Da liberalização cega dos anos 90 à construção estratégica do desenvolvimento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12371 |
Resumo: | Este texto foi apresentado na aula inaugural do curso de Ciências Sociais da USP, realizada no dia 6 de março de 2002. A economia global vem sendo sacudida por alterações profundas que vêm alterando os métodos, a estrutura produtiva de bens e serviços, a política e as instituições em todos os cantos do planeta. Essas mudanças estão sendo mais sentidas nos países que apresentam em sua história uma presença marcante do Estado sobre as economias e a vida social. Na América Latina, essas mudanças orientaram a implantação de um novo modelo de política econômica, como forma de superar a inflação crescente, os déficts comerciais, o fardo da dívida externa, a ineficiência e a falta de competitividade internacional que, supostamente, haviam se configurado como fruto das tradicionais políticas desenvolvimentistas. No entanto, esse novo modelo opera com uma interpretação tortuosa da história dos países em desenvolvimento, jogando no esquecimento ou tornando incompreensível que países como Brasil, Argentina e México, ao lado de outros asiáticos, cresceram após a II Guerra Mundial mais rapidamente que Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Canadá. A elaboração de estratégias de desenvolvimento, incluindo a qualidade da industrialização desejada, da tecnologia, das instituições e da política, continua sendo o principal desafio a ser vencido pelos países atrasados. |
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Da liberalização cega dos anos 90 à construção estratégica do desenvolvimento From the blind liberalization of the 90's to the strategic building of development Latin Americadeveloping countriestechnologyfree tradestrategies of developmentAmérica Latinapaíses em desenvolvimentotecnologialivre comércioestratégias de desenvolvimentoEste texto foi apresentado na aula inaugural do curso de Ciências Sociais da USP, realizada no dia 6 de março de 2002. A economia global vem sendo sacudida por alterações profundas que vêm alterando os métodos, a estrutura produtiva de bens e serviços, a política e as instituições em todos os cantos do planeta. Essas mudanças estão sendo mais sentidas nos países que apresentam em sua história uma presença marcante do Estado sobre as economias e a vida social. Na América Latina, essas mudanças orientaram a implantação de um novo modelo de política econômica, como forma de superar a inflação crescente, os déficts comerciais, o fardo da dívida externa, a ineficiência e a falta de competitividade internacional que, supostamente, haviam se configurado como fruto das tradicionais políticas desenvolvimentistas. No entanto, esse novo modelo opera com uma interpretação tortuosa da história dos países em desenvolvimento, jogando no esquecimento ou tornando incompreensível que países como Brasil, Argentina e México, ao lado de outros asiáticos, cresceram após a II Guerra Mundial mais rapidamente que Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França e Canadá. A elaboração de estratégias de desenvolvimento, incluindo a qualidade da industrialização desejada, da tecnologia, das instituições e da política, continua sendo o principal desafio a ser vencido pelos países atrasados. This paper was presented as the inaugural class for the Social Sciences Course at USP, on the 6th of March of 2002. Global economy has been undergoing a number of sweeping changes that have altered the methods, the organization of the production of goods and services, politics and institutions all over the world. These changes have been more marked in countries where State policies exert strict control over the economy and social life. In Latin America, these changes guided the implementation of a new economic policy model, as a means to overcome rising inflation, balance-of-payment deficits, the international debt load, inefficiency and the lack of international competitiveness, all of which had supposedly arisen as the product of traditional developmental policies. However, this new model operates with a devious interpretation of the history of developing countries, by dismissing or not taking into account the fact that countries such as Brazil, Argentina and Mexico, alongside other Asian countries, experienced a faster growth-rate than the USA, England, Germany, France and Canada. The real challenge for those countries lies in the elaboration of strategies for development, including the quality of aspired industrialization, technology, institutions and politics. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2002-05-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/1237110.1590/S0103-20702002000100001Tempo Social; Vol. 14 No. 1 (2002); 1-17 Tempo Social; v. 14 n. 1 (2002); 1-17 Tempo Social; Vol. 14 Núm. 1 (2002); 1-17 1809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12371/14148Copyright (c) 2015 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessArbix, Glauco2023-06-21T13:56:09Zoai:revistas.usp.br:article/12371Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-06-21T13:56:09Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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