULTS : Overall, 23 studies that assessed infections in children support the hypothesis that occurrence of infection during early childhood reduces the risk of leukemia, but there are disagreements within and between studies. The evaluation of exposure to infection by indirect measures showed evidence of reduced risk of leukemia associated mainly with daycare attendance. More than 50.0% of the 16 studies that assessed maternal exposure to infection observed increased risk of leukemia associated with episodes of influenza, pneumonia, chickenpox, herpes zoster, lower genital tract infection, skin disease, sexually transmitted diseases, Epstein-Barr virus, and Helicobacter pylori . CONCLUSIONS : Although no specific infectious agent has been identified, scientific evidence suggests that exposure to infections has some effect on childhood leukemia etiology.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2013-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/7668710.1590/rsp.v47i6.76687Revista de Saúde Pública; Vol. 47 No. 6 (2013); 1172-1185Revista de Saúde Pública; Vol. 47 Núm. 6 (2013); 1172-1185Revista de Saúde Pública; v. 47 n. 6 (2013); 1172-11851518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPenghttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76687/80488Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessMaia, Raquel da Rocha PaivaWunsch Filho, Victor2014-03-21T12:09:33Zoai:revistas.usp.br:article/76687Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2014-03-21T12:09:33Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
Infeccion y leucemia infantil: revision de las evidencias
Infection and childhood leukemia: review of evidence
title Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
spellingShingle Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
Maia, Raquel da Rocha Paiva
title_short Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
title_full Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
title_fullStr Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
title_full_unstemmed Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
title_sort Infeccao e leucemia infantil: revisao das evidencias
author Maia, Raquel da Rocha Paiva
author_facet Maia, Raquel da Rocha Paiva
Wunsch Filho, Victor
author_role author
author2 Wunsch Filho, Victor
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Maia, Raquel da Rocha Paiva
Wunsch Filho, Victor
description OBJETIVO : Analisar estudos que avaliaram o papel de infecções e de medidas indiretas de exposição às infecções no risco de leucemia infantil, principalmente da leucemia linfocítica aguda. MÉTODOS : A busca nas bases de dados Medline, Lilacs e SciELO utilizando-se inicialmente os descritores “leucemia infantil” e “infecção” e, posteriormente, pesquisando-se as palavras “leucemia infantil” e “infecção ou doença materna” ou “aleitamento materno” ou “frequência à creche” ou “vacinação” recuperou 62 publicações que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: amostra composta por sujeitos com idade inferior ou igual a 15 anos; análise específica de casos diagnosticados com leucemia linfocítica aguda ou todas as leucemias; avaliação de exposição materna ou infantil a infecções (ou medidas indiretas de exposição à infecção) e risco de leucemia. RESULTADOS : Globalmente, os 23 estudos que avaliaram infecções nas crianças suportam a hipótese de que a ocorrência de infecções no início da infância reduz o risco de leucemia, mas existem discordâncias intra e entre estudos. A avaliação por meio das medidas indiretas de exposição à infecção mostrou evidências de redução do risco de leucemia associado principalmente com frequência à creche. Mais de 50,0% dos 16 estudos que avaliaram exposição materna à infecção observaram aumento do risco de leucemia associado com episódios de gripe, pneumonia, varicela, herpes zoster, infecção do trato genital inferior, doença de pele, doenças sexualmente transmissíveis, vírus Epstein-Barr (EBV) e Helicobacter pylori . CONCLUSÕES : Embora nenhum agente infeccioso específico tenha sido identificado, as evidências científicas são sugestivas de que a exposição a infecções interfere na etiologia da leucemia infantil.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76687
10.1590/rsp.v47i6.76687
url https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76687
identifier_str_mv 10.1590/rsp.v47i6.76687
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/76687/80488
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Pública
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Pública
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Saúde Pública; Vol. 47 No. 6 (2013); 1172-1185
Revista de Saúde Pública; Vol. 47 Núm. 6 (2013); 1172-1185
Revista de Saúde Pública; v. 47 n. 6 (2013); 1172-1185
1518-8787
0034-8910
reponame:Revista de Saúde Pública
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de Saúde Pública
collection Revista de Saúde Pública
repository.name.fl_str_mv Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br
_version_ 1787713234866798592